A dificuldade em multitarefa afeta a capacidade de gerenciar o tempo?
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A dificuldade em multitarefa afeta a capacidade de gerenciar o tempo?
Oi, tudo bem? Essa é uma excelente pergunta — e sim, a dificuldade em lidar com multitarefas pode impactar diretamente a forma como uma pessoa percebe e gerencia o tempo. Isso acontece porque, do ponto de vista do cérebro, o gerenciamento do tempo depende de uma rede complexa de funções executivas — como atenção, planejamento, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva —, todas elas exigidas quando tentamos realizar várias tarefas simultaneamente.
Quando há sobrecarga de estímulos ou alternância constante de foco, o cérebro gasta energia para “voltar” ao estado anterior cada vez que muda de atividade. Esse processo, chamado de custo de alternância, faz com que o tempo pareça “escorrer” ou desaparecer sem que a pessoa perceba. No fim do dia, vem a sensação de ter feito muito, mas sem concluir o que era mais importante. Você já notou essa sensação de estar ocupado o tempo todo, mas com a impressão de não ter realmente avançado? Esse é um sinal clássico de esgotamento das funções executivas.
Em pessoas autistas, TDAH ou com alta sensibilidade, essa relação pode ser ainda mais evidente. O cérebro tende a hiperfocar em um estímulo de cada vez e, quando forçado a dividir a atenção, perde a noção de sequência temporal. O tempo deixa de ser algo linear e passa a ser percebido em blocos — ou “tudo de uma vez” ou “nada acontece”. Esse padrão é o que muitos descrevem como uma luta constante entre urgência e paralisia.
Do ponto de vista da neurociência, isso tem relação com a comunicação entre o córtex pré-frontal (que organiza o tempo e as prioridades) e o sistema límbico (que reage ao estresse). Quando há ansiedade, o sistema emocional tende a “roubar” recursos cognitivos do pré-frontal, e o cérebro passa a reagir no modo sobrevivência, não no modo planejamento.
Por isso, mais do que tentar fazer tudo ao mesmo tempo, o caminho é treinar o cérebro para a monotarefa — fazer uma coisa por vez, com atenção plena. Paradoxalmente, isso faz o tempo render mais, porque o cérebro deixa de desperdiçar energia com as trocas de foco. No fundo, gerenciar o tempo não é apenas uma questão de agenda, mas de autocontrole neural e emocional. Caso queira, posso te ajudar a entender estratégias para equilibrar isso de forma mais leve e realista.
Quando há sobrecarga de estímulos ou alternância constante de foco, o cérebro gasta energia para “voltar” ao estado anterior cada vez que muda de atividade. Esse processo, chamado de custo de alternância, faz com que o tempo pareça “escorrer” ou desaparecer sem que a pessoa perceba. No fim do dia, vem a sensação de ter feito muito, mas sem concluir o que era mais importante. Você já notou essa sensação de estar ocupado o tempo todo, mas com a impressão de não ter realmente avançado? Esse é um sinal clássico de esgotamento das funções executivas.
Em pessoas autistas, TDAH ou com alta sensibilidade, essa relação pode ser ainda mais evidente. O cérebro tende a hiperfocar em um estímulo de cada vez e, quando forçado a dividir a atenção, perde a noção de sequência temporal. O tempo deixa de ser algo linear e passa a ser percebido em blocos — ou “tudo de uma vez” ou “nada acontece”. Esse padrão é o que muitos descrevem como uma luta constante entre urgência e paralisia.
Do ponto de vista da neurociência, isso tem relação com a comunicação entre o córtex pré-frontal (que organiza o tempo e as prioridades) e o sistema límbico (que reage ao estresse). Quando há ansiedade, o sistema emocional tende a “roubar” recursos cognitivos do pré-frontal, e o cérebro passa a reagir no modo sobrevivência, não no modo planejamento.
Por isso, mais do que tentar fazer tudo ao mesmo tempo, o caminho é treinar o cérebro para a monotarefa — fazer uma coisa por vez, com atenção plena. Paradoxalmente, isso faz o tempo render mais, porque o cérebro deixa de desperdiçar energia com as trocas de foco. No fundo, gerenciar o tempo não é apenas uma questão de agenda, mas de autocontrole neural e emocional. Caso queira, posso te ajudar a entender estratégias para equilibrar isso de forma mais leve e realista.
