Minha mãe foi diagnosticada com AMS, depois de alguns anos fazendo o tratamento para Parkinson. Gost

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Minha mãe foi diagnosticada com AMS, depois de alguns anos fazendo o tratamento para Parkinson. Gostaria de saber como essa doença ira afetar a lucidez dela? Visivelmente percebesse o avanço da doença, mas como ela tem uma dificuldade enorme para falar, não consigo ter muito certeza sobre a lucidez.
Dr. Danton Dantas
Neurologista
Rio de Janeiro
Olá,
Dentre as doenças que inicialmente se apresentam semelhantes ao Parkinson, conhecidas genericamente como Parkinsonismo Atípico, a Atrofia de Múltiplos Sistemas caracteristicamente é a que apresenta uma maior preservação da lucidez e do quadro cognitivo em geral, até mesmo em fases mais avançadas da doença.
Desejo melhoras e o melhor conforto à sua mãe. Um abraço.

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Dra. Patricia Gomes Damasceno
Neurologista, Médico do sono, Neurofisiologista
Fortaleza
Excelente pergunta — e muito relevante, pois a Atrofia de Múltiplos Sistemas (AMS) é uma doença neurodegenerativa rara, que pode inicialmente se parecer com o Parkinson, mas tem evolução e características distintas, especialmente quanto à função autonômica, equilíbrio e fala. A AMS é causada pela degeneração progressiva de múltiplas áreas do sistema nervoso, incluindo o tronco encefálico, cerebelo e gânglios da base, que são responsáveis pelo controle dos movimentos, da pressão arterial e de funções automáticas do corpo. Por isso, os sintomas mais marcantes são rigidez, instabilidade postural, dificuldade para falar e engolir, hipotensão e disfunções urinárias ou intestinais. Em relação à lucidez e às funções cognitivas, há uma diferença importante em relação à doença de Parkinson e à demência: na maioria dos pacientes com AMS, a consciência e o raciocínio permanecem preservados durante boa parte da evolução. Isso significa que, mesmo que sua mãe apresente fala lenta, voz baixa e dificuldade para se expressar, ela provavelmente entende o que está acontecendo, pensa de forma coerente e mantém lucidez. O que muda é a capacidade de expressar o pensamento, não o conteúdo do pensamento em si. Com o tempo, no entanto, a lentificação motora e da fala (disartria) podem ser tão intensas que dificultam a comunicação, levando à impressão de confusão ou desorientação — quando, na verdade, o problema é expressivo e motor, não cognitivo. Em alguns casos avançados, pode haver leve lentidão cognitiva ou apatia emocional, mas a demência verdadeira é incomum na AMS. Um recurso valioso é o uso de técnicas alternativas de comunicação — como pranchas visuais, gestos, escrita ou aplicativos de fala assistida —, que permitem confirmar se a lucidez e a compreensão permanecem intactas. Além disso, a fonoaudiologia neurológica é essencial para preservar a comunicação e evitar complicações da deglutição. Em resumo: a Atrofia de Múltiplos Sistemas geralmente não compromete a lucidez nas fases iniciais e intermediárias, mas dificulta a comunicação verbal. Com o avanço, podem surgir apatia e lentidão, sem perda total da consciência. Portanto, mesmo que sua mãe não consiga se expressar bem, ela provavelmente compreende e raciocina normalmente, o que torna ainda mais importante manter contato afetivo, estímulo cognitivo e suporte multidisciplinar. Reforço que esta resposta tem caráter informativo e não substitui uma consulta médica individual. O acompanhamento com o neurologista é essencial para ajustar o tratamento, planejar estratégias de comunicação e garantir conforto e qualidade de vida. Coloco-me à disposição para ajudar e orientar, com consultas presenciais e online em todo o Brasil, com foco em neurologia clínica, distúrbios do movimento, Atrofia de Múltiplos Sistemas e medicina do sono, sempre com uma abordagem técnica e humanizada. Dra. Patrícia Gomes Damasceno – Neurologista | Especialista em Medicina do Sono | CRM 11930-CE | RQE nº 7771 | RQE nº 8082
Dra. Camila Cirino Pereira
Neurologista, Médico do sono, Psiquiatra
São Paulo
