É normal algumas pessoas idosas terem explosões de Raiva sem ter motivo algum???

8 respostas
É normal algumas pessoas idosas terem explosões de Raiva sem ter motivo algum???
 Saulo  Martins
Psicólogo
Belo Horizonte
Olá. Em primeiro lugar temos que lembrar que a raiva é um sentimento legítimo e que, em muitas situações, está vinculada a situações em que a pessoa se sente injustiçada. A raiva pode vir também por associação a alguma lembrança remota que pode ser revivida por alguma associação ao que se passa no momento presente. Situações em que alteração de humor ocorre sem nenhum motivo aparente podem estar também vinculadas a algum distúrbio, que no caso precisa ser melhor investigado por um psiquiatra.
Ainda quanto à situação do idoso é importante avaliar o ambiente e a situação em que ele se encontra, e perguntas como estas precisam ser avaliadas por quem convive com o idoso:
- Quanto de sua rotina alterou por conta da idade?
- O idoso considera que "está sendo controlado pela família"?
- O idoso possui atividades que envolvam exercícios, relacionamento saudável com amigos, boa alimentação, estimulação cognitiva...?
Enfim, há uma série de situações que precisam ser analisadas tanto por quem convive com o idoso, quanto pelo próprio idoso.

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 Liesly Soares Prado Silva
Psicólogo
São José do Rio Preto
Sim, não é raro que isso aconteceça, e pode ser que haja um motivo pouco evitente (inconsciente) por trás desses comportamentos.
Na velhice, o corpo e o cérebro passam por mudanças que podem deixar a pessoa com menos paciência e mais dificuldade para controlar impulsos. Além disso, o idoso pode estar lidando com diversos lutos: perdas de pessoas, limitações físicas, perda de lugar na sociedade etc. Nesses momentos, a sensação de solidão ou lembranças difíceis, podem vir à tona na forma de irritação ou explosões de raiva.

Para quem convive, é importante entender que essa raiva não é só “má vontade” — muitas vezes, é uma forma de expressar desconfortos que ele não sabe ou não consegue colocar em palavras. Nessas horas, ajuda mais acolher, ouvir e tentar identificar o que pode estar por trás, do que entrar em confronto.
Pode ser difícil para pessoas próximas, atravessadas de afetos envolvendo o idoso, conseguir manejar essas situações adequadamente. Por isso, muitas vezes é recomendado um acompanhamento profissional.

A manifestação de explosões de raiva em idosos não é incomum. De início, podem parecer sem explicação, mas um trabalho psicanalítico pode revelar que não existem afetos totalmente sem causa. Em uma análise, o sujeito pode se deparar com a relação dessas explosões de raiva com outros afetos não ditos ou não simbolizados.
Para além desses aspectos, a pessoa idosa pode estar atravessando questões ligadas ao envelhecimento e às mudanças associadas a esse momento de vida, temas que podem ser importantes para o sujeito abordar e compartilhar com um psicanalista. Algumas questões, sejam em pessoas jovens ou idosas, quando não elaboradas ou mal resolvidas, podem se expressar em uma forma de comunicação mais intensa.
Além disso, para aqueles próximos a essa pessoa, manejar essas situações pode ser desafiador, causando tensão, incompreensão e fragilizando os vínculos.
Nesse sentido, a escuta de um analista pode oferecer um lugar para que esses afetos não compreendidos sejam elaborados, acolhidos e trabalhados, permitindo que tanto a pessoa que sofre com as explosões de raiva quanto aqueles ao seu redor possam construir novos sentidos para esses afetos e encontrar modos mais possíveis de estar em relação.
Sim, é relativamente comum que pessoas idosas apresentem episódios de raiva sem um motivo aparente, e isso pode estar relacionado a alterações neuropsicológicas que acompanham o envelhecimento. Fatores como pequenas lesões cerebrais, diminuição da função de áreas responsáveis pelo autocontrole (como o lobo frontal) e também condições como demências ou alterações do humor podem diminuir a tolerância à frustração e o controle emocional. Além disso, mudanças no ambiente, perdas e dificuldades de comunicação podem agravar esse quadro. Por isso, caso esses episódios sejam frequentes ou intensos, é importante buscar uma avaliação profissional para entender melhor as causas e oferecer o suporte adequado.
 Adriane Leardini Picolo
Psicólogo, Psicanalista
Curitiba
Do ponto de vista psicanalítico não existe "sem motivo", há sempre um motivo, ainda que a pessoa não saiba (origem inconsciente). Essa raiva pode ser entendida como sintoma de um conflito psíquico não resolvido, e se apresenta disfarçada da real origem na tentativa de expressar sua angústia. É interessante investigar o contexto em que essa raiva se apresenta, ele pode dar indícios sobre o que está relacionado a essa experiência. A análise psicanalítica é muito produtiva para tratar esse caso.
Bom dia! Sim, é comum, devido a fatores físicos, emocionais e sociais, por exemplo, doenças degenerativas, perda de autonomia, solidão e outros. A medicação, a psicoterapia, a atividade física e a socialização podem melhorar a qualidade de vida do idoso.
Sim, é relativamente comum que algumas pessoas idosas apresentem explosões de raiva aparentemente sem motivo. Isso pode estar ligado a fatores como alterações emocionais, frustrações acumuladas, questões de saúde mental (como ansiedade ou depressão), além de mudanças neurológicas naturais do envelhecimento.

Também pode haver relação com doenças como demência ou Alzheimer, em que mudanças de comportamento e irritabilidade são sintomas frequentes.

Quando essas explosões se tornam intensas, frequentes ou prejudicam a convivência, é importante buscar avaliação com um médico (clínico ou geriatra) e também considerar acompanhamento com um psicólogo especializado em envelhecimento, para cuidar tanto da saúde mental quanto da qualidade de vida do idoso.
Sim, é relativamente comum que algumas pessoas idosas apresentem explosões de raiva aparentemente sem motivo, mas geralmente há fatores subjacentes que contribuem para esse comportamento, como as alterações cognitivas e neurológicas, estresse e frustração pela perda da autonomia, alterações físicas/médicas, depressão/ansiedade, entre outros fatores.

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