Como a compreensão da linguagem no Transtorno do Espectro Autista (TEA) é diferente?

8 respostas
Como a compreensão da linguagem no Transtorno do Espectro Autista (TEA) é diferente?
Dr. Pedro Dalla Zanello
Psicólogo, Psicanalista
São Paulo
Olá, o autismo representa um modo particular de inserção do sujeito no campo simbólico e da linguagem, com características de rigidez na relação com o sistema simbólico. Isso pode gerar dificuldade de ler pistas sociais, ironias ou metáforas. O significante e o significado possuem uma relação mais fixa e cristalizada.

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Nas pessoas neorotípicas (não autistas) a compreenção da linguagem é captada em diversas nuances como, palavras(sentido literal), expressões facias, movimentos corporais, entonação de voz, volume de voz, entre outros que compõe a comunicação. O Autista processa as informações de forma diferente, por exemplo: pode interpretar literalmente as palavras, mas não compreender ou compreender de forma diferente os outros sinais da comunicação. Isso pode gerar interpretações e sentimentos confusos a respeito da realidade.
No Transtorno do Espectro Autista (TEA), a compreensão da linguagem vai além da simples decodificação das palavras. Pessoas dentro do espectro podem compreender o sentido literal da fala, mas ter dificuldade em captar o contexto social, o tom emocional ou as entrelinhas — aquilo que está implícito na comunicação.

Isso ocorre porque o cérebro autista processa informações de forma mais lógica e detalhista, priorizando a exatidão do conteúdo verbal e menos os aspectos subjetivos da linguagem (como ironia, metáforas, duplo sentido ou gestos). Assim, frases como “tô por um fio” ou “estou nas nuvens” podem ser interpretadas literalmente.

Essa diferença não é falta de inteligência, mas uma forma diferente de funcionamento cognitivo. Por isso, intervenções com base em neuropsicologia e terapias de linguagem ajudam a ampliar a compreensão pragmática — ou seja, o uso social da comunicação — promovendo interações mais confortáveis e autênticas.
 Rosane Rodrigues Fraga
Psicanalista
Belo Horizonte
Pessoas autistas podem ter dificuldade com comunicação nao-verbal, entender nuances, sarcasmo, abstracoes ou usar a linguagem de forma singular. Também há a questão da Alextimia, dificuldade de identificar os próprios sentimentos. Essas diferenças afetam a capacidade de interagir, pedir ajuda e expressar necessidades. O apoio terapêutico pode ajudar no desenvolvimento geral e habilidades comunicativas
No Transtorno do Espectro Autista (TEA), a compreensão da linguagem pode ser mais concreta e literal, o que dificulta entender ironias, duplos sentidos e expressões abstratas. Muitas vezes, a pessoa precisa de mais tempo para processar o que foi dito. Há também dificuldades em captar o tom emocional das palavras e o contexto social da conversa. Por isso, a comunicação tende a ser mais direta. Com apoio terapêutico e acolhimento, essas habilidades podem ser ampliadas significativamente.
 Christiane  Paes
Psicanalista
Rio de Janeiro
A compreensão da linguagem no autismo é diferente sim, pois o autista não compreende bem metáforas, ironias e sarcasmos. Ele entende a realidade de forma mais concreta e literal e isso afeta a linguagem e consequentemente as relações sociais.
 Andriele Barbosa
Psicanalista, Psicólogo
Florianópolis
Oi, muitas pessoas no espectro tendem a interpretar a linguagem de forma mais literal.
Figuras de linguagem, ironias e indiretas podem não ser automaticamente compreendidas. A comunicação costuma ser mais direta e explícita — é apenas uma maneira diferente de perceber o mundo.
A compreensão costuma ser mais literal e pode variar do contexto estruturado ao cotidiano imprevisível. Alguns pontos comuns:
Processamento literal/semântico: metáforas, ironias e “pistas” implícitas podem confundir; clareza ajuda.
Sobrecarga sensorial e auditiva: ambientes barulhentos dificultam escuta e compreensão.
Latência de resposta: a pessoa pode precisar de mais tempo para processar e responder.
Ecolalia/roteiros: uso de frases prontas como estratégia de comunicação/autorregulação.
Pistas visuais: quadros, agendas, ícones e passos escritos facilitam entendimento.
Como apoiar: usar linguagem direta, dividir instruções em passos curtos, confirmar entendimento (“o que você entendeu?”), oferecer recursos visuais e reduzir interferências sensoriais quando possível.

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