O que é perturbação da identidade no Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) ?

A perturbação da identidade no Transtorno de Personalidade Borderline é uma dificuldade em manter uma imagem consistente de si mesmo. A pessoa pode mudar com frequência a forma como se vê, seus valores, interesses e até o modo de se comportar, conforme o ambiente ou as relações. Essa instabilidade costuma vir acompanhada de sentimentos de vazio, insegurança e confusão sobre quem realmente é, o que pode gerar sofrimento e impactar os vínculos interpessoais.

A perturbação da identidade, no contexto do Transtorno de Personalidade Borderline, refere-se a uma instabilidade profunda e persistente na experiência de si mesmo. O sujeito borderline tende a oscilar entre diferentes modos de se perceber, sem conseguir sustentar uma sensação coerente e contínua de quem é. Essa fragmentação se expressa em mudanças bruscas de valores, projetos, afetos e até na forma de se relacionar com os outros. Na perspectiva psicanalítica, essa perturbação decorre de falhas na constituição do eu, especialmente nas etapas iniciais do desenvolvimento, em que a criança não pôde integrar de maneira estável as experiências de amor e frustração. Assim, o sujeito permanece dividido entre imagens idealizadas e persecutórias de si e do outro, sem uma síntese madura que lhe permita reconhecer-se como o mesmo, mesmo diante de conflitos e perdas. Na clínica, isso aparece como uma sensação de vazio, confusão quanto ao que se deseja, dependência afetiva intensa e, ao mesmo tempo, medo de ser engolido pelo outro. A identidade, nesses casos, se constrói de modo reativo: o paciente se define mais pela relação momentânea com o outro do que por uma estrutura interna consolidada.

Oi, tudo bem? A perturbação da identidade no Transtorno de Personalidade Borderline é um dos aspectos mais delicados e, ao mesmo tempo, mais centrais do quadro. Ela acontece quando a pessoa tem dificuldade em manter uma sensação interna estável de quem é, do que sente, do que deseja e de quais valores orientam sua vida. É como se a própria identidade ficasse “oscilando”, mudando conforme o ambiente, a relação ou a emoção dominante naquele momento. Isso não significa falta de caráter ou indecisão, mas sim um padrão emocional profundamente ligado à história de vínculos e à forma como o cérebro aprendeu a se proteger.

Essa instabilidade pode se manifestar de várias formas: mudanças rápidas de objetivos, sensação de vazio contínuo, dificuldade em saber o que realmente se quer, ideias sobre si mesmo que variam de autoestima inflada a autocrítica intensa em questão de horas. Talvez ajude observar como isso aparece em você. Em quais momentos você sente que perde a conexão com quem é? Como percebe que suas emoções tomam o comando da sua autoimagem? Há situações em que você se olha no espelho e não reconhece muito bem quem está ali, não fisicamente, mas emocionalmente? Essas reflexões ajudam a entender a profundidade dessa experiência.

Do ponto de vista clínico, essa perturbação da identidade não é um defeito, e sim um reflexo de vínculos inseguros e de um ambiente onde a pessoa teve que se adaptar constantemente para sobreviver emocionalmente. O tratamento, especialmente abordagens como DBT, Terapia do Esquema e ACT, ajuda a reconstruir um senso de self mais estável, trazendo clareza sobre valores, emoções e necessidades. E com o tempo, essa oscilação diminui muito.

Se quiser explorar como isso se manifesta na sua própria história e o que isso revela sobre suas relações e emoções, podemos conversar com calma. Caso precise, estou à disposição.