Gostaria de saber se o biofeedback ano retal é indicado para pacientes que foram submetidos a proctocolectomia

Não necessariamente. A cirurgia de proctocolectomia total em geral preserva totalmente a musculatura anal, não sendo necessário o biofeedback.Devido à grande manipulação pélvica pode ocorrer uma fibrose e estreitamento da pelve com enrijecimento do intestino abaixado, o que pode levar a distúrbios da evacuação, quadros conhecidos como síndrome pós-abaixamento. Nesse caso o problema não está na musculatura e sim na pelve. O biofeedback pode ajudar, mas pode não alterar significativamente esses quadros. Você deve procurar um especialista para avaliar o que pode ser feito no seu caso.

Existem dois biofeedback’s que podemos utilizar para reabilitação perineal, o de pressão e o que capta o potencial elétrico do músculo (EMG). Ambos são indicados para disfunções tanto de incontinência causada pela fraqueza muscular do esfíncter anal (para fortalecimento), quanto distúrbios de evacuação na qual o “anismo” se enquadra. No caso de dificuldade para evacuar o biofeedback é utilizado como ferramenta para dar consciência corporal, promover/facilitar o relaxamento muscular para o auxílio da saída das fezes e avaliação em tempo real da condição da musculatura. Então sim, após avaliação fisioterapêutica e o profissional não detectar nenhuma contra indicação o biofeedback pode ser perfeitamente empregado.

A geração de grandes pressões no reto ou neorreto podem estar relacionadas com perdas de gases e/ou fezes em pacientes após a proctocolectomia restauradora. Quando há divergência entre o funcionamento dos esfíncteres, na qual os pacientes que apresentam relaxamento do esfíncter interno não tem a contração reflexa do esfíncter externo, o biofeedback é indicado como uma opção de tratamento. É necessária uma avaliação com o profissional especialista para ver se há necessidade ou não de realizar esta conduta.