Suelene Simões

Minha 1ª graduação foi em fonoaudiologia onde comecei a atender crianças. E atender crianças não é só abrir a porta do consultório e ensinar alguns exercícios para ela falar melhor. Atender crianças é um ato complexo, exige acolher de forma integral a família de cada criança.
Hoje eu tenho 35 pacientes e 70 pais com expectativas e exigências.
Foram 10 anos nessa caminhada atendendo e durante aquele tempo que eu passava conversando com os pais, nas entrevistas, nas devolutivas, me descobri terapeuta. Os pais por sua vez se sentiam bem conversando comigo. Então foi acolhendo esses adultos que surgiu em mim a vontade de ser terapeuta. Na prática eu já era.
Em 2020 eu enveredei pelo caminho da psicoterapia começando uma pós graduação para atuar com saúde mental.
Foi muito estudo e hoje eu atuo com autoestima, trauma e luto com adolescentes e adultos.
Eu sou muito grata porque eu escolhi duas profissões que fazem a diferença na vida das pessoas.
Suelene, mas o que a fonoaudiologia tem a ver com a psicoterapia? A fono trabalha com a comunicação em todos os seus aspectos, enquanto que a psicoterapia trabalha com a qualidade dessa comunicação, com a qualidade nas conexões que a gente tem com as pessoas. E o que é uma conexão? Não é uma comunicação?
Durante a entrevista com os pais, eu me apresento como fonoaudióloga sistêmica, porque minha terapia não é centrada no paciente, mas sim, de forma ampla, abrange todo o sistema que ele está inserido.