Nicolle Magagnin

Bom dia! A ansiedade é um dos sintomas mais recorrentes na clínica, acredito que isso se deva principalmente por vir acompanhada de grande desconforto de como se manifesta no corpo. A sua descrição parece bem típica "taquicardia, sensação de aperto no peito e respiração ofegante". Se já realizou exames médicos que consideram o seu hábito de vida (tabagismo, prática de atividade física...) e foi descartada a possibilidade de ser problema no coração e pulmão, bem como outros problemas comuns de nossos tempos como a hipertensão, por ex, então pode-se partir para um sintoma psíquico. Se compreendi o médico lhe receitou medicação para ansiedade para agir nesses sintomas que relatou, é importante acompanhar com o médico como vai responder a medicação. A psicoterapia ou a psicanálise são muito bem-vindas com certeza! Com a ansiedade estamos frente a um sintoma que fala de mente e corpo, as causas podem ser complexas e quando as descobrimos sabemos quais são as nossas questões e o que pode nos ajudar a conseguir fazer diferente frente a um problema. Inclusive, falar em terapia já é um efeito terapêutico importante: permite dar outra saída ao sintoma que antes não tinha como sair, e se manifestava no corpo. Espero contribuir com a questão da pertinência de um trabalho psíquico nos casos de ansiedade.

Bom dia! Parece-me que você já vinha com alguns diagnósticos médicos. A gastrite e a síndrome do intestino irritável não é "só um problema do corpo", podem se desenvolver por conta do estresse ou de algum episódio traumático. Dando um ex bem simples do dia-a-dia, é muito comum que uma pessoa, mesmo sem qualquer diagnóstico médico, após receber uma notícia muito ruim ou boa, ou quando uma data importante se aproxima, precise correr pro banheiro. Isso mostra o quanto o emocional afeta especialmente algumas partes do corpo (estômago, intestino, a respiração 'pulmão'...)! Além disso, depois que descobriu a gastrite e a síndrome, imagino que isso exigiu de você abrir mão de alguns prazeres. O tratamento exige uma dieta restritiva e investir em alguma atividade que alivie o estresse. Mas aí que vem o momento difícil que enfrentamos de pandemia: mais restrições e ficamos mais sujeitos a informações que nos lembram toda hora o que pode acontecer se não vivermos com alguns limites.
Respondendo a sua pergunta: é emocional e o emocional se manifesta no corpo. É preciso começar a ver com outros olhos, algumas coisas que gosta não pode comer, mas pode adaptar, pode descobrir outras coisas gostosas de comer!
Acho que tanto um nutricionista quanto um psicólogo pode ajudar a encontrar outros modos de ter prazer na vida, apesar do limite do nosso corpo. Tanto os seus diagnósticos quanto a pandemia revelam que o corpo tem limite e que não é possível fazer o que queremos no tempo que queremos. As vezes precisamos encontrar outros modos de ter satisfação na vida. Espero ter contribuído um pouco relacionando as suas falas! Abç.