Descobri recentemente que tenho miastenia Gravis, e fui ao neurologista e ele me passou o remédio Me
3
respostas
Descobri recentemente que tenho miastenia Gravis, e fui ao neurologista e ele me passou o remédio Mestinon, deu resultado no começo já faz um mês que tô tomando e não deu mais melhoras, o que pode ser?
Algumas vezes é necessário a associação de outras medicações (imunossupressores) ou ajuste de dose para atingir um bom controle dos sintomas da Miastenia Gravis
Tire todas as dúvidas durante a consulta online
Se precisar de aconselhamento de um especialista, marque uma consulta online. Você terá todas as respostas sem sair de casa.
Mostrar especialistas Como funciona?
Olá, tudo bem com você? Pode ser que a dose atual da medicação não seja a ideal para você. Existem escalas que utilizamos para medir o impacto da Miastenia Gravis na vida do paciente e, a partir disso, decidir pelo aumento do Mestinon ou associar com corticoide por um curto período. Esperto ter ajudado.
Excelente pergunta — e muito importante, pois a Miastenia Gravis é uma doença neuromuscular complexa, de evolução variável, e o uso isolado do Mestinon (piridostigmina) nem sempre é suficiente para manter o controle dos sintomas a longo prazo.
1. Entendendo a Miastenia Gravis:
A miastenia é uma doença autoimune em que o organismo produz anticorpos que atacam os receptores de acetilcolina — substância responsável pela comunicação entre o nervo e o músculo.
Isso faz com que o músculo cante rapidamente e recupere força apenas após o repouso, gerando sintomas como:
Fraqueza nos olhos (pálpebra caída, visão dupla);
Cansaço ao mastigar, falar ou engolir;
Fraqueza em braços e pernas, piorando ao longo do dia;
E, em casos mais severos, dificuldade respiratória.
2. O papel do Mestinon:
O Mestinon (piridostigmina) aumenta a disponibilidade de acetilcolina na junção neuromuscular, melhorando temporariamente a transmissão elétrica e a força muscular.
Por isso, ele costuma melhorar os sintomas rapidamente, mas não trata a causa autoimune da doença — apenas atua nos sintomas.
É comum que, após algumas semanas, o corpo se acostume à dose, e o paciente perceba redução da resposta clínica, especialmente se o processo autoimune continuar ativo.
3. Por que pode ter parado de fazer efeito:
As causas mais comuns incluem:
Progressão natural da doença — o sistema imunológico continua produzindo anticorpos, e o Mestinon sozinho não consegue compensar a falha;
Dose insuficiente ou espaçamento inadequado — a piridostigmina tem ação curta (4 a 6 horas), e pode ser necessário ajustar a dose e o intervalo;
Uso de medicamentos que pioram a miastenia (como antibióticos aminoglicosídeos, betabloqueadores, magnésio, relaxantes musculares);
Fadiga, infecção, estresse ou privação de sono, que agravam os sintomas;
Ou necessidade de iniciar terapia imunossupressora para controlar o processo autoimune de base.
4. Próximos passos recomendados:
O ideal é retornar ao neurologista o quanto antes, pois o manejo da miastenia deve ser individualizado e ajustado conforme a evolução.
O médico poderá:
Solicitar dosagem de anticorpos anti-AChR e anti-MuSK, para confirmar o subtipo da doença;
Avaliar a necessidade de associar imunossupressores (como prednisona, azatioprina, micofenolato ou rituximabe);
Verificar se há timo aumentado (timoma) por meio de tomografia ou ressonância de tórax, que pode exigir cirurgia;
Ajustar a dose e o horário do Mestinon para manter efeito mais constante durante o dia;
Em casos de piora súbita, pode ser indicado tratamento de resgate, como imunoglobulina venosa (IVIG) ou plasmaférese.
5. Cuidados complementares importantes:
Manter alimentação leve e pausas entre as refeições;
Evitar calor excessivo, estresse e privação de sono;
Evitar medicamentos que possam agravar a fraqueza (sempre confirmar com o neurologista antes de usar qualquer nova medicação);
E manter o acompanhamento regular — a miastenia pode oscilar e requer ajustes frequentes.
Em resumo:
O Mestinon é sintomático e pode perder parte do efeito se o processo autoimune continuar ativo;
O tratamento ideal envolve ajuste de dose e associação com terapia imunossupressora sob acompanhamento neurológico;
Não suspenda nem aumente a dose por conta própria — isso pode causar efeitos colaterais (salivação excessiva, cólicas, fraqueza paradoxal).
Reforço que esta resposta tem caráter informativo e não substitui uma consulta médica individual. O acompanhamento com seu neurologista é essencial para avaliar sua resposta e garantir segurança no uso.
Coloco-me à disposição para ajudar e orientar, com consultas presenciais e atendimento online em todo o Brasil, com foco em neurologia clínica, doenças autoimunes do sistema nervoso, Miastenia Gravis e reabilitação neuromuscular, sempre com uma abordagem técnica e humanizada.
Dra. Patrícia Gomes Damasceno – Neurologista | Especialista em Medicina do Sono
CRM 11930-CE | RQE nº 7771 | RQE nº 8082
1. Entendendo a Miastenia Gravis:
A miastenia é uma doença autoimune em que o organismo produz anticorpos que atacam os receptores de acetilcolina — substância responsável pela comunicação entre o nervo e o músculo.
