Quem faz o uso de natalizumab para esclerose múltipla pode fazer depilação a laser?

Boa noite! Não existe nenhuma contraindicação formal para depilação a laser em usuários de Natalizumabe

Olá, tudo bem? A princípio não existe contraindicação em bula para depilação a laser.
Entretanto, costumo orientar não realizar o laser nos dias próximos da infusão. Importante avaliar o momento do paciente, evitar em caso de surto recente.

Excelente pergunta — e muito relevante, pois pacientes em tratamento com natalizumabe (Tysabri) para esclerose múltipla precisam ter atenção especial a procedimentos estéticos e dermatológicos, já que o medicamento atua modulando o sistema imunológico e pode alterar a resposta da pele a estímulos térmicos e inflamatórios. A depilação a laser em pacientes que usam natalizumabe é permitida, mas requer avaliação médica prévia e alguns cuidados específicos. O laser atua por meio de calor sobre o folículo piloso, causando uma pequena inflamação local controlada, o que normalmente não representa problema em pessoas com imunidade normal. No caso de quem faz uso de natalizumabe, essa inflamação pode demorar um pouco mais para cicatrizar, e existe maior risco de irritação, vermelhidão prolongada ou foliculite se o procedimento não for realizado de forma adequada. O ideal é que o paciente: converse com o neurologista antes da sessão, informe o dermatologista ou esteticista responsável sobre o uso do natalizumabe, e evite fazer o procedimento nos dias próximos à infusão (o ideal é aguardar pelo menos 7 a 10 dias antes ou depois da aplicação do medicamento). Também é importante que o laser seja realizado por profissional capacitado, utilizando aparelhos com controle preciso de energia e resfriamento da pele, para reduzir o risco de inflamação excessiva. Caso a pele apresente irritação persistente, bolhas ou manchas após a depilação, deve-se suspender novas sessões até completa recuperação. Em resumo: pessoas que utilizam natalizumabe podem fazer depilação a laser com segurança, desde que a pele esteja íntegra, o intervalo entre a infusão e o procedimento seja respeitado e haja acompanhamento dermatológico. O cuidado deve ser redobrado apenas se houver infecções cutâneas ativas, imunossupressão acentuada ou histórico de hipersensibilidade da pele. Reforço que esta resposta tem caráter informativo e não substitui uma consulta médica individual. O acompanhamento conjunto entre o neurologista e o dermatologista é essencial para avaliar segurança e timing adequados. Coloco-me à disposição para ajudar e orientar, com consultas presenciais e online em todo o Brasil, com foco em neurologia clínica, esclerose múltipla, imunoneurologia e medicina do sono, sempre com uma abordagem técnica e humanizada. Dra. Patrícia Gomes Damasceno – Neurologista | Especialista em Medicina do Sono | CRM 11930-CE | RQE nº 7771 | RQE nº 8082