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Olá, doutores! No dia 10/11/25 eu tomei uma dose única de escitalopram de 20 mg, essa medicação eu já tomei a alguns anos atrás e não passava de 15 mg, tomei tranquilamente e sem reações. Ocorre que havia alguns anos que não estava tomando e tomei a dose mencionada de uma vez, o que me gerou várias reações adversas (crises de ansiedade, taquidardia, dormência) e detalhe, sinto esses sintomas até hoje, nunca mais fui o mesmo depois disso. Eu sentia que minha língua estava dormente, agora ela está doce, o que pode ser isso? Estive em consulta psiquiátrica no dia 13/12 último e me foi receitado o Pondera XR (12,5 mg), onde meu corpo não demonstrou reações adversas. Juntamente a ele estou com o alprazolam de 2 mg a noite e pela manhã a Sulpirida (50 mg), esses eu já tomava diariamente. O que está me incomodando agora é o dia até que passo bem, mas sinto que a noite o incômodo, aquela "agonia" que vejo muitos comentarem por aqui, quer voltar e é muito ruim. Será que isso tudo vai passar assim que o Pondera começar a reagir de fato? Sei do tempo que leva para toda medicação fazer efeito, mas tem momento que acho que não vou melhorar nunca. Agradeço pela atenção.
Dr. Matheus Veloso Magalhães
Psiquiatra, Generalista
Rio de Janeiro
Olá, obrigado por relatar sua experiência de forma tão detalhada. Entendo o quanto esses sintomas são angustiantes e como isso gera insegurança e medo de não melhorar.

De fato, o uso do escitalopram em uma dose inicial elevada (20 mg), após um período prolongado sem a medicação, pode provocar reações adversas importantes em algumas pessoas, especialmente aumento de ansiedade, taquicardia, sensação de agitação (“agonia”), alterações sensoriais e sintomas físicos desconfortáveis. Esses efeitos não significam, necessariamente, que houve um dano permanente, mas sim uma resposta exacerbada do sistema nervoso à reintrodução abrupta do medicamento.

A sensação diferente na língua (como dormência ou alteração do paladar) costuma estar associada a fenômenos de ansiedade, hipervigilância corporal ou efeitos transitórios do sistema nervoso autônomo, e não costuma indicar lesão neurológica, especialmente quando não há outros sinais neurológicos associados.

Em relação ao Pondera XR (paroxetina), a dose inicial de 12,5 mg é adequada justamente para reduzir o risco de reações adversas. O fato de você não ter apresentado efeitos importantes até o momento é um dado positivo. No entanto, é importante saber que os antidepressivos não atuam de forma imediata:

Nas primeiras 1–2 semanas, pode haver oscilação de sintomas, principalmente ansiedade, sobretudo no período noturno.

A melhora mais consistente costuma ocorrer após 3 a 6 semanas de uso contínuo, podendo variar de pessoa para pessoa.

Essa piora noturna que você descreve é relativamente comum em quadros ansiosos e depressivos, e não significa que o tratamento não esteja funcionando ou que você não vá melhorar. A associação com alprazolam e sulpirida costuma ser utilizada exatamente para ajudar a conter esses sintomas enquanto o antidepressivo ainda está em fase de adaptação.

É muito importante destacar que a sensação de “nunca vou melhorar” faz parte do próprio quadro ansioso-depressivo e não é um indicativo real do seu prognóstico. Na grande maioria dos casos, com ajuste adequado de dose, tempo de uso e acompanhamento regular, há sim melhora progressiva dos sintomas.

Mantenha o uso das medicações conforme prescrito, evite ajustes por conta própria e siga em acompanhamento com seu médico. Caso surjam efeitos novos, intensos ou qualquer piora importante, isso deve ser reavaliado em consulta.

Você não está sozinho nesse processo, e o fato de já estar em acompanhamento e tolerando a medicação atual é um passo importante no caminho da melhora.

Estou à disposição.

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