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Oi, tudo bem? Essa é uma pergunta muito importante, porque toca num ponto em que neurociência e comportamento se cruzam de forma direta. Sim, a dificuldade em lidar com multitarefas pode impactar a percepção e o gerenciamento do tempo — mas não porque a pessoa “não sabe se organizar”. O que acontece é que o cérebro que precisa de foco para funcionar bem tende a se sobrecarregar quando tenta distribuir a atenção entre muitas demandas ao mesmo tempo.
Quando há alternância constante entre tarefas, o sistema executivo do cérebro — responsável por planejar, monitorar e ajustar o comportamento — consome mais energia para “trocar de contexto”. Isso cria uma sensação de tempo mais curto, como se o dia passasse sem que nada fosse realmente concluído. É um pouco como tentar ouvir duas músicas diferentes ao mesmo tempo: o cérebro até capta os sons, mas não consegue acompanhar o ritmo de nenhuma por completo.
Em pessoas autistas, essa sensação pode ser ainda mais intensa. O cérebro autista costuma funcionar com foco mais linear e detalhista, o que significa que mudar de uma atividade para outra exige um “tempo de transição” maior. Se esse tempo não é respeitado, a mente pode entrar em sobrecarga, e a percepção de tempo fica distorcida — minutos parecem horas em meio à confusão, ou o contrário, horas passam sem que se perceba. Você já notou se perde a noção do tempo quando está muito concentrado em algo? E o que acontece quando precisa interromper algo que ainda não terminou?
Gerenciar o tempo, nesse caso, envolve aprender a respeitar o próprio ritmo e criar estratégias que tornem o tempo mais tangível: usar lembretes visuais, cronômetros, blocos de foco com pausas programadas e rotinas previsíveis. Pequenas ancoragens externas ajudam o cérebro a “sentir” o tempo de maneira mais concreta.
Então, sim — a dificuldade em multitarefa pode afetar o gerenciamento do tempo, mas isso não define incapacidade. Define um estilo cognitivo. Quando o cérebro trabalha de acordo com o seu próprio compasso, o tempo deixa de ser inimigo e passa a ser um aliado. Caso precise, estou à disposição.
Quando há alternância constante entre tarefas, o sistema executivo do cérebro — responsável por planejar, monitorar e ajustar o comportamento — consome mais energia para “trocar de contexto”. Isso cria uma sensação de tempo mais curto, como se o dia passasse sem que nada fosse realmente concluído. É um pouco como tentar ouvir duas músicas diferentes ao mesmo tempo: o cérebro até capta os sons, mas não consegue acompanhar o ritmo de nenhuma por completo.
Em pessoas autistas, essa sensação pode ser ainda mais intensa. O cérebro autista costuma funcionar com foco mais linear e detalhista, o que significa que mudar de uma atividade para outra exige um “tempo de transição” maior. Se esse tempo não é respeitado, a mente pode entrar em sobrecarga, e a percepção de tempo fica distorcida — minutos parecem horas em meio à confusão, ou o contrário, horas passam sem que se perceba. Você já notou se perde a noção do tempo quando está muito concentrado em algo? E o que acontece quando precisa interromper algo que ainda não terminou?
Gerenciar o tempo, nesse caso, envolve aprender a respeitar o próprio ritmo e criar estratégias que tornem o tempo mais tangível: usar lembretes visuais, cronômetros, blocos de foco com pausas programadas e rotinas previsíveis. Pequenas ancoragens externas ajudam o cérebro a “sentir” o tempo de maneira mais concreta.
Então, sim — a dificuldade em multitarefa pode afetar o gerenciamento do tempo, mas isso não define incapacidade. Define um estilo cognitivo. Quando o cérebro trabalha de acordo com o seu próprio compasso, o tempo deixa de ser inimigo e passa a ser um aliado. Caso precise, estou à disposição.
Sim. A dificuldade em multitarefa pode afetar a capacidade de gerenciar o tempo, porque a pessoa tende a se perder entre as tarefas, demora mais para retomar o foco e tem maior chance de esquecer etapas importantes.
Isso é comum em quadros de TDAH e ansiedade, onde a atenção sustentada e a organização interna ficam prejudicadas.
Com acompanhamento psicológico, é possível desenvolver estratégias para melhorar o gerenciamento do tempo e reduzir a sobrecarga.
Isso é comum em quadros de TDAH e ansiedade, onde a atenção sustentada e a organização interna ficam prejudicadas.
Com acompanhamento psicológico, é possível desenvolver estratégias para melhorar o gerenciamento do tempo e reduzir a sobrecarga.
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