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Olá! Gostaria de saber se a Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) é reconhecida como possível tratamento para TDAH e se já existem evidências científicas de sua eficácia. Se sim, em quais tipos de sintomas do TDAH ela funcionaria melhor? Tenho diagnóstico recente de TDAH, tomo Venvanse e faço terapia. Tentei a Cognitivo-Comportamental por algum tempo porque sei que é a mais indicada para TDAH, mas optei para voltar para a psicanálise (que gosto muito e tenho mais experiência) porque estou também passando por um processo de luto que exacerbou o meu quadro depressivo. Sou uma mulher de 41 anos e sempre tive prejuízos na minha vida profissional, acadêmica e financeira por conta das minhas dificuldades relacionadas às funções executivas, especialmente horários, procrastinação, organização, motivação e foco. Sei que o processo de tratamento da depressão e do TDAH é lento, ainda mais porque tenho traumas e prejuízos acumulados por anos sem diagnóstico, mas gostaria de saber se há algum tipo de terapia (como a EMT, por exemplo) que poderia de certa forma "acelerar", ou ao menos facilitar o tratamento. Sofro constantemente com a sensação de já ter perdido muito tempo e muitas oportunidades ao longo da vida, e com o diagnóstico veio um certo sendo de urgência pra melhorar, correr atrás do tempo perdido, e tentar reverter ao menos um pouco dos prejuízos acumulados ao longo dos meus 41 anos de idade.
Desde já, agradeço as respostas e qualquer orientação que puderem me oferecer.
Boa noite,

Primeiramente, sinto muito por estar se sentindo assim. O tratamento padrão ouro para o THAH são os psicoestimulantes (ex: ritalina*, venvanse*). Infelizmente, não há nada que se possa fazer para acelerar os resultados do tratamento, até porque eles não dependem apenas do remédio. É sempre importante alinhar as expectativas em relação ao mesmo e entender o contexto de vida em que o paciente está. Traumas atuais, passados, situações estressantes, tudo isso influencia no processo e evolução do tratamento. Por isso, é sempre bom associar a terapia com um bom psicólogo/a, em que pode ser abordado e acompanhado situações que o remédio não consegue agir.
Muitas vezes o tratamento para a saúde mental é uma construção que nem sempre é rápida.
Achar bons profissionais que te acolham e estejam junto com você nesse processo é fundamental.





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Olá! A Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) é sim reconhecida como uma possibilidade terapêutica para o TDAH, especialmente em adultos. Ainda não é o tratamento de primeira linha, mas os estudos vêm mostrando resultados promissores, principalmente em sintomas ligados à atenção, foco e funções executivas. Além disso, ela pode ajudar bastante quando há comorbidades como depressão, o que parece ser o seu caso nesse momento.

Você já está fazendo um tratamento bastante sólido com o Venvanse e a psicoterapia, e é totalmente compreensível sua escolha pela psicanálise, especialmente por estar atravessando um luto. A EMT pode sim ser uma aliada para facilitar o processo terapêutico e ajudar a reduzir sintomas que atrapalham sua motivação, clareza e organização.

Entendo muito esse sentimento de urgência que surge com o diagnóstico e a vontade de recuperar o tempo perdido — e ele pode ser um bom impulso, desde que com cuidado para não virar cobrança excessiva. O mais importante é saber que agora você tem o diagnóstico, as ferramentas certas e está no caminho certo. Estou à disposição para te ajudar no que for possível.
Dr. Felipe Ventura
Psiquiatra
Jerônimo Monteiro
Olá! Sua pergunta é extremamente pertinente — e sua trajetória, muito compreensível. Vamos por partes.

A Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) é sim reconhecida como uma possibilidade terapêutica para o TDAH, embora ainda não seja considerada tratamento de primeira linha. Ela já é aprovada pela ANVISA para depressão resistente e, mais recentemente, tem ganhado espaço como estratégia complementar em transtornos como TDAH, especialmente em adultos.

No caso do TDAH, os estudos com EMT ainda estão em fase de desenvolvimento, mas as evidências têm sido progressivamente mais promissoras. Os protocolos mais estudados costumam focar em estimular o córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo, uma área cerebral associada às funções executivas, controle inibitório, organização, planejamento e regulação emocional — justamente os domínios onde você relata ter mais dificuldades. Algumas pesquisas também sugerem efeitos positivos sobre a atenção sustentada e a impulsividade.

Embora a resposta ao tratamento varie de pessoa para pessoa, a EMT pode ajudar a "destravar" certos circuitos cerebrais, facilitando o engajamento com outras terapias (medicamentosa, psicológica, ocupacional), acelerando a resposta clínica em alguns casos ou quebrando ciclos de inércia cognitiva e desmotivação.

Dito isso, é importante deixar claro que a EMT não substitui a medicação ou a psicoterapia — mas pode ser uma aliada potente, especialmente quando há comorbidades, como o episódio depressivo que você mencionou. Inclusive, há quem responda melhor à EMT no contexto de TDAH com humor deprimido, por haver sobreposição de circuitos neurais envolvidos.

Sua decisão de voltar à psicanálise também é totalmente válida. No luto e nos impactos acumulados ao longo da vida, a psicanálise pode oferecer um espaço valioso para elaborar essas vivências. No entanto, como você mesma identificou, as funções executivas e os comportamentos do dia a dia tendem a se beneficiar mais de abordagens estruturadas, como a Terapia Cognitivo-Comportamental, a Terapia Comportamental Dialética (DBT) ou o Coaching Cognitivo para TDAH. Pode ser interessante pensar em uma combinação, ou incluir algum suporte prático paralelo que ajude a lidar com tarefas, agendas, metas e prioridades de forma mais objetiva.

Agora, sobre essa sensação de urgência — ela é muito comum após o diagnóstico em idade adulta. Parece que, de repente, tudo faz sentido, mas ao mesmo tempo vem a frustração de pensar "quanto tempo eu perdi?". Essa dor é legítima, mas é importante reconhecer que a descoberta é, por si só, um ponto de virada, e você está agindo sobre isso agora, com tratamento, autoconhecimento e busca ativa por alternativas. Isso já é um passo gigante.

Por fim, sim, existem formas de tornar o caminho menos árido e mais eficaz. A EMT pode ser uma delas, desde que realizada com indicação adequada, equipe qualificada e monitoramento conjunto com seu psiquiatra. Também vale explorar, com cautela e acompanhamento, estratégias complementares como neurofeedback, mindfulness estruturado, atendimento multiprofissional, e recursos como organizadores visuais, apps de foco e gerenciamento de tempo, que muitas vezes são subestimados, mas têm efeito real na vida prática.

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