Dra. Cássia Kusnir

O registro eletrocardiográfico da arritmia, bem como a correlação com os sintomas é muito importante para o diagnóstico. Alterações na função da tireóide, uso de substâncias estimulantes, álcool, drogas, distúrbios hidroeletrolíticos e até mesmo a insuficiência coronariana podem ser causa de arritmia sem necessariamente apresentar anormalidade ao ecocardiograma. Existem taquicardias regulares que se manifestam em crises de início e término súbitos que não apresentam alteração ao ecocardiograma e nem mesmo ao eletrocardiograma (fora da crise) e são originadas por fibras acessórias atrioventriculares que podem ser mapeadas e eliminadas por meio de procedimento invasivo proporcionando a cura definitiva da arritmia. É necessário avaliação cardiológica adequada.

O flutter atrial típico está relacionado a atividade elétrica organizada com origem no átrio direito, em geral se manifesta com frequencia alta, necessita de anticoagulação para evitar formação de trombos. Atualmente, o melhor tratamento é a ablação por radiofrequencia para realização de linha de bloqueio no istmo cavotricuspídeo (região inferior do átrio direito) com perspectiva de cura total da arritmia. O flutter também pode ser secundário a áreas cicatriciais nos átrios, mas também com possibilidade de cura com a ablação por radiofrequencia. Medicações antiarritmicas, anticoagulação oral e a cardioversão podem ser uma forma de tratamento enquanto se aguarda a ablação por radiofrequencia. O importante é promover o tratamento adequado o quanto antes pois a persistência do flutter atrial pode evoluir com aumento de cavidade atrial, desorganização elétrica e degeneração para fibrilação atrial e aí uma arritmia benigna com possibilidade de cura muda de prognóstico.