Dra. Nicole Gil Godinho

Olá!
Respondendo a sua pergunta: É possível, porém, não é provável.
Ao pensarmos em um processo diagnóstico a partir dos sintomas relatados precisamos partir do pressuposto multifatorial, sendo o fisiológico (tal como a doença de Alzheimer) uma dessas hipóteses e não a única hipótese.
Atualmente o processo biológico para diagnóstico de Alzheimer conta com a análise sanguínea detalhada para identificar o processamento proteico, exames de imagem e alguns testes, habitualmente administrados por um neurologista.
No âmbito psíquico também contamos com a análise sobre as circunstâncias do que se absorve e o que se deixa de absorver.
Como psicanalista, cuja área se detém nas áreas inconscientes, aponto também que o ato de esquecer nem sempre está relacionado a uma "falha" no processamento, mas também como uma manifestação do seu desejo. Seja sobre o desejo de não estar nestas situações em que se vê, seja o desejo de não absorver mais informações (também associado ao burnout), seja o desejo de se ater a múltiplas informações simultaneamente e não conseguindo processar todas.
Em ambos os cenários, sendo de ordem biológica ou psíquica os dois campos precisam ser considerados e administrados conjuntamente. A hipótese diagnóstica de Alzheimer bem como os sintomas que você relata certamente vêm proporcionando angústias que podem ser administradas em um processo analítico, me coloco a sua disposição para lidarmos mais profundamente com estas questões e elaborarmos caminhos psíquicos que te dêem substância para lidar com estes desafios. Desde já agradeço a atenção.

Olá, a pseudociese (gravidez psicológica) é uma das tantas somatizações, ou seja, manifestações no corpo físico da psiquê. Desta forma, é seguro dizer que a psudociese vem de manifestações inconscientes do seu desejo, o que inclui tanto o desejo declarado de gestar como o medo de gestar.

Na gravidez psicológica o cérebro desencadeia a liberação de hormônios, tais como estrogênio e prolactina, responsáveis por alguns sintomas comuns na gestação de forma crível mesmo que biologicamente a gestação não se concretize. É considerada uma condição psicológica e frequentemente relacionada a situações traumáticas em que quando há o desejo de gestar isto esteve impossibilitado para a paciente ou interrompido de alguma forma e quando não há o desejo de gestar as intercorrências que façam com que a paciente seja confrontada com esta possibilidade (mesmo que remota) pode interferir na produção dos já citados hormônios e gerar os sintomas gravídicos.

Vale ressaltar que estas considerações são genéricas e inferidas na experiência clínica e que a pseudociese pode se dar diferentes camadas insconcientes de cada paciente e mesmo que os sintomas sejam dissolvidos é necessário o acompanhamento analítico para elaborar as angústias relacionadas ao acontecido e às questões que levaram ao acontecimento. Me coloco a disposição para acessarmos estes conteúdos a fim de que você possa encontrar um lugar de fala para que as manifestações sintomáticas não sejam o único caminho de elaboração desse conteúdo incosciente.
Desde já fico a disposicão.