A predisposição genética é uma causa direta do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) ?

2 respostas
A predisposição genética é uma causa direta do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) ?
 Maisa Guimarães Andrade
Psicanalista, Psicólogo
Rio de Janeiro
A predisposição genética pode sim contribuir para o desenvolvimento do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), mas ela não é, por si só, uma causa direta ou determinante. Do ponto de vista psicanalítico, o ser humano não é resultado apenas da herança biológica, mas de uma complexa articulação entre o que é herdado e o que é vivido, principalmente nas primeiras relações com as figuras parentais.

A genética pode tornar um indivíduo mais sensível emocionalmente, mais reativo ao estresse ou mais vulnerável a rupturas afetivas, mas são as experiências subjetivas — como vínculos instáveis, traumas precoces, falhas no cuidado e na escuta emocional — que moldam a estrutura da personalidade e os modos de lidar com o mundo. Em outras palavras, uma predisposição só ganha forma clínica quando encontra, no ambiente, condições desfavoráveis à construção simbólica da experiência.

A terapia psicanalítica oferece um espaço singular onde essas marcas, muitas vezes inconscientes, podem ser elaboradas. Ao escutar o que está por trás dos afetos intensos, dos conflitos nas relações e da instabilidade emocional, o sujeito pode começar a construir novos sentidos para sua história e desenvolver outras formas de se relacionar consigo mesmo e com os outros. A cura, nesse processo, não se dá por corrigir o que “veio de fábrica”, mas por dar lugar ao que foi vivido de forma insuportável ou silenciada. E é nesse ponto que a análise pode fazer uma grande diferença.

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A predisposição genética pode aumentar o risco para o desenvolvimento do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), mas não é uma causa direta isolada. Fatores genéticos interagem com aspectos ambientais, como experiências adversas na infância, dinâmica familiar e traumas emocionais, contribuindo para a manifestação do transtorno. Por isso, é importante considerar o contexto biopsicossocial de cada pessoa, promovendo acolhimento e intervenções que reconheçam tanto a influência hereditária quanto a importância das vivências individuais.

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