É possível tratar a fuga de ideias e a desregulação emocional?

4 respostas
É possível tratar a fuga de ideias e a desregulação emocional?
 Helio Martins
Psicólogo
São Bernardo do Campo
Olá, tudo bem?

Sua pergunta toca em dois fenômenos que, embora distintos, muitas vezes caminham lado a lado — a fuga de ideias, que geralmente se manifesta como um fluxo acelerado e desorganizado de pensamentos, e a desregulação emocional, que envolve dificuldade em reconhecer, nomear, compreender ou lidar com os próprios sentimentos de forma equilibrada. Ambos podem gerar um certo caos interno, como se a mente estivesse em sobrecarga e as emoções, sem freio ou direção clara.

Sim, é possível tratar essas manifestações — mas o ponto central aqui não é “apagar sintomas”, e sim entender o que eles estão tentando comunicar. Será que a aceleração dos pensamentos surge como um mecanismo para evitar contato com emoções desconfortáveis? Ou talvez, em alguns momentos, a intensidade emocional esteja tão alta que o pensamento tenta correr à frente, como forma de controle? Quando o corpo e o cérebro entram nesse ritmo, pode ser um sinal de que algo está tentando ser regulado... mas por vias que não têm funcionado tão bem assim.

As abordagens terapêuticas atuais têm se mostrado bastante eficazes nesse tipo de demanda, especialmente quando integram técnicas que favorecem o reequilíbrio do sistema nervoso central. Do ponto de vista da neurociência, sabemos que a desregulação emocional pode estar relacionada à hiperativação de estruturas cerebrais como a amígdala e uma dificuldade do córtex pré-frontal em exercer seu papel modulador. Por isso, parte do trabalho é justamente ajudar o cérebro a reaprender a encontrar um ritmo mais coerente — e isso acontece através de práticas de atenção plena, estratégias de reorganização cognitiva e intervenções focadas no fortalecimento da autorregulação emocional.

Fica uma pergunta: o que você sente que está por trás dessa aceleração? Em quais momentos a emoção parece “gritar mais alto” do que você gostaria? E o que você tem feito, com o que tem, para se manter de pé?

Esses são pontos que merecem um espaço de escuta atenta e sem pressa. Caso precise, estou à disposição.

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Sim, ambos são tratáveis, mas de maneiras diferentes.

- Fuga de Ideias: É tratada com medicação, como estabilizadores de humor, prescritos por um psiquiatra para controlar a mania (causa do sintoma).

- Desregulação Emocional: É tratada principalmente com psicoterapia específica (como a Terapia Comportamental Dialética - DBT), que ensina habilidades para gerenciar as emoções.

Um diagnóstico correto feito por um profissional é essencial para definir o tratamento adequado para cada caso.
Sim, é possível tratar esses sintomas com a terapia cognitivo-comportamental: identificar os possíveis gatilhos, aprender técnicas para autotranquilização e relaxamento, gerenciar melhor situações de estresse e buscar apoio de outra pessoa sempre que necessário. Porém, também é importante investigar o que tem desencadeado esses desconfortos, se são oriundos de alguma causa orgânica, ou de algum transtorno mental ou de alguma situação específica do ambiente no qual a pessoa vive. A partir disso, construir estratégias de enfrentamento, tudo com muito cuidado, acolhimento e respeitando as particularidades do indivíduo. Os benefícios do tratamento são inúmeros e a qualidade de vida da pessoa melhora de forma significativa. Tenha o seu psicólogo de referência!
 Bruna Eleodoro
Psicólogo
São Paulo
Sim, é possível tratar a fuga de ideias e a desregulação emocional dentro da perspectiva psicanalítica lacaniana, embora o caminho e o enfoque sejam distintos de abordagens biomédicas ou psicoterapias mais focadas em técnicas específicas.

Na psicanálise lacaniana, a fuga de ideias e a desregulação emocional são entendidas como manifestações de uma angústia profunda e de conflitos inconscientes que atravessam o sujeito. Essas manifestações são sinais de que o sujeito está diante de um esforço para lidar com um excesso de excitação psíquica, uma dificuldade em organizar o discurso interno e os significantes que dão sentido à experiência.

O tratamento psicanalítico não busca eliminar sintomas de forma direta ou rápida, mas oferecer um espaço onde o sujeito possa escutar seu próprio discurso, atravessar os impasses do inconsciente e construir novas formas de simbolização. Ao longo da análise, o sujeito é convidado a elaborar o que estava repetindo de modo sintomático, o que permite uma reorganização subjetiva e, consequentemente, uma maior estabilidade emocional e discursiva.

É importante destacar que, em casos de desregulação emocional e fuga de ideias muito intensas, o acompanhamento interdisciplinar incluindo psiquiatras e outros profissionais da saúde pode ser fundamental para garantir a segurança do sujeito, eventualmente com o uso de medicação que estabilize o funcionamento psíquico e corporal. Essa articulação entre o cuidado medicamentoso e o tratamento psicanalítico é um caminho frequente e complementar.

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