Dra. Elisabeth Lima De Oliveira

Essa é uma pergunta muito comum – e importante. A verdade é que ninguém nasce pronto. Nós nos construímos ao longo da vida, nas relações que temos, nas experiências que vivemos e na forma como fomos vistos, acolhidos (ou não) ao longo do nosso crescimento.

O que chamamos de “narcisismo” pode ser, muitas vezes, uma forma de proteção. Algumas pessoas aprenderam, talvez sem perceber, que precisavam parecer fortes o tempo todo, esconder fragilidades ou buscar aprovação constantemente para se sentirem seguras. Isso pode vir de vivências familiares, afetivas, ou mesmo de situações de rejeição ou crítica na infância.
Ninguém está “preso” a um jeito de ser. Com apoio, consciência e vínculo, é possível construir novas formas de estar no mundo.

Falar sobre narcisismo envolve cuidado, porque estamos tratando de pessoas com histórias, dores e formas únicas de se proteger no mundo. Dentro da psicologia, o narcisismo pode se manifestar de diferentes maneiras: tem quem se mostre mais vaidoso e autoconfiante, e tem quem esconda uma insegurança profunda por trás de uma aparência mais fechada ou até mesmo distante.

No dia a dia, algumas atitudes podem chamar atenção, como a dificuldade em ouvir o outro, a necessidade constante de elogios ou reconhecimento, ou mesmo uma postura de superioridade. Em alguns casos, tudo isso pode estar relacionado a um sofrimento mais profundo, que se expressa nas relações.

O narcisismo pode aparecer de formas diferentes. A gente costuma ouvir falar do "narcisista clássico", aquela pessoa que se acha superior, gosta de ser admirada e pode parecer arrogante. Mas existe também o chamado narcisismo vulnerável, em que a pessoa tem autoestima frágil, precisa constantemente da validação dos outros e pode se sentir facilmente rejeitada ou injustiçada.
uando falamos de Transtorno de Personalidade Narcisista (TPN), nos referimos a um padrão mais intenso e persistente, que afeta a forma como a pessoa se relaciona com o mundo e com os outros. Alguns sinais comuns incluem:

Necessidade excessiva de admiração;

Falta de empatia (dificuldade de se colocar no lugar do outro);

Fantasias de poder, sucesso ou beleza extrema;

Comportamentos arrogantes ou superiores;

Dificuldade em lidar com críticas;

Explorar os outros para benefício próprio, mesmo sem perceber.

É importante lembrar que nem todo comportamento vaidoso ou autoconfiante é sinal de transtorno. O diagnóstico deve ser feito por um(a) psicólogo(a) ou psiquiatra, levando em conta o impacto desses traços na vida da pessoa.