Como tratar familiar com possível transtorno de personalidade paranoide e delírios? Ele não aceita p

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Como tratar familiar com possível transtorno de personalidade paranoide e delírios? Ele não aceita procurar médico porque acha que todos estão contra ele. Não tem mais nenhum amigo e desconfia de todos os familiares. Não trabalha, não se relaciona com ninguém. Não aceita ajuda. Estamos em saber o que fazer.
Primeiramente, a família deve consultar um psiquiatra, para que ele fique conhecendo os detalhes do caso. Se ele concluir que não há como convencer o paciente a vir ao consultório (por vezes, o psiquiatra pode ensinar alguma estratégia na qual a família não tenha pensado), pode-se tentar uma consulta domiciliar. Pacientes resistentes a irem ao consultório muitas vezes acabam aceitando uma consulta domiciliar, se o psiquiatra for hábil. Geralmente, nesses casos, é melhor não comunicar previamente ao paciente mas, certamente, a entrada do psiquiatra deve ser permitida pelo paciente - a não ser que o paciente esteja correndo riscos imediatos de violência grave ou de vida. Em casos extremos (pacientes violentos ou que não permitem a consulta domiciliar, caso já tenha sido tentada), existem serviços de remoção especializados, que podem conduzi-lo a uma clínica para avaliação psiquiátrica. Quanto ao tratamento, se estiver realmente psicótico será com antipsicóticos. Sempre que possível se deve evitar internações, sobretudo internações involuntárias - mas, às vezes, não tem outro jeito. Mas, a avaliação psiquiátrica é o primeiro passo.

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Dr. Mateus Abreu
Psiquiatra
Belo Horizonte
O transtorno de personalidade paranoide faz com que a pessoa tenha desconfiança constante dos outros, acreditando que estão conspirando contra ela — mesmo sem provas. Quando surgem delírios (ideias falsas e fixas, como acreditar que está sendo perseguido), a situação fica mais difícil, porque para a pessoa isso parece totalmente real.

O maior desafio é que elas não percebem que estão doentes. Então, recusar ajuda faz parte do quadro.
Dizer que ele está "errado" ou "delirando" só aumenta a desconfiança e pode piorar a agressividade ou o isolamento. O ideal é demonstrar empatia, mesmo que o que ele fale não faça sentido. Aconselho que ele seja avaliado por um profissional, afim de definir se isso é de fato um delírio.
Lidar com um familiar que apresenta traços de transtorno de personalidade paranoide e delírios pode ser extremamente desafiador, especialmente quando ele não reconhece que precisa de ajuda. Como ele não aceita tratamento e desconfia de todos, algumas estratégias podem ajudar a minimizar conflitos e criar oportunidades para que ele aceite assistência no futuro.

O que pode ser feito?
1⃣ Evite confrontá-lo diretamente sobre suas crenças

Tentar convencê-lo de que suas desconfianças não são reais pode aumentar a resistência e a desconfiança.
Em vez de contrariar, mostre empatia e ouça sem reforçar os delírios.
2⃣ Não entre em discussões sobre a realidade dos delírios

Dizer que ele está “errado” ou que suas ideias são “absurdas” pode fazer com que ele se isole ainda mais.
Em vez disso, foque no sofrimento que ele sente e valide suas emoções sem confirmar a ideia delirante.
3⃣ Mantenha um ambiente previsível e sem ambiguidades

Pessoas com esse perfil podem se sentir ameaçadas com mudanças repentinas ou ações que interpretam como manipulação.
Explicações claras e comportamentos consistentes ajudam a reduzir a ansiedade e a desconfiança.
4⃣ Tente criar uma ponte para um possível atendimento

Algumas vezes, essas pessoas aceitam procurar ajuda não por reconhecerem que têm um transtorno, mas por outro motivo, como insônia, estresse ou sintomas físicos.
Se ele reclamar de algo, pode ser uma porta de entrada para uma consulta médica.
5⃣ Evite críticas e julgamentos

Pessoas com traços paranoides interpretam facilmente observações neutras como críticas e ataques.
Em vez de apontar falhas, tente valorizar os pequenos aspectos positivos da relação para manter alguma conexão.
6⃣ Se houver risco à segurança, avalie uma abordagem mais ativa

Se os delírios estão levando a comportamentos que colocam a vida dele ou de terceiros em risco, pode ser necessário buscar ajuda legal para uma internação involuntária.
Em casos graves, um psiquiatra pode avaliar se há necessidade de intervenção médica urgente.
Se possível, procure um profissional especializado em saúde mental para receber orientações personalizadas sobre como agir nessa situação específica.

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Estimo melhoras, Dr. Thiago Sales.

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