O que fazer para ajudar alguém com "visão de túnel" causada pelo Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TO

A "visão de túnel" no Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) descreve perfeitamente como a obsessão e a ansiedade podem dominar a percepção da pessoa, fazendo com que todo o resto perca a importância.

Na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), entendemos que isso é resultado de um hiperfoco na ameaça percebida (a obsessão) e na necessidade urgente de neutralizá-la (a compulsão).

Para ajudar alguém nesse estado:

Valide o sentimento, não o conteúdo: Em vez de dizer "isso não é real" (o que pode invalidar a angústia), tente dizer: "Eu percebo que você está muito angustiado(a) agora". Acolher o sofrimento é o primeiro passo.

Evite participar dos rituais: Embora seja tentador "ajudar" a pessoa a completar seu ritual para aliviar a ansiedade imediata, a longo prazo, isso reforça o ciclo do TOC. Tente, gentilmente, encorajar a pessoa a atrasar o ritual, mesmo que por um minuto.

Ajude a "voltar ao presente": Técnicas de grounding (aterramento) podem ajudar a ampliar o foco. Peça para a pessoa nomear 5 coisas que ela pode ver no ambiente, 4 coisas que pode tocar, 3 sons que pode ouvir, etc. Isso ajuda a "sair da cabeça" e voltar ao momento presente.

O mais importante é que a "visão de túnel" é um sintoma central do TOC e é muito difícil de manejar sem ajuda.

É importante oferecer escuta e acolhimento, sem confrontar diretamente suas certezas obsessivas. O sujeito precisa encontrar, na relação terapêutica, um espaço onde possa simbolizar o que hoje aparece apenas como ato repetitivo ou pensamento fechado. Ajudá-lo implica sustentar o discurso, favorecer o questionamento de suas próprias construções e, gradualmente, possibilitar que ele perceba o caráter defensivo e limitante dessa “visão de túnel”.