Fui diagnosticado com TOC. Me foi prescrito 100 mg de clomipramina associado à 50 mg de fluvoxamina.

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Fui diagnosticado com TOC. Me foi prescrito 100 mg de clomipramina associado à 50 mg de fluvoxamina. Senti uma melhora imensa nas manias, nos, tiques e nos rituais, mas tudo isso não saiu totalmente. Ainda sofria muito com isso. Depois de um tempo comecei a ter perda de libido e dificuldade com orgasmo. O meu psiquiatra retirou a fluvoxamina e permaneceu com a clomipramina dessa vez associada a 40 mg de citalopram 2 vezes ao dia. Estou tomando há alguns dias e ainda minha libido não volta. Qual alternativas possíveis para o meu caso?
Dra. Naarai Camboim
Psiquiatra, Médico de família, Psicanalista
Florianópolis
Olá, aqui é a Dra. Naarai. É muito positivo que você já tenha percebido melhora dos sintomas do TOC com o tratamento, isso mostra que o caminho está trazendo resultados, mesmo que ainda haja ajustes a fazer. A dificuldade de libido e de orgasmo que você relatou é um efeito colateral frequente de antidepressivos da classe dos ISRS (como fluvoxamina e citalopram) e também da clomipramina, que podem reduzir a resposta sexual em muitas pessoas.

Existem algumas alternativas que podem ser discutidas com seu médico:

– Ajuste de doses ou troca de antidepressivo: em alguns casos, o médico pode avaliar reduzir gradualmente a dose do ISRS ou trocar para opções com menor impacto na libido, como a bupropiona. Esse medicamento costuma ser usado em associação ao tratamento do TOC para ajudar a melhorar energia e desejo sexual, embora não seja tão eficaz isoladamente nos sintomas obsessivos.
– Uso combinado de estabilizadores ou outros adjuvantes: dependendo do seu histórico, pode-se avaliar a associação de outros fármacos que mantenham o controle do TOC, mas com menos efeito na função sexual.
– Medidas naturais de apoio: atividade física regular, sono reparador, alimentação equilibrada e técnicas de manejo do estresse contribuem tanto para a melhora do TOC quanto para a vitalidade sexual.
– Suplementos com alguma evidência: o ginseng, a macuna pruriens (rica em L-dopa), o zinco e o magnésio podem apoiar o desempenho sexual em alguns casos, sempre com acompanhamento médico.
– Psicoterapia específica: abordagens como terapia cognitivo-comportamental (TCC) voltada para TOC continuam sendo fundamentais, ajudando a reduzir a intensidade dos sintomas e, indiretamente, diminuindo a necessidade de doses mais altas de medicação.

Ou seja: não é preciso escolher entre ter alívio dos sintomas do TOC ou manter a saúde sexual! Existem alternativas possíveis, mas elas precisam ser individualizadas, avaliando junto ao seu médico qual ajuste trará equilíbrio entre eficácia e qualidade de vida.

Espero ter ajudado, a equipe da Dra. Naarai fica à disposição para o que precisar.

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Todas estas medicações podem diminuir a libido. Infelizmente, se você tem transtorno obsessivo-compulsivo, como dá a entender, é mesmo este tipo de medicação que deve ser usado. Quanto a tiques, não são a primeira opção. Por vezes, com o tempo de uso os efeitos colaterais diminuem e há algumas possibilidades para se aumentar a libido - medicamentosas e comportamentais - mas, isto deve perguntar ao seu médico, pois não é possível orientar tratamentos, por aqui.
Os antidepressivos usados no tratamento do TOC podem, de fato, afetar a libido. Muitas vezes, ao trocar ou ajustar as medicações, esses efeitos colaterais demoram um pouco a melhorar. Existem algumas estratégias possíveis, como ajustes de dose, mudança de medicamento ou associação de outras opções que minimizem o impacto na sexualidade. O ideal é conversar com seu psiquiatra sobre o que você está sentindo, para que ele avalie alternativas de forma individualizada e segura.

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