Boa noite. meu filho, agora com 1 ano e 2 meses, foi diagnosticado com escafocefalia, devido sagital

3 respostas
Boa noite. meu filho, agora com 1 ano e 2 meses, foi diagnosticado com escafocefalia, devido sagital quase totalmente fechada, visto por tomografia. O perímetro da cabeça dele cresceu acompanhando a curva de crescimento, porém levemente acima da linha máxima. Tem aprendizagem normal, está praticamente andando, balbucia, interage, come muito bem e 80% do tempo está de bem com a vida (rindo e brincando). Mesmo assim, o neurocirurgião indicou cirurgia.
1- Será mesmo necessário cirurgia nesse caso? ou posso esperar e monitorar o desenvolvimento dele?
2 - Existem alguma técnica confiável para acompanharmos regularmente a pressão intracraniana de forma não invasiva?

muito obrigado
Dr. Pedro Kalluf
Neurocirurgião
Salvador
Olá! Nos casos de cranioestenose, o perímetro cefálico pode estar normal ou praticamente normal, mas como o formato da cabeça está alterado, mesmo assim isso pode levar à alterações a longo prazo, não apenas estéticas. Existem monitores não invasivos da pressão intracraniana que podem ser utilizados para avaliação, mas a técnica mais precisa ainda é a punção lombar com medida da pressão. Levando em conta todos esses fatores, pode ser indicada ou não alguma cirurgia, mas caso seja indicada o melhor é que seja feita o mais breve possível.

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Dr. Wilson Morikawa Jr.
Neurocirurgião
São Paulo
ola,
se foi diagnosticado a escafocefalia o tratamento ideal é a realização da cirurgia tanto para melhora estética quanto visando o melhor desenvolvimento cognitivo e motor da criança.
as técnicas não invasivas muitas vezes são pouco sensíveis e pouco específicas para a validação da pressão intracraniana.
Dr. Egmond Alves
Neurocirurgião
Sorocaba
A escafocefalia ocorre quando a sutura sagital do crânio se fecha precocemente, o que altera o formato da cabeça — que tende a se tornar alongada e estreita. Nos casos mais evidentes, essa condição pode restringir o crescimento normal do cérebro, aumentar a pressão intracraniana e provocar alterações cognitivas, visuais ou comportamentais a médio e longo prazo.

No caso do seu filho, que apresenta um bom desenvolvimento neuropsicomotor, interação social adequada, apetite, e curva de crescimento do perímetro cefálico acompanhando (ainda que levemente acima da linha máxima), é compreensível que a família questione a real necessidade de cirurgia.

1. É mesmo necessário operar? Posso apenas acompanhar?
Essa é uma das decisões mais delicadas em neurocirurgia pediátrica. Em linhas gerais:

Se o diagnóstico de sinostose sagital está confirmado por tomografia, o fechamento precoce da sutura está presente — e isso não se reabre espontaneamente.

A cirurgia não tem como objetivo apenas estético: ela visa garantir espaço adequado para o crescimento cerebral ao longo dos primeiros anos de vida, quando o cérebro mais se desenvolve.

Mesmo em crianças com desenvolvimento aparentemente normal agora, algumas podem desenvolver hipertensão intracraniana crônica, alterações de aprendizado, cefaleias e distúrbios de comportamento mais tarde, caso a sinostose não seja tratada.

Por outro lado, em casos muito leves, com crescimento cefálico satisfatório, morfologia craniana aceitável e nenhum sinal clínico de hipertensão intracraniana, alguns médicos optam por apenas monitorar, com exames e acompanhamento regular.

O ideal é ter uma segunda avaliação com neurocirurgião pediátrico experiente, que analise não apenas a tomografia, mas também fotos do crânio, curva de crescimento, desenvolvimento global e histórico familiar.

2. Existe alguma forma não invasiva de acompanhar a pressão intracraniana?
Infelizmente, não existe um método 100% confiável e contínuo não invasivo para medir a pressão intracraniana (PIC) em crianças de forma objetiva. No entanto, alguns exames e sinais clínicos ajudam a acompanhar indiretamente:

Ultrassom transfontanelar com Doppler, enquanto a moleira ainda está aberta — pode sugerir aumento da pressão pela avaliação do fluxo nos vasos cerebrais;

Exames de fundo de olho (pelo oftalmologista), que podem identificar sinais de papiledema (edema do nervo óptico), um marcador de hipertensão intracraniana;

Ressonância magnética com técnicas avançadas (como volumetria cerebral), que pode sugerir alterações relacionadas a pressão aumentada crônica;

Avaliação neuropsicológica, conforme a idade avança, pode mostrar se há atraso sutil no desenvolvimento;

Monitoramento clínico de sintomas: irritabilidade inexplicada, vômitos matinais, lentidão, alterações de comportamento, recusa alimentar ou perda de habilidades são sinais de alerta.

Resumo final para você:

A cirurgia em casos de escafocefalia confirmada é geralmente indicada para prevenir complicações futuras, mesmo que o desenvolvimento atual esteja bom.

No entanto, cada caso deve ser analisado individualmente: alguns casos muito leves podem ser acompanhados de forma segura, com monitoramento cuidadoso.

A pressão intracraniana pode ser acompanhada de forma indireta, mas não existe um marcador 100% preciso não invasivo. Por isso, o julgamento clínico do especialista é fundamental.

Se quiser, posso te ajudar a revisar os exames e discutir os prós e contras da cirurgia com base no caso do seu filho. Ter mais de uma opinião médica pode ajudar muito nesse momento.

Fico à disposição para qualquer orientação. Você está fazendo exatamente o que todo pai amoroso faria: buscar a melhor decisão, com responsabilidade e serenidade.

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