Meu marido toma venlift OD, toma cerveja o dia inteiro, dorme nas mesas e não se lembra de nada, ele

7 respostas
Meu marido toma venlift OD, toma cerveja o dia inteiro, dorme nas mesas e não se lembra de nada, ele diz não ser alcoólatra mas bebe todos os dias com essa medicação. Isso pode acarretar alguma coisa?
Dr. Daniel Azevedo Cavalcante
Psiquiatra
São Paulo
Olá! Acredito que esteja bem preocupada com o fato de seu marido beber tanto estando em uso de um antidepressivo. Porém, mais do que a associação do álcool com o remédio, o que mais preocupa aqui é esse padrão de consumo que você relatou, o qual pode acarretar problemas cada vez mais graves para ele mesmo e para os que convivem com ele. O venlafaxina, por sua vez, pode torná-lo ainda mais sensível aos efeitos do álcool, o que agravaria ainda mais as consequências desse consumo. Recomendo fortemente abordar esse assunto em uma próxima consulta.
Cordialmente.

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O problema não é a interação do alcool com a medicação, mas sim do alcool em si. Seja qual for o motivo pelo qual ele está tomando Venlift (se depressão, ansiedade, ou qualquer outro diagnóstico), o álcool vai piorar bastante o quadro dele.

Para deixar o entendimento de forma mais simples a meus pacientes, eu costumo comparar esta situação com o paciente que tem diabetes, toma insulina, e "vive na confeitaria comendo doce". Ou seja: por um lado ele tenta melhorar alguma coisa com o Venlift, e por outro fica estragando com o álcool. Quase como "tentar tirar água de uma canoa furada".

Sugiro conversar com o médico que prescreveu Venlift a ele. Espero ter ajudado.
Dr. Thiago Reis
Psiquiatra
Teresina
O padrão dele é de abuso de álcool e o ideal seria abordar isso em uma consulta. O venlift não tem indicação para tratamento de abuso alcoólico e pode causar/facilitar alterações do humor, cardíacas ou de concentração de sódio no sangue em casos de consumo excessivo de álcool, dentre outras.
A preocupação maior está no uso abusivo de álcool que seu marido está apresentando. O uso do Venlift é o menor dos problemas. Sugiro que, na próxima consulta com o psiquiatra, seja relatado esse padrão de uso abusivo erílico, que é extremamente prejudicial.
Dra. Samira Wakim
Psiquiatra
Rio de Janeiro
O preocupante nesta questão é o abuso de bebidas alcóolicas. O fato dele não se lembrar de nada se deve a quantidade de álcool ingerida e o tempo que já faz uso de bebidas alcoólicas. Este esquecimento é uma evolução do alcoolismo, pois é uma doença. Isto é denominado Blecaute, esquecimento de tudo. Não é recomendado associação de bebidas alcoólicas com antidepressivo, no caso Venlift. Ele nega ser alcoólatra, mas segundo o padrão que descreveu é alcoólatra sim e deve ser tratado, caso contrário, a doença vai evoluir, ou seja piorar. Um abraço.
Dra. Fernanda Souza de Abreu Júdice
Psiquiatra, Médico perito, Médico clínico geral
Rio de Janeiro
O uso de Venlift OD (venlafaxina de liberação prolongada) junto com o consumo diário e excessivo de cerveja é bastante preocupante e pode acarretar vários problemas sérios. A venlafaxina atua no sistema nervoso central para tratar ansiedade e depressão, e o álcool, por sua vez, é um depressor do sistema nervoso, que pode potencializar efeitos colaterais do remédio, como sonolência, tontura, dificuldade de concentração e piora do quadro psiquiátrico.

Beber dessa forma diária, especialmente em quantidades que levam a perder a memória e dormir em locais inadequados, indica um padrão de uso prejudicial, que pode evoluir para dependência. O álcool pode interferir na eficácia da venlafaxina, tornando o tratamento menos eficaz ou até ineficaz, e ainda aumentar o risco de episódios de descompensação, agravamento da ansiedade e depressão, além de trazer riscos físicos, como danos ao fígado e ao cérebro.

