Pessoas sem nenhum comprometimento visível podem ser autistas?
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Pessoas sem nenhum comprometimento visível podem ser autistas?
Podem sim! Principalmente por causa da “camuflagem”.
A camuflagem é um esforço (consciente ou não) que uma pessoa autista faz para esconder ou disfarçar seus traços autísticos, com o objetivo de se adaptar às normas sociais e evitar rejeição, julgamento, exclusão, etc (isso principalmente no nível 1 de suporte). É como se a pessoa colocasse uma máscara social. Assim ela vai ajustando seu comportamento para parecer neurotípica. Alguns exemplos: forçar contato visual mesmo sentindo desconforto, ensaiar falas e expressões antes de interações sociais, suprimir movimentos, rir, sorrir ou concordar para evitar conflito, mesmo sem entender a piada ou mesmo sem querer a interação.
O próprio DSM 5 prevê que esse é um fator que pode dificultar o rastreio e a avaliação do autismo. É inclusive uma questão que torna mais desafiador o diagnóstico de meninas e mulheres. Elas, com mais frequência do que os homens, constroem um repertório de técnicas para parecerem mais simpáticas, mais sociáveis e neurotípicas.
O problema é que a camuflagem pode ter um custo emocional muito alto. Ao tentar esconder traços autísticos para se encaixar socialmente, a pessoa acaba se distanciando de quem realmente é. Esse esforço cognitivo e emocional constante pode gerar cansaço extremo, esgotamento físico e mental, podendo levar à ansiedade, depressão, problemas com a autoestima. É comum sentir-se um(a) impostor(a), repassar mentalmente interações passadas (ruminação) e acabar se isolando socialmente.
Um ponto de atenção é que pessoas que não têm autismo também podem apresentar comportamentos parecidos por diversos motivos, então a probabilidade de chegar a uma conclusão equivocada ao tentar se autodiagnosticar é altíssima. Se houver suspeita é preciso procurar um psicólogo que te ajude a refinar essa suspeita para que ele então possa te encaminhar para uma avaliação neuropsicológica, ou então ir direto para uma avaliação neuropsicológica mesmo.
Espero ter ajudado!
A camuflagem é um esforço (consciente ou não) que uma pessoa autista faz para esconder ou disfarçar seus traços autísticos, com o objetivo de se adaptar às normas sociais e evitar rejeição, julgamento, exclusão, etc (isso principalmente no nível 1 de suporte). É como se a pessoa colocasse uma máscara social. Assim ela vai ajustando seu comportamento para parecer neurotípica. Alguns exemplos: forçar contato visual mesmo sentindo desconforto, ensaiar falas e expressões antes de interações sociais, suprimir movimentos, rir, sorrir ou concordar para evitar conflito, mesmo sem entender a piada ou mesmo sem querer a interação.
O próprio DSM 5 prevê que esse é um fator que pode dificultar o rastreio e a avaliação do autismo. É inclusive uma questão que torna mais desafiador o diagnóstico de meninas e mulheres. Elas, com mais frequência do que os homens, constroem um repertório de técnicas para parecerem mais simpáticas, mais sociáveis e neurotípicas.
O problema é que a camuflagem pode ter um custo emocional muito alto. Ao tentar esconder traços autísticos para se encaixar socialmente, a pessoa acaba se distanciando de quem realmente é. Esse esforço cognitivo e emocional constante pode gerar cansaço extremo, esgotamento físico e mental, podendo levar à ansiedade, depressão, problemas com a autoestima. É comum sentir-se um(a) impostor(a), repassar mentalmente interações passadas (ruminação) e acabar se isolando socialmente.
Um ponto de atenção é que pessoas que não têm autismo também podem apresentar comportamentos parecidos por diversos motivos, então a probabilidade de chegar a uma conclusão equivocada ao tentar se autodiagnosticar é altíssima. Se houver suspeita é preciso procurar um psicólogo que te ajude a refinar essa suspeita para que ele então possa te encaminhar para uma avaliação neuropsicológica, ou então ir direto para uma avaliação neuropsicológica mesmo.
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Sim, pessoas sem comprometimentos visíveis podem ser autistas, especialmente aquelas com formas leves do Transtorno do Espectro Autista. Nesses casos, dificuldades sociais e comportamentais podem ser sutis, passando despercebidas em contextos que não exigem demandas complexas de interação ou flexibilidade. Muitas vezes, essas pessoas desenvolvem estratégias de compensação para se adaptar ao ambiente, mas ainda enfrentam desafios internos, como ansiedade social, fadiga mental em interações prolongadas ou dificuldades em entender nuances sociais. Reconhecer o autismo nesses casos exige atenção cuidadosa ao funcionamento cotidiano, padrões de comportamento e histórico de desenvolvimento, mesmo quando não há sinais evidentes.
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