Tenho um filho de 7 anos que começou a falar sobre os seus pensamentos, em vários momentos do dia. C
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Tenho um filho de 7 anos que começou a falar sobre os seus pensamentos, em vários momentos do dia. Contextualizando: Ele faz esporte e começou a retroceder, pois sentia que não estava indo bem da forma que o pai queria, visto que o pai é expressivo nas reações. Logo começou a contar sobre os seus pensamentos. No início era sobre achar uma menina bonita e querer namorar ela. Depois era sobre achar que tudo era "bosta" (pai, mãe, uma música, uma oração). E agora começou a falar que acha que é uma menina (até mesmo já chegou a falar que pensou em dar um beijo em um amiguinho). Já conversei muito com ele explicando as diferenças sobre um menino e uma menina. Mas ainda continua e não estou sabendo como lidar com essa situação. Podem me aconselhar?
O que você relata mostra um menino que está encontrando um jeito de colocar em palavras o que sente e pensa, mesmo quando essas palavras parecem confusas ou difíceis para os adultos ao redor. Aos 7 anos, a criança ainda está construindo seu modo de compreender o mundo, testando ideias, explorando identidades e experimentando como os outros reagem ao que ela diz. Essa fase pode trazer falas que parecem exageradas, contraditórias ou até provocativas, mas que fazem parte de um processo natural de desenvolvimento.
Quando ele fala sobre ser menina, gostar de alguém ou achar que “tudo é bosta”, não necessariamente está expressando algo fixo ou definitivo. Muitas vezes, é a forma que encontrou de lidar com frustrações, com a pressão que sente — como no esporte diante das reações do pai — ou mesmo com curiosidades próprias da idade. O mais importante, nesse momento, não é corrigir ou explicar o que é “ser menino” ou “ser menina”, mas acolher essas falas como parte do seu mundo interno, mostrando que ele pode compartilhar seus pensamentos sem medo de punição ou julgamento.
O papel dos adultos é oferecer escuta, segurança e tranquilidade, para que ele aprenda a lidar com sentimentos complexos sem precisar se calar ou esconder o que pensa. Em vez de buscar respostas prontas para cada fala, pode ser mais útil reconhecer: “Vejo que você está pensando sobre muitas coisas diferentes” ou “Entendo que às vezes você se sente assim”. Isso ajuda a criança a elaborar suas ideias com menos ansiedade e a perceber que pode ser aceita mesmo quando não entende totalmente a si mesma.
Se essas falas se tornarem muito frequentes, carregadas de sofrimento ou acompanhadas de retraimento e dificuldades no convívio, pode ser interessante procurar um acompanhamento psicológico infantil. Não como forma de “resolver” ou “corrigir” o que ele diz, mas como um espaço de expressão onde a criança pode elaborar seus sentimentos e aprender a lidar com eles de maneira mais saudável.
Quando ele fala sobre ser menina, gostar de alguém ou achar que “tudo é bosta”, não necessariamente está expressando algo fixo ou definitivo. Muitas vezes, é a forma que encontrou de lidar com frustrações, com a pressão que sente — como no esporte diante das reações do pai — ou mesmo com curiosidades próprias da idade. O mais importante, nesse momento, não é corrigir ou explicar o que é “ser menino” ou “ser menina”, mas acolher essas falas como parte do seu mundo interno, mostrando que ele pode compartilhar seus pensamentos sem medo de punição ou julgamento.
O papel dos adultos é oferecer escuta, segurança e tranquilidade, para que ele aprenda a lidar com sentimentos complexos sem precisar se calar ou esconder o que pensa. Em vez de buscar respostas prontas para cada fala, pode ser mais útil reconhecer: “Vejo que você está pensando sobre muitas coisas diferentes” ou “Entendo que às vezes você se sente assim”. Isso ajuda a criança a elaborar suas ideias com menos ansiedade e a perceber que pode ser aceita mesmo quando não entende totalmente a si mesma.
Se essas falas se tornarem muito frequentes, carregadas de sofrimento ou acompanhadas de retraimento e dificuldades no convívio, pode ser interessante procurar um acompanhamento psicológico infantil. Não como forma de “resolver” ou “corrigir” o que ele diz, mas como um espaço de expressão onde a criança pode elaborar seus sentimentos e aprender a lidar com eles de maneira mais saudável.
