As dificuldades na multitarefa são um déficit ou uma diferença?
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As dificuldades na multitarefa são um déficit ou uma diferença?
No autismo, as dificuldades na multitarefa são mais uma diferença do que um déficit. Elas refletem a forma particular de processar informações e focar a atenção, que costuma favorecer concentração intensa em uma tarefa por vez. Reconhecer isso como uma característica permite adaptar ambientes e estratégias, transformando essa diferença em ponto de força em vez de encará-la como limitação.
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Na psicanálise, não se considera que ter dificuldade em fazer várias coisas ao mesmo tempo seja um “déficit” da pessoa. A multitarefa é uma exigência do mundo atual — trabalho, estudos, tecnologia — que cria a ideia de que devemos ser perfeitos e dar conta de tudo. Freud já dizia que nossa atenção é limitada e que nossa mente está sempre dividida entre o que pensamos e o que sentimos. Lacan complementa mostrando que o sofrimento aparece justamente quando tentamos responder a um ideal impossível: o de sermos totalmente eficientes, rápidos e sem falhas. Ou seja, a frustração não nasce da dificuldade em si, mas do peso das expectativas externas sobre nós.
Cada sujeito tem seu próprio modo de se organizar, se concentrar e se relacionar com o que faz sentido para si. Para uns, focar em uma coisa de cada vez funciona melhor; para outros, alternar tarefas é mais natural. Isso não quer dizer que alguém seja “pior” ou “falho” — apenas que cada um tem um estilo único de funcionamento, como destacam autores contemporâneos que estudam singularidade subjetiva.
Cada sujeito tem seu próprio modo de se organizar, se concentrar e se relacionar com o que faz sentido para si. Para uns, focar em uma coisa de cada vez funciona melhor; para outros, alternar tarefas é mais natural. Isso não quer dizer que alguém seja “pior” ou “falho” — apenas que cada um tem um estilo único de funcionamento, como destacam autores contemporâneos que estudam singularidade subjetiva.
As dificuldades na multitarefa em pessoas autistas são melhor compreendidas como uma diferença cognitiva, e não necessariamente um déficit. Elas refletem um estilo de atenção mais focado e detalhista, que favorece a concentração profunda em uma tarefa de cada vez, mas pode tornar a alternância rápida entre atividades ou o gerenciamento simultâneo de múltiplos estímulos mais desafiador. Essa característica não indica incapacidade geral, mas sim uma forma distinta de processar informações, que pode exigir adaptações ou estratégias específicas para lidar com contextos que demandam multitarefa.
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