Meu marido toma carbamazepina ele pode me engravidar?

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Meu marido toma carbamazepina ele pode me engravidar?
Existem alguns estudos que sugerem algum efeito de drogas antiepilépticas sobre a qualidade do esperma e efeitos hormonais que também poderiam reduzir a fertilidade. Entretanto, não se trata de efeitos definitivamente comprovados. Mas, não deixe de falar com o neurologista que prescreve a carbamazepina e também com seu ginecologista.

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Em estudo muito bem conduzido pela pesquisadora, Sandra Valdeolivas ,Universidade Federal de São Paulo, em estudo Efeitos da Carbamazepina na espermatogênese e a fertilidade em ratos machos - 2006 , conclui que a longo prazo a carbamazepina pode provocar efeitos adversos sobre a reprodução masculina.
Recomento, seguindo dr. Ivan, que converse com seus médicos.
Revisões sistemáticas recentes que compilam os resultados dos últimos estudos sobre o assunto mostram que os dados disponível ainda não são suficientes para afirmar que a carbamazepina interfira na fertilidade masculina. Caso venha a se confirmar em algum momento, ainda assim a chance de gravidez certamente não é nula. Portanto, dificilmente o tratamento do seu marido com carbamazepina a impedirá de engravidar.
Dra. Mariana M. Sant'Ana
Neurologista, Especialista em dor
Cuiabá
Excelente pergunta — e muito importante, especialmente para casais que estão planejando uma gravidez e fazem uso de medicamentos neurológicos. A carbamazepina é um anticonvulsivante utilizado no tratamento de epilepsia, neuralgia do trigêmeo e transtornos do humor, e costuma gerar dúvidas quanto à fertilidade masculina e possíveis efeitos sobre o bebê.

De forma geral, homens que usam carbamazepina podem sim engravidar suas parceiras, pois o medicamento não impede a fertilidade masculina nem interfere diretamente na capacidade de fecundar. Entretanto, há alguns aspectos que merecem atenção.

Em alguns casos, a carbamazepina pode provocar alterações transitórias na produção de espermatozoides, como redução da contagem, da mobilidade ou da morfologia, principalmente em tratamentos prolongados e com doses altas. Essas alterações, quando ocorrem, costumam ser reversíveis após o ajuste ou troca da medicação e não impedem, na maioria dos casos, a concepção.

Outro ponto importante é que a carbamazepina pode reduzir os níveis de testosterona em alguns homens, causando leve diminuição da libido ou da energia sexual, mas esse efeito é variável e geralmente leve. Não há evidências de que o uso do medicamento pelo pai aumente o risco de malformações congênitas, abortos ou alterações genéticas no bebê. O risco fetal está mais associado ao uso materno da medicação durante a gestação, pois ela atravessa a placenta e pode interferir no desenvolvimento embrionário — o que não acontece com o uso paterno.

Ainda assim, antes de planejar a gravidez, é recomendável que o casal realize uma avaliação pré-concepcional, com exames laboratoriais e espermograma, caso o uso do anticonvulsivante seja prolongado. O neurologista pode avaliar a possibilidade de ajustar a dose da carbamazepina ou substituí-la por outra medicação, dependendo da estabilidade clínica do paciente e da duração do tratamento.

Em resumo, o uso de carbamazepina pelo homem não impede a gravidez nem representa risco direto ao bebê, mas pode, em alguns casos, afetar de forma discreta a qualidade do sêmen. O ideal é que o casal mantenha acompanhamento médico e, se houver dificuldade para engravidar após alguns meses, seja feita uma avaliação mais detalhada com o neurologista e um urologista especializado em fertilidade masculina.

Reforço que esta explicação tem caráter informativo e não substitui uma consulta médica presencial. Recomendo que conversem com o médico que prescreve a carbamazepina, informando o desejo de engravidar, para que ele oriente de forma individualizada e segura.

Dra. Mariana Santana – Neurologista em Cuiabá | Neurologista em São Paulo | Especialista em Tratamento da Dor
CRM: 5732-MT | RQE nº 5835

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