A questão dos impulsos sempre esteve representada nos registros de várias culturas ao longo do desenvolvimento da nossa espécie. Entre os deuses, o impulso era um elemento permanente ora relacionado ao ato de criação produtiva, ora relacionado a intrigas e desavenças. Na Filosofia grega, o impulso foi tema de praticamente todos os pensadores ora como elemento inerente à natureza, ora como elemento essencial da transformação humana. Com o avanço da ciência médica, mais especificamente da psiquiatria e da psicologia, as formas de abordagens se multiplicaram. Muito em razão também dos avanços industriais e do controle de doenças e fome. A diferença entre necessidade e demanda ficou evidente. É bem provável que uma pessoa moradora de uma cidade como São Paulo, Londres ou Mumbai coma melhor ou tenha mais oferta de comida do que Luís XIV, o homem mais rico do mundo em sua época. É bem provável que a oferta de entretenimento nos últimos 10 anos supere a oferta de entretenimento nos últimos 1000 anos, quiçá, 2000!
O amplo hiato entre necessidade e demanda fez com que o grande debate sobre os impulsos humanos migrasse para a pesquisa sobre os efeitos da impulsividade no comportamento humano.
O Transtorno do Controle do Impulso (TCI) é um grupo de condições psicológicas caracterizadas pela dificuldade do indivíduo em resistir a impulsos ou desejos intensos.O Transtorno do Controle do Impulso (TCI) é um grupo de condições psicológicas caracterizadas pela dificuldade do indivíduo em resistir a impulsos ou desejos intensos, mesmo quando isso pode trazer consequências negativas para si ou para os outros. Esse transtorno pode impactar significativamente a vida pessoal, profissional e social do indivíduo.
Os três aspectos principais que caracterizam o grupo de TCI são: aspectos impulsivos (falta de premeditação ou consideração das consequências); aspectos compulsivos (comportamentos repetitivos com falta de autocontrole); um comportamento negativo ou prejudicial para si mesmo ou para os outros (Gatto; Aldinio, 2019).
No Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5-TR são identificados: Transtorno de Oposição Desafiante (TOD), caracterizado por um padrão de humor raivoso/irritável, comportamento questionador/desafiante, Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), com explosões de raiva: agressão verbal ou física, desproporcionais à situação. Além disso, o Transtorno da Conduta, com padrão repetitivo de comportamento agressivo, desafiador ou anti social que viola normas sociais e direitos de terceiros. Destaca-se ainda a Piromania, explicada como um fascínio incontrolável por atear fogo em objetos ou lugares, e a Cleptomania: compulsão incontrolável por roubar objetos.
Outras condições associadas ao impulso, frequentemente tratadas em diversos serviços de saúde mental em todo o Brasil são:
Os transtornos de controle de impulsos (TCI) são multifatoriais, com causas que incluem fatores genéticos, neurobiológicos, psicológicos e ambientais, como histórico familiar, experiências traumáticas, estresse e uso de substâncias.
Estudos sugerem uma predisposição genética para TCI, com histórico familiar sendo um fator de risco. Além disso, desequilíbrios nos neurotransmissores, como serotonina e dopamina, e disfunções no sistema de recompensa do cérebro, podem estar envolvidos.
Experiências traumáticas na infância, estresse crônico, falta de habilidades de enfrentamento e comorbidades psicológicas (como ansiedade, depressão e transtorno bipolar) são considerados como fatores de risco para o desenvolvimento de TCI. Por fim, influências ambientais, como abuso de substâncias, podem agravar ou desencadear TCI. A atuação do psicólogo é fundamental nesses casos, ajudando a identificar padrões de comportamento e desenvolver estratégias de regulação emocional. Por fim, influências ambientais, como abuso de substâncias, podem agravar ou desencadear TCI.
É possível que quadros de envolvem essa condição estejam subdiagnosticados. Isso se deve ao fato de, frequentemente, estarem associados a avaliações morais tais como preguiça, falta de inteligência ou vontade, inescrupulosidade dentre outras. No entanto, a avaliação clínica criteriosa leva, inevitavelmente, à identificação de diversos problemas enfrentados pelo paciente, em alguns casos por toda a vida e com grandes prejuízos ao desenvolvimento físico, psicológico e social.
O tratamento para os Transtornos do Controle do Impulso é normalmente integrativo, o que significa dizer que intervenções psiquiátricas, psicológicas, farmacológicas e comportamentais são combinadas de modo a recobrir o amplo espectro de sintomas experimentados pelos pacientes. Muitas vezes o tratamento implicará no desenvolvimento de estruturas organizadas de tratamento e apoio: dietas alimentares, grupos de apoio, suporte jurídico e, principalmente, acompanhamento médico e psicológico.
Importante dizer que o diagnóstico dos quadros psiquiátricos e psicológicos não é linear. Sua identificação é processual e depende de ampla adesão do paciente ao tratamento. Frequentemente confundido com suas comorbidades, o diagnóstico dos Transtornos do impulso requerem avaliação técnica específica. Importante consultar um especialista.
Referências:
Psicólogo São Paulo | Psicólogo Rio de Janeiro | Psicólogo Brasília | Psicólogo Salvador | Psicólogo Manaus | Psicólogo Curitiba | Psicólogo Online | Ver todas as cidades
A publicação do presente conteúdo no site da Doctoralia é feita sob autorização expressa do autor. Todo o conteúdo do site está devidamente protegido pela legislação de propriedade intelectual e industrial.
O site da Doctoralia Internet S.L. não substitui uma consulta com um especialista. O conteúdo desta página, bem como os textos, gráficos, imagens e outros materiais foram criados apenas para fins informativos e não substituem diagnósticos ou tratamentos de saúde. Em caso de dúvida sobre um problema de saúde, consulte um especialista.