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Aos 7 anos, é comum a criança experimentar ideias, papéis e curiosidades (sobre “namoro”, corpo, ser menino/menina). No seu relato, além da curiosidade, há estresse recente (pressão no esporte e reações do pai). Quando o adulto reage com muita intensidade, a criança pode fixar o tema para buscar sentido/atenção ou aliviar ansiedade.
Como trabalhar na TCC + orientação parental:
Mapa ABC (Situação–Pensamento–Emoção–Ação): observar quando surgem as falas, o que ele pensa/sente e como os adultos respondem. Isso orienta intervenções sem críticas.
Linguagem que regula e não aduba o tema:
“Pensamentos são só pensamentos; podemos observar e deixá-los passar.”
“Você pode gostar de brincadeiras de todo tipo. Brincar não define quem você é.”
Reduzir pressão/etiquetas: evitar debates longos (“é/ não é”), piadas ou broncas. Validar e fechar: “Entendi o que você disse. Obrigado por me contar. Agora vamos…”.
Regras claras de convivência: consentimento (beijo só com autorização), respeito ao corpo do outro e consequências previsíveis se descumprir (sem humilhação).
Cuidar do ambiente: combinar com o pai respostas calmas e consistentes, diminuir comparações/desempenho no esporte, fortalecer rotinas de sono, estudo e lazer.
Treino de habilidades: nomear emoções, resolver problemas em passos, monotarefa, respiração/pausas rápidas.
Quando observar de perto: se as falas vierem com sofrimento intenso, isolamento, regressões importantes ou persistirem com prejuízo por várias semanas, vale avaliação clínica para diferenciar ansiedade, perfeccionismo, dificuldades sociais etc.
Como trabalhar na TCC + orientação parental:
Mapa ABC (Situação–Pensamento–Emoção–Ação): observar quando surgem as falas, o que ele pensa/sente e como os adultos respondem. Isso orienta intervenções sem críticas.
Linguagem que regula e não aduba o tema:
“Pensamentos são só pensamentos; podemos observar e deixá-los passar.”
“Você pode gostar de brincadeiras de todo tipo. Brincar não define quem você é.”
Reduzir pressão/etiquetas: evitar debates longos (“é/ não é”), piadas ou broncas. Validar e fechar: “Entendi o que você disse. Obrigado por me contar. Agora vamos…”.
Regras claras de convivência: consentimento (beijo só com autorização), respeito ao corpo do outro e consequências previsíveis se descumprir (sem humilhação).
Cuidar do ambiente: combinar com o pai respostas calmas e consistentes, diminuir comparações/desempenho no esporte, fortalecer rotinas de sono, estudo e lazer.
Treino de habilidades: nomear emoções, resolver problemas em passos, monotarefa, respiração/pausas rápidas.
Quando observar de perto: se as falas vierem com sofrimento intenso, isolamento, regressões importantes ou persistirem com prejuízo por várias semanas, vale avaliação clínica para diferenciar ansiedade, perfeccionismo, dificuldades sociais etc.
O que seu filho está vivendo é uma exploração natural de pensamentos e identidade, comum nessa idade. O ideal é validar os sentimentos dele, ouvir sem julgar e evitar correções rígidas. Fique atento a sinais de angústia intensa ou mudanças de comportamento e busque apoio de um psicólogo infantil, que pode orientar tanto seu filho quanto vocês, pais, sobre como lidar com essas questões de forma segura.
Os nossos filhos expressam muitos de seus anseios nas atitudes e é preciso entender o que está acontecendo. Como pais acabamos, sem perceber, reproduzindo muitas coisas que não gostamos que nossos pais ou cuidadores nos fizeram. Muitas atitudes das crianças são formas que percebem que conseguem atrair a atenção dos pais, por mais disfuncionais que sejam. Como cada pessoa tem aspectos únicos, é importante ter um maior conhecimento do que está acontecendo nesse caso, para uma orientação mais adequada. Lembrando que a infância é um período de muita importância nas nossas vidas, pois muitas aflições da vida adulta tem origem na infância. Mais do que deixar bens materiais aos nossos filhos, o mais importante é a saude mental. Minha sugestão é procurar ajuda de um psicólogo, com quem você se sinta bem e tenha confiança, para verificar eventuais problemas nos relacionamentos com os adultos que estão próximos a criança, relacionamentos na escola, se as necessidades emocionais da criança estão sendo atendidas, etc.
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