Eu costumo fantasiar a todo momento coisas trágicas sobre mim. Tipo, o dia todo e antes de dormir cr
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Eu costumo fantasiar a todo momento coisas trágicas sobre mim. Tipo, o dia todo e antes de dormir crio histórias falsas sobre mim onde em todas elas eu sofro de todas as maneiras possíveis, seja abandono familiar, bullying, doenças, espancamento, feridas, e essas coisas, e sempre que a história se encaminha pra um final feliz eu encerro, nunca consigo terminar elas. Não sei pq faço isso, não é como se eu quisesse passar por isso de verdade, mas sempre crio essas fantasias onde eu sempre tenho uma vida trágica, a ponto de realmente chorar, mas no final sinto um tipo de alívio. O que pode ser isso?
Essas fantasias parecem funcionar como uma forma inconsciente de dar sentido ou aliviar algo que você sente internamente, talvez uma dor emocional que não encontra expressão direta. Ao se imaginar sofrendo, você transforma em cena algo que já o angustia de forma difusa, e o choro traz um alívio momentâneo, como se colocasse para fora o que está reprimido. O fato de interromper as histórias quando chegam ao final feliz indica que o sofrimento, de algum modo, tornou-se familiar, é nele que você se reconhece emocionalmente. Isso não significa que você deseje sofrer, mas que o sofrimento é o modo que sua mente encontrou para elaborar o que não está resolvido. Falar sobre essas fantasias em psicoterapia pode ajudar a compreender o que elas expressam e permitir que outras formas de lidar com o afeto tomem o lugar delas.
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Oi! Espero que esteja bem. Na Terapia cognitivo comportamental, chamamos esses pensamentos de "catastróficos". Eles se baseiam sempre em situações negativas e muitas vezes nos fazem distorcer a realidade. Isso pode ter a ver com crenças desenvolvidas desde a infância, a respeito de como você se enxerga e como enxerga o mundo. A psicoterapia lhe ajudaria bastante a descobrir a raiz do problema. Estou à disposição.
Talvez você crie histórias trágicas sobre você porque, em algum nível inconsciente, o sofrimento virou uma forma de sentir que você tem importância. Quando você se imagina sendo abandonado, machucado ou passando por situações difíceis, isso te faz sentir “visto” dentro da fantasia. É como se, quando você sofre, alguém finalmente se importasse com você — nem que seja apenas dentro dessa história. Pode ser esse o motivo do alívio depois de chorar. Ao mesmo tempo, quando o roteiro estava indo para um final feliz, você corta. Há a possibilidade de que dentro desse padrão que você aprendeu lá atrás na vida, ser cuidado ou amado sem sofrimento pode parecer estranho, até ameaçador. Sem dor, você teria que encontrar outra forma de existir e de ser percebido — e isso pode causar angústia. Assim, você volta para o que é conhecido: o sofrimento como garantia de que você está ali, de que tem valor para alguém. O mais importante não é tentar parar de imaginar essas coisas, mas falar sobre elas. Na psicanálise, você vai poder entender de onde veio essa ideia de que talvez a atenção esteja relacionada a sentir algum tipo de mal estar, com o tempo, construir um novo jeito de se relacionar consigo mesmo e com os outros.
Todos nós temos necessidades emocionais básicas em diferentes proporções, que a medida que não são atendidas, nos causam alguma dificuldade que acaba se manifestando nos nossos comportamentos. Pessoas que se sentem queridas, pertencentes, respeitadas, principalmente na infância, etc. tem maior propensão a desenvolverem pensamentos mais saudáveis. Se passamos por um ambiente onde essas necessidades não estão minimamente supridas podemos desenvolver pensamentos, comportamentos disfuncionais. Se você percebe que suas necessidades básicas não estão minimamente supridas, vale a pena buscar ajuda de um psicólogo, com quem você se sinta bem e tenha confiança.
Isso é mais comum do que parece. Quando a dor é reprimida por muito tempo, a mente cria “histórias” simbólicas pra liberar emoção acumulada. É uma forma inconsciente de processar o sofrimento e buscar validação interna. Chorar nessas fantasias traz alívio porque, naquele momento, você finalmente sente o que vem tentando conter. Mas se isso se repete com frequência, pode ser sinal de tristeza profunda, trauma emocional ou depressão latente. Psicoterapia é o espaço seguro pra entender essas narrativas e transformá-las em cura real, não só em catarse momentânea. Sou psicóloga, se precisar, é só me chamar!
O que você descreve parece revelar um funcionamento psíquico em que a dor e o sofrimento são usados, inconscientemente, como forma de elaboração emocional. Fantasiar situações trágicas, mesmo sem desejar vivê-las de fato, pode ser uma maneira de dar expressão simbólica a sentimentos reprimidos, como tristeza, solidão ou desamparo.
Na psicanálise, compreendemos que a mente cria essas histórias não por “vontade de sofrer”, mas como uma tentativa de representar algo que ainda não pôde ser dito ou elaborado. O alívio que você sente ao final dessas fantasias indica que, de algum modo, elas funcionam como uma descarga emocional.
Um processo analítico pode ajudá-lo a compreender o que essas narrativas expressam sobre sua história interna. Quais afetos e experiências estão sendo dramatizados nessas cenas. A partir disso, é possível transformar o sofrimento em compreensão e encontrar formas mais livres e conscientes de lidar com o que sente.
Na psicanálise, compreendemos que a mente cria essas histórias não por “vontade de sofrer”, mas como uma tentativa de representar algo que ainda não pôde ser dito ou elaborado. O alívio que você sente ao final dessas fantasias indica que, de algum modo, elas funcionam como uma descarga emocional.
Um processo analítico pode ajudá-lo a compreender o que essas narrativas expressam sobre sua história interna. Quais afetos e experiências estão sendo dramatizados nessas cenas. A partir disso, é possível transformar o sofrimento em compreensão e encontrar formas mais livres e conscientes de lidar com o que sente.
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