A dificuldade na multitarefa e memória de trabalho é a mesma em crianças e adultos com Transtorno do

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A dificuldade na multitarefa e memória de trabalho é a mesma em crianças e adultos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ?
 Helio Martins
Psicólogo
São Bernardo do Campo
Oi, tudo bem? Essa é uma pergunta muito interessante — e revela um olhar cuidadoso sobre o funcionamento cognitivo no TEA. A resposta é: a dificuldade na multitarefa e na memória de trabalho não é exatamente a mesma entre crianças e adultos com autismo, embora compartilhem a mesma base neurobiológica.

Nas crianças, essas dificuldades tendem a se manifestar de forma mais evidente, porque o cérebro ainda está em desenvolvimento e as habilidades executivas — como planejar, alternar foco e reter informações enquanto se faz outra tarefa — estão em formação. É como se o “sistema operacional” ainda estivesse sendo instalado. Por isso, é comum que uma criança com TEA se desorganize mais facilmente diante de mudanças súbitas ou múltiplos estímulos competindo pela atenção.

Já nos adultos, o cérebro costuma encontrar estratégias compensatórias com o tempo. Muitos desenvolvem rotinas, ambientes estruturados ou formas específicas de lidar com a sobrecarga, o que reduz o impacto aparente dessas dificuldades. Mas isso não significa que elas desapareçam — apenas que se tornam mais “invisíveis”, especialmente quando o adulto encontrou meios de controlar o ambiente à sua volta.

Do ponto de vista da neurociência, tanto em crianças quanto em adultos há um funcionamento distinto nas redes cerebrais responsáveis pela atenção e pela atualização da memória de trabalho, especialmente nas conexões entre o córtex pré-frontal e o sistema parietal. Essas áreas estão ligadas ao controle cognitivo e à flexibilidade mental — processos que são fundamentais para a multitarefa.

Talvez valha refletir: de que forma o ambiente pode estar facilitando ou dificultando esse funcionamento? Que estratégias a pessoa (criança ou adulto) usa para manter o foco sem se sobrecarregar? E como a compreensão dessas diferenças pode favorecer relações mais empáticas e ajustadas, em casa, na escola ou no trabalho?

Essas nuances fazem parte do que torna o autismo tão diverso e complexo. Quando entendidas com cuidado, ajudam a transformar o desafio em um convite para adaptar o mundo — e não apenas a pessoa. Caso precise, estou à disposição.

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Não exatamente. Crianças com TEA costumam apresentar dificuldades mais evidentes na multitarefa e na memória de trabalho, porque ainda estão desenvolvendo habilidades executivas. Em adultos, essas dificuldades podem persistir, mas muitas vezes há estratégias compensatórias, experiência e aprendizagem que ajudam a contorná-las, embora a sobrecarga e a necessidade de estrutura ainda sejam comuns.
Olá, tudo bem?
A dificuldade na multitarefa e na memória de trabalho está presente tanto em crianças quanto em adultos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), porém não se manifesta da mesma forma ao longo do desenvolvimento. Em crianças com TEA, essas dificuldades costumam aparecer de maneira mais evidente no contexto escolar e nas atividades do dia a dia, como seguir instruções com múltiplos passos, alternar entre tarefas, organizar materiais, manter a atenção em atividades prolongadas e adaptar-se a mudanças de rotina. Nessa fase, o impacto é mais observável porque as funções executivas ainda estão em desenvolvimento. Em adultos com TEA, as dificuldades tendem a ser mais sutis, mas continuam presentes. Muitos adultos desenvolvem estratégias compensatórias (uso de listas, rotinas rígidas, organização externa, evitação de multitarefa), o que pode mascarar parte do déficit. Ainda assim, é comum haver sobrecarga cognitiva quando precisam lidar com múltiplas demandas simultâneas, mudanças inesperadas ou tarefas que exigem atualização constante da informação na memória de trabalho. Além disso, o perfil cognitivo no TEA é heterogêneo: alguns indivíduos podem apresentar prejuízos mais acentuados em memória de trabalho, enquanto outros têm desempenho relativamente preservado, independentemente da idade. Portanto, embora a base da dificuldade seja semelhante em crianças e adultos com TEA, a expressão clínica, o impacto funcional e as estratégias de manejo diferem conforme a fase do desenvolvimento, o nível de suporte necessário e as demandas ambientais. Um abraço!

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