Quais os desafios do trabalho em grupo para pessoas autistas?

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Quais os desafios do trabalho em grupo para pessoas autistas?
Os desafios incluem lidar com múltiplos estímulos sociais ao mesmo tempo, interpretar sinais implícitos, adaptar-se ao ritmo dos outros e gerenciar ansiedade ou sobrecarga sensorial. Isso pode tornar a participação mais cansativa e estressante do que colaborativa.

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 Helio Martins
Psicólogo
São Bernardo do Campo
Oi, tudo bem? Essa é uma pergunta que toca em algo bem delicado. O trabalho em grupo pode ser uma das experiências mais desafiadoras para muitas pessoas autistas, não pela falta de interesse em colaborar, mas pelo excesso de variáveis sociais que entram em jogo. É como se cada reunião fosse um quebra-cabeça de tons de voz, expressões, pausas e intenções — e o cérebro precisa decifrar tudo isso ao mesmo tempo em que tenta focar na tarefa.

Um dos principais desafios está na comunicação. Muitas pessoas autistas preferem a clareza e a objetividade, enquanto grupos costumam funcionar com entrelinhas, sugestões sutis e uma linguagem social mais indireta. Essa diferença pode gerar mal-entendidos: o que é honestidade para uma pessoa autista pode ser interpretado como frieza por outra, e o que é gentileza para o grupo pode soar confuso para quem busca lógica e coerência.

Há também o fator sensorial. Ambientes com ruído, conversas paralelas ou estímulos visuais demais podem gerar sobrecarga e dificultar a concentração. E quando o corpo está em estado de alerta sensorial, a mente tem menos espaço para a flexibilidade social que o trabalho em equipe costuma exigir. Com o tempo, isso pode levar ao cansaço, ao retraimento e até a crises de exaustão emocional — não por falta de capacidade, mas por saturação.

Talvez valha refletir: o que acontece dentro de você quando tenta participar de um grupo e sente que o ritmo social é diferente do seu? Você sente mais dificuldade em se expressar, em ser compreendido ou em lidar com o excesso de estímulos? E como seria se o grupo pudesse ajustar pequenas coisas — como dividir tarefas com clareza, comunicar mudanças antecipadamente ou respeitar o silêncio — para que todos pudessem render melhor?

A boa notícia é que, quando há compreensão e ajustes simples, o potencial das pessoas autistas em grupo costuma florescer: foco, lealdade, criatividade e capacidade analítica. E é justamente quando o ambiente se adapta que o talento encontra espaço para aparecer sem desgaste. Caso precise, estou à disposição.
O trabalho em grupo representa desafios para pessoas autistas porque envolve interpretar sinais sociais sutis, coordenar ações com outros e adaptar-se a normas sociais implícitas. A comunicação indireta, ironias ou expectativas não explicitas podem gerar confusão e ansiedade. A necessidade de camuflagem e esforço constante para se ajustar aumenta a sobrecarga cognitiva e emocional. Diferenças na regulação sensorial, na flexibilidade cognitiva e na percepção de ritmo social podem dificultar o planejamento conjunto, a tomada de decisões rápidas e a resolução de conflitos, tornando a participação em grupos um processo desgastante e exigente, mesmo quando há interesse em colaborar.

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