A Atrofia de Múltiplos Sistemas (AMS) é uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta múltiplas áreas do sistema nervoso central — incluindo estruturas responsáveis pelo movimento, controle autonômico, equilíbrio, fala e funções cognitivas. Ela compartilha sintomas com o Mal de Parkinson, motivo pelo qual muitos pacientes inicialmente recebem esse diagnóstico, mas com o tempo surgem sinais que indicam um quadro mais complexo. Em relação à lucidez, é importante destacar que, diferentemente de doenças como o Alzheimer ou a demência frontotemporal, a AMS tende a preservar a cognição e a consciência por um longo tempo, especialmente nas fases iniciais e intermediárias. Ou seja, sua mãe provavelmente continua lúcida, compreendendo o que ocorre à sua volta, mas tem grande dificuldade de expressar-se por causa da disartria (fala lenta e travada) e de problemas motores que dificultam a articulação da linguagem, a escrita e os gestos. Essa dificuldade de comunicação pode gerar a impressão de perda de lucidez, quando na realidade o pensamento permanece relativamente intacto. A AMS, porém, afeta de forma significativa o sistema motor e autonômico, e isso explica o avanço visível dos sintomas. Os principais comprometimentos são: 1. Rigidez e lentidão muscular (parkinsonismo) — semelhantes ao Parkinson, mas menos responsivos à levodopa; 2. Instabilidade postural e quedas frequentes, devido à degeneração do cerebelo; 3. Alterações autonômicas — como queda de pressão ao levantar (hipotensão ortostática), retenção urinária ou incontinência, constipação e distúrbios de temperatura corporal; 4. Disartria e disfagia — dificuldade de articular palavras e engolir, que progridem com o tempo; 5. Distúrbios do sono e respiração, incluindo roncos altos e apneia. Em fases mais avançadas, podem surgir flutuações cognitivas leves, como lentidão no raciocínio, desatenção e dificuldade para processar informações complexas — mas a lucidez e o reconhecimento das pessoas costumam permanecer preservados até as etapas mais tardias. O comprometimento da fala e da coordenação frequentemente gera sofrimento emocional, pois o paciente entende o que ocorre, mas não consegue se comunicar plenamente. Por isso, estratégias de comunicação alternativa são fundamentais, como uso de quadros com letras, gestos, expressões faciais, tablets com voz sintetizada ou simples piscar de olhos combinado a “sim” e “não”. O tratamento é multidisciplinar e visa manter a qualidade de vida, reduzindo sintomas e prevenindo complicações. As abordagens incluem: • Neurologista — ajusta medicamentos antiparkinsonianos (levodopa, amantadina), que podem aliviar rigidez e lentidão, embora a resposta seja parcial; • Fonoaudiólogo — trabalha fala e deglutição, orientando sobre consistência alimentar e exercícios orofaciais; • Fisioterapeuta e terapeuta ocupacional — auxiliam no equilíbrio, força muscular e adaptação domiciliar; • Psicólogo e equipe de apoio familiar — fundamentais para lidar com o impacto emocional da doença; • Cuidados paliativos neurológicos, em estágios avançados, com foco em conforto e dignidade. Em resumo: na AMS, a lucidez geralmente permanece preservada durante boa parte da evolução, e o que muda é a capacidade de expressão verbal e física. A dificuldade para falar não significa perda cognitiva, mas sim limitação motora e de coordenação. O acompanhamento próximo e uma equipe interdisciplinar são essenciais para garantir conforto, segurança e comunicação eficaz. Reforço que esta resposta tem caráter informativo e não substitui uma consulta médica individual. O acompanhamento com seu neurologista é essencial para confirmar o diagnóstico e garantir segurança no uso. Coloco-me à disposição para ajudar e orientar, com consultas presenciais e atendimento online em todo o Brasil, com foco em neurologia clínica, doenças neurodegenerativas e regulação neurofuncional, sempre com uma abordagem técnica, empática e humanizada. Dra. Camila Cirino Pereira – Neurologista | Especialista em TDAH | Especialista em Medicina do Sono | Especialista em Saúde Mental CRM CE 12028 | RQE Nº 11695 | RQE Nº 11728
 Mariana Ribeiro
Neurologista
Rio de Janeiro
A Atrofia de Múltiplos Sistemas (AMS) é uma condição neurodegenerativa que pode causar sintomas parecidos com os da Doença de Parkinson, como rigidez, lentidão e alterações na fala. A lucidez e a memória podem permanecer preservadas por boa parte da evolução, porém cada caso deve ser avaliado individualmente. Em relação à fala, o acompanhamento próximo com o neurologista e o suporte de fonoaudiólogo são fundamentais para manter a comunicação e o conforto da paciente.

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