É muito importante que seu marido busque ajuda profissional especializada para tratar o uso do álcool junto com a questão da saúde mental. Essa combinação, se não controlada, pode levar a consequências graves para a saúde física e emocional dele.

Se quiser, posso ajudar a orientar os próximos passos para que ele tenha o suporte necessário e um acompanhamento seguro. Estou à disposição para ajudar vocês nessa jornada.

Esse conteúdo é apenas informativo e não substitui uma avaliação médica individualizada.
Dra. Camila Cirino Pereira
Neurologista, Médico do sono, Psiquiatra
São Paulo
Sim, a associação entre o Venlift OD (cloridrato de venlafaxina) e o consumo diário de álcool é potencialmente perigosa e pode causar efeitos neurológicos, cognitivos e comportamentais importantes, além de comprometer seriamente a eficácia do tratamento. A venlafaxina é um antidepressivo da classe dos inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (ISRSN), usado no tratamento de depressão, ansiedade generalizada, pânico e transtornos de humor. Quando combinada com o álcool, que é um depressor do sistema nervoso central, ocorre um conflito farmacológico direto: o antidepressivo tenta estabilizar os neurotransmissores, enquanto o álcool os desregula — o que leva a oscilações de humor, confusão mental, sonolência excessiva e lapsos de memória, exatamente como você descreveu. Além disso, essa combinação aumenta o risco de efeitos colaterais graves, como: 1⃣ Sedação intensa e desmaios — o álcool potencializa o efeito sedativo da venlafaxina, fazendo com que a pessoa adormeça em locais inapropriados e perca a consciência. 2⃣ Amnésia e lapsos de memória — o álcool prejudica a consolidação da memória no hipocampo, e a venlafaxina pode acentuar esse efeito, levando a episódios de “apagão”. 3⃣ Aumento da toxicidade hepática e cardíaca — ambos os compostos são metabolizados no fígado e podem elevar enzimas hepáticas, causar taquicardia, palpitações e alterações de pressão. 4⃣ Risco de síndrome serotoninérgica — quando há excesso de serotonina no cérebro, especialmente se o álcool for combinado com outros medicamentos ou drogas, podendo causar agitação, febre, confusão e tremores. 5⃣ Piora do quadro depressivo e dependência — o álcool reduz o efeito antidepressivo da venlafaxina e pode induzir uma “depressão alcoólica secundária”, em que o uso da bebida se torna uma forma de automedicação emocional. O fato de seu marido afirmar não ser alcoólatra, mesmo bebendo todos os dias e apresentando perda de controle e amnésias, indica negação típica do transtorno por uso de álcool, que é uma doença crônica e progressiva, não uma escolha moral. O mais indicado é procurar ajuda médica especializada, preferencialmente com neurologista ou psiquiatra, e incluir apoio psicológico e grupos familiares (como Al-Anon e AA), pois a recuperação depende de uma abordagem integrada. Se houver resistência em aceitar tratamento, é importante que você receba orientação individual para aprender a estabelecer limites e evitar o esgotamento emocional. Essa situação exige cuidado e acolhimento, mas também firmeza. Reforço que esta resposta tem caráter informativo e não substitui uma consulta médica individual. O acompanhamento com seu neurologista é essencial para confirmar o diagnóstico e garantir segurança no uso. Coloco-me à disposição para ajudar e orientar, com consultas presenciais e atendimento online em todo o Brasil, com foco em neurologia clínica, dependência química, saúde mental e regulação neurofuncional, sempre com uma abordagem técnica, empática e humanizada. Dra. Camila Cirino Pereira - Neurologista | Especialista em TDAH | Especialista em Medicina do Sono | Especialista em Saúde Mental CRM CE 12028 | RQE Nº 11695 | RQE Nº 11728

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