Olá Boa tarde, minha mãe ah mais ou menos 20 anos estava perdendo equilíbrio e movimentos do corpo,

Ataxia cerebelar geralmente apresenta alterações no cerebelo (atrofia) e o exame físico mostra sinais de desequilíbrio, marcha cerebelar, incoordenação motora, dificuldade no teste índex-nariz ... Deve ser feito exame Neurologico direcionado. Esses achados não são típicos de ataxia cerebelar, podendo corresponder ao envelhecimento cerebral normal ou algumas demências... Acho q deverá ser avaliado melhor o cerebelo nesta RM crânio.

A ataxia cerebelar degenerativa deve ser relacionada com a atrofia do cerebelo e estudo genético. A gliose é um achado comum na idade acima dos 50 anos e por enquanto não foi associada a doenças.

Excelente pergunta — e muito importante, pois os achados descritos no laudo de ressonância realmente podem estar relacionados aos sintomas de desequilíbrio e perda de coordenação motora. A ataxia cerebelar degenerativa é uma condição em que há degeneração progressiva das células do cerebelo — região responsável pelo controle do equilíbrio, postura e precisão dos movimentos. Quando o exame mostra “redução volumétrica encefálica difusa e simétrica”, isso significa que há perda generalizada de massa cerebral, o que pode incluir o cerebelo e as vias nervosas que o conectam ao restante do sistema nervoso. Essa redução é compatível com quadros degenerativos crônicos, e ajuda a explicar sintomas como instabilidade ao andar, dificuldade de coordenação e fala arrastada. Já o achado de “focos de gliose periventricular” indica a presença de pequenas áreas de cicatrização neural, geralmente resultado de sofrimentos antigos das fibras nervosas — algo comum em processos degenerativos, microvasculares ou inflamatórios crônicos. Esses focos não causam diretamente a ataxia, mas refletem que o tecido cerebral sofreu desgaste ao longo do tempo. Em conjunto, os dois achados sugerem um processo neurodegenerativo difuso, compatível com a história clínica de ataxia cerebelar progressiva. É importante reforçar que a ressonância não define o tipo exato de ataxia, mas confirma a presença de alterações estruturais cerebelares e encefálicas que justificam os sintomas. Em alguns casos, o neurologista pode solicitar exames complementares — como painel genético de ataxias hereditárias, estudos metabólicos, dosagem de vitamina E, cobre e ceruloplasmina, além de teste de eletroneuromiografia — para investigar causas específicas. Em resumo: sim, os achados descritos na ressonância estão relacionados à perda de equilíbrio e coordenação, e são compatíveis com um quadro de ataxia degenerativa de longa evolução. Recomenda-se manter acompanhamento regular com o neurologista para controle dos sintomas, fisioterapia motora e fonoaudiologia, que ajudam a preservar autonomia e qualidade de vida. Reforço que esta resposta tem caráter informativo e não substitui uma consulta médica individual. O acompanhamento neurológico contínuo é essencial para garantir segurança e ajuste terapêutico. Coloco-me à disposição para ajudar e orientar, com consultas presenciais e online em todo o Brasil, com foco em neurologia clínica, distúrbios do movimento, ataxias e reabilitação neuromotora, sempre com uma abordagem técnica e humanizada. Dra. Patrícia Gomes Damasceno – Neurologista | Especialista em Medicina do Sono | CRM 11930-CE | RQE nº 7771 | RQE nº 8082