Por que algumas pessoas autistas parecem boas em multitarefa em certas áreas, mas não em outras?
3
respostas
Por que algumas pessoas autistas parecem boas em multitarefa em certas áreas, mas não em outras?
Oi, tudo bem? Essa é uma observação muito perspicaz — e, de fato, uma das nuances mais interessantes do funcionamento cognitivo no autismo. À primeira vista, pode parecer contraditório que uma pessoa autista consiga lidar com múltiplas tarefas em algumas situações e, em outras, se sinta completamente sobrecarregada. Mas, quando olhamos com mais profundidade, percebemos que isso tem tudo a ver com o tipo de tarefa, o nível de previsibilidade do ambiente e o modo como o cérebro processa os estímulos.
Em geral, o cérebro autista tende a ter um foco seletivo muito forte. Isso significa que, quando as tarefas são familiares, previsíveis ou estão dentro de um interesse específico, o sistema cognitivo consegue alternar entre elas com muito mais fluidez. Nesses casos, o cérebro já “sabe o caminho” e, por isso, o esforço mental para mudar de uma ação para outra é muito menor. É como se houvesse uma trilha já pavimentada entre as tarefas.
Mas quando o ambiente é caótico, exige respostas rápidas ou envolve estímulos imprevisíveis — como sons, interrupções ou múltiplas demandas sociais —, o custo cognitivo sobe. A memória de trabalho e a flexibilidade cognitiva (funções que dependem fortemente do córtex pré-frontal) são mais exigidas, e isso pode gerar sobrecarga. Então, o mesmo cérebro que parece “brilhante” em uma área pode parecer “travado” em outra, quando na verdade o que muda é o contexto e o tipo de processamento necessário.
A neurociência mostra que o cérebro autista funciona com uma conectividade diferente: mais intensa dentro de certos circuitos e menos integrada entre outros. Essa configuração cria especializações — o que faz com que determinadas combinações de tarefas sejam realizadas com maestria, enquanto outras se tornam desgastantes.
Talvez valha refletir: em quais situações você sente que o foco flui naturalmente? O que acontece no ambiente quando isso muda? E será que, em vez de medir a “habilidade de multitarefa” por quantidade, não faria mais sentido avaliá-la pela qualidade e pelo tipo de envolvimento que ela desperta?
Quando compreendemos o contexto, o que antes parecia uma limitação passa a ser apenas uma diferença de funcionamento — e, em muitos casos, uma diferença cheia de potencial. Caso queira, posso te ajudar a entender melhor como adaptar o ambiente para que esse potencial floresça.
Em geral, o cérebro autista tende a ter um foco seletivo muito forte. Isso significa que, quando as tarefas são familiares, previsíveis ou estão dentro de um interesse específico, o sistema cognitivo consegue alternar entre elas com muito mais fluidez. Nesses casos, o cérebro já “sabe o caminho” e, por isso, o esforço mental para mudar de uma ação para outra é muito menor. É como se houvesse uma trilha já pavimentada entre as tarefas.
Mas quando o ambiente é caótico, exige respostas rápidas ou envolve estímulos imprevisíveis — como sons, interrupções ou múltiplas demandas sociais —, o custo cognitivo sobe. A memória de trabalho e a flexibilidade cognitiva (funções que dependem fortemente do córtex pré-frontal) são mais exigidas, e isso pode gerar sobrecarga. Então, o mesmo cérebro que parece “brilhante” em uma área pode parecer “travado” em outra, quando na verdade o que muda é o contexto e o tipo de processamento necessário.
A neurociência mostra que o cérebro autista funciona com uma conectividade diferente: mais intensa dentro de certos circuitos e menos integrada entre outros. Essa configuração cria especializações — o que faz com que determinadas combinações de tarefas sejam realizadas com maestria, enquanto outras se tornam desgastantes.
Talvez valha refletir: em quais situações você sente que o foco flui naturalmente? O que acontece no ambiente quando isso muda? E será que, em vez de medir a “habilidade de multitarefa” por quantidade, não faria mais sentido avaliá-la pela qualidade e pelo tipo de envolvimento que ela desperta?
Quando compreendemos o contexto, o que antes parecia uma limitação passa a ser apenas uma diferença de funcionamento — e, em muitos casos, uma diferença cheia de potencial. Caso queira, posso te ajudar a entender melhor como adaptar o ambiente para que esse potencial floresça.
Tire todas as dúvidas durante a consulta online
Se precisar de aconselhamento de um especialista, marque uma consulta online. Você terá todas as respostas sem sair de casa.
Mostrar especialistas Como funciona?
Isso acontece porque pessoas com TEA frequentemente apresentam perfis cognitivos desiguais. Elas podem ter facilidade em áreas que envolvem interesses específicos, padrões ou lógica clara, onde conseguem aplicar atenção concentrada e memória de trabalