Quais são os fatores ambientais que interagem com a predisposição genética no Transtorno de Personal

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Quais são os fatores ambientais que interagem com a predisposição genética no Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) ?
 Maisa Guimarães Andrade
Psicanalista, Psicólogo
Rio de Janeiro
A psicanálise entende que o sujeito se constitui na relação com o outro, especialmente nas primeiras experiências afetivas. No caso do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), há uma predisposição genética que pode deixar o psiquismo mais sensível às intensidades afetivas e às rupturas. No entanto, são os fatores ambientais — sobretudo no início da vida — que têm um papel determinante na forma como essa predisposição será elaborada.

Dentre os fatores ambientais que mais influenciam, podemos destacar relações familiares marcadas por instabilidade, negligência emocional, abusos físicos ou psicológicos, abandono, separações abruptas ou vivências repetidas de rejeição. Crianças que crescem em contextos onde não se sentem vistas, escutadas ou validadas emocionalmente podem desenvolver dificuldades em regular suas emoções e em construir uma imagem estável de si mesmas e dos outros — aspectos centrais no TPB.

A terapia psicanalítica oferece um espaço para resgatar essas experiências primordiais que, muitas vezes, não foram simbolizadas, mas seguem agindo no inconsciente. Ao trazer essas vivências à fala, com escuta e acolhimento, é possível começar a construir um lugar de elaboração para aquilo que antes se manifestava como excesso de dor, impulsividade ou desorganização. O trabalho analítico não é apenas sobre “entender” o que aconteceu, mas, principalmente, sobre transformar a maneira como o sujeito se relaciona com suas marcas, com o outro e com seus afetos. É nesse processo que a terapia pode promover mudanças profundas e duradouras.

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Lidar com o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) na família exige acolhimento, paciência e compreensão das oscilações emocionais características desse quadro. É importante manter um ambiente estável, oferecer apoio emocional consistente e evitar críticas ou julgamentos diante das manifestações intensas de sentimentos. Buscar informação sobre o transtorno e, se possível, acompanhamento psicológico tanto para quem tem TPB quanto para familiares, pode ajudar na comunicação e no desenvolvimento de estratégias para lidar com crises. O diálogo aberto e a validação dos sentimentos, sem reforçar comportamentos autodestrutivos, são fundamentais para a convivência e para fortalecer os vínculos familiares.

Agora, sobre os fatores ambientais que se somam à predisposição genética no TPB, costuma-se destacar experiências de instabilidade emocional na infância, traumas, negligência, abuso físico ou sexual e relações familiares marcadas por invalidação afetiva. Situações de insegurança prolongada, rejeição ou ausência de apoio emocional também contribuem para o desencadeamento dos sintomas em pessoas geneticamente vulneráveis. Ou seja, ambientes em que a criança sente que suas emoções não são reconhecidas ou respeitadas podem aumentar a chance de desenvolver o transtorno ao longo da vida, mesmo que exista uma tendência genética prévia.

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