Isso faz com que o músculo cante rapidamente e recupere força apenas após o repouso, gerando sintomas como:
Fraqueza nos olhos (pálpebra caída, visão dupla);
Cansaço ao mastigar, falar ou engolir;
Fraqueza em braços e pernas, piorando ao longo do dia;
E, em casos mais severos, dificuldade respiratória.
2. O papel do Mestinon:
O Mestinon (piridostigmina) aumenta a disponibilidade de acetilcolina na junção neuromuscular, melhorando temporariamente a transmissão elétrica e a força muscular.
Por isso, ele costuma melhorar os sintomas rapidamente, mas não trata a causa autoimune da doença — apenas atua nos sintomas.
É comum que, após algumas semanas, o corpo se acostume à dose, e o paciente perceba redução da resposta clínica, especialmente se o processo autoimune continuar ativo.
3. Por que pode ter parado de fazer efeito:
As causas mais comuns incluem:
Progressão natural da doença — o sistema imunológico continua produzindo anticorpos, e o Mestinon sozinho não consegue compensar a falha;
Dose insuficiente ou espaçamento inadequado — a piridostigmina tem ação curta (4 a 6 horas), e pode ser necessário ajustar a dose e o intervalo;
Uso de medicamentos que pioram a miastenia (como antibióticos aminoglicosídeos, betabloqueadores, magnésio, relaxantes musculares);
Fadiga, infecção, estresse ou privação de sono, que agravam os sintomas;
Ou necessidade de iniciar terapia imunossupressora para controlar o processo autoimune de base.
4. Próximos passos recomendados:
O ideal é retornar ao neurologista o quanto antes, pois o manejo da miastenia deve ser individualizado e ajustado conforme a evolução.
O médico poderá:
Solicitar dosagem de anticorpos anti-AChR e anti-MuSK, para confirmar o subtipo da doença;
Avaliar a necessidade de associar imunossupressores (como prednisona, azatioprina, micofenolato ou rituximabe);
Verificar se há timo aumentado (timoma) por meio de tomografia ou ressonância de tórax, que pode exigir cirurgia;
Ajustar a dose e o horário do Mestinon para manter efeito mais constante durante o dia;
Em casos de piora súbita, pode ser indicado tratamento de resgate, como imunoglobulina venosa (IVIG) ou plasmaférese.
5. Cuidados complementares importantes:
Manter alimentação leve e pausas entre as refeições;
Evitar calor excessivo, estresse e privação de sono;
Evitar medicamentos que possam agravar a fraqueza (sempre confirmar com o neurologista antes de usar qualquer nova medicação);
E manter o acompanhamento regular — a miastenia pode oscilar e requer ajustes frequentes.
Em resumo:
O Mestinon é sintomático e pode perder parte do efeito se o processo autoimune continuar ativo;
O tratamento ideal envolve ajuste de dose e associação com terapia imunossupressora sob acompanhamento neurológico;
Não suspenda nem aumente a dose por conta própria — isso pode causar efeitos colaterais (salivação excessiva, cólicas, fraqueza paradoxal).
Reforço que esta resposta tem caráter informativo e não substitui uma consulta médica individual. O acompanhamento com seu neurologista é essencial para avaliar sua resposta e garantir segurança no uso.
Coloco-me à disposição para ajudar e orientar, com consultas presenciais e atendimento online em todo o Brasil, com foco em neurologia clínica, doenças autoimunes do sistema nervoso, Miastenia Gravis e reabilitação neuromuscular, sempre com uma abordagem técnica e humanizada.
Dra. Patrícia Gomes Damasceno – Neurologista | Especialista em Medicina do Sono
CRM 11930-CE | RQE nº 7771 | RQE nº 8082
Especialistas
Perguntas relacionadas
- Tenho ptose palpebral atingindo o eixo da visão, diagnóstico de mistenia gravis, uso mestinon, sem melhora alguma, sinto apenas os efeitos colaterais, oq devo fazer??
- Tenho miastenia Gravis estou em crise já fiz pucoterapia e não melhorei já faço uso da dose máxima de azatioprina e mestinom o que devo fazer qual seria o próximo passo ?
- Estou tomando Mestinon tem 2 dias, mas ainda não tive melhora, meu caso ainda não está confirmado como miastenia, mas já começaram a medicação, meu problema é apenas na pálpebra, gostaria de saber em quanto tempo o Mestinon faz efeito visível se for miastenia?
- Eu já tive miastenia gravis,retirei o Timor fiz miactomia trancesternal ha 33 anos. Hoje o ortopedista me receitou mionevrix eu posso tomar?
- Uma pessoa que tem miastenia grave e toma corticoide e mestinom pode engravidar?
- Quem tem miastenia gravis, pode fazer implantes dentário?
- Tenho miastenia qual antibiótico posso tomar estou com uma infecção no olho
- Tenho Miastenia gravis, posso tomar a vacina Zoster?
- Tomei a vacina antitetânica, posso fazer uso do Viagra normalmente ou tenho que esperar um intervalo de dias pra tomar?
- Tive miastenia ocular qnd era criança, pode voltar?
Você quer enviar sua pergunta?
Nossos especialistas responderam a 292 perguntas sobre Miastenia Gravis
Todos os conteúdos publicados no doctoralia.com.br, principalmente perguntas e respostas na área da medicina, têm caráter meramente informativo e não devem ser, em nenhuma circunstância, considerados como substitutos de aconselhamento médico.