Como a genética e o ambiente se combinam para causar o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB)
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Como a genética e o ambiente se combinam para causar o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) ?
O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é uma condição complexa, que não surge de uma única causa, mas sim de uma combinação de fatores biológicos e ambientais. Do ponto de vista da psicanálise, não se busca tanto apontar uma origem linear ou causal, mas compreender como determinados traços e vivências se inscrevem no psiquismo do sujeito, influenciando a forma como ele se relaciona com o mundo, com o outro e consigo mesmo.
A dimensão genética pode predispor uma pessoa a uma maior sensibilidade emocional ou a dificuldades na regulação de impulsos. Isso significa que alguns indivíduos nascem com um funcionamento psíquico mais vulnerável a rupturas e intensidades emocionais, o que, por si só, não determina o desenvolvimento do TPB, mas pode abrir espaço para que isso aconteça, dependendo das experiências vividas.
Já o ambiente relacional e afetivo, especialmente durante a infância, tem um papel central. Experiências de negligência, abuso, instabilidade afetiva, ou relações marcadas por excesso ou falta — de presença, de afeto, de limites — podem deixar marcas profundas. Para a psicanálise, o que se vivencia no início da vida é estruturante: é nesse tempo que o sujeito vai criando formas de lidar com a ausência, a separação, o desejo do outro, a castração simbólica. Quando esses processos são marcados por traumas ou falhas importantes, podem se inscrever no psiquismo como um solo fértil para formas mais intensas de sofrimento psíquico.
A terapia psicanalítica oferece um espaço para que esses traços possam ser simbolizados, ou seja, colocados em palavras, escutados e elaborados. O setting analítico sustenta o trabalho de trazer à consciência conteúdos que, muitas vezes, se expressam de forma impulsiva, contraditória ou dolorosa, como é comum no TPB. Com o tempo, a escuta e a relação transferencial permitem que o sujeito vá construindo novas formas de estar no mundo, mais simbólicas e menos tomadas pela urgência do afeto bruto. Não se trata de apagar os traços, mas de reinscrevê-los em uma nova narrativa, onde seja possível viver com mais autonomia e menos sofrimento.
A dimensão genética pode predispor uma pessoa a uma maior sensibilidade emocional ou a dificuldades na regulação de impulsos. Isso significa que alguns indivíduos nascem com um funcionamento psíquico mais vulnerável a rupturas e intensidades emocionais, o que, por si só, não determina o desenvolvimento do TPB, mas pode abrir espaço para que isso aconteça, dependendo das experiências vividas.
Já o ambiente relacional e afetivo, especialmente durante a infância, tem um papel central. Experiências de negligência, abuso, instabilidade afetiva, ou relações marcadas por excesso ou falta — de presença, de afeto, de limites — podem deixar marcas profundas. Para a psicanálise, o que se vivencia no início da vida é estruturante: é nesse tempo que o sujeito vai criando formas de lidar com a ausência, a separação, o desejo do outro, a castração simbólica. Quando esses processos são marcados por traumas ou falhas importantes, podem se inscrever no psiquismo como um solo fértil para formas mais intensas de sofrimento psíquico.
A terapia psicanalítica oferece um espaço para que esses traços possam ser simbolizados, ou seja, colocados em palavras, escutados e elaborados. O setting analítico sustenta o trabalho de trazer à consciência conteúdos que, muitas vezes, se expressam de forma impulsiva, contraditória ou dolorosa, como é comum no TPB. Com o tempo, a escuta e a relação transferencial permitem que o sujeito vá construindo novas formas de estar no mundo, mais simbólicas e menos tomadas pela urgência do afeto bruto. Não se trata de apagar os traços, mas de reinscrevê-los em uma nova narrativa, onde seja possível viver com mais autonomia e menos sofrimento.
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Lidar com o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) na família exige compreensão, paciência e o desenvolvimento de uma comunicação acolhedora. É fundamental reconhecer que as oscilações emocionais e comportamentos muitas vezes não são intencionais, mas reflexos da própria condição. Buscar conhecimento sobre o TPB, oferecer apoio sem julgamento e incentivar o tratamento especializado (psicoterapia e, em alguns casos, medicação) faz diferença. Cuidar também da saúde emocional dos familiares é essencial, visto que o convívio pode ser desafiador. Grupos de apoio e orientação profissional contribuem para criar um ambiente mais seguro, respeitoso e saudável para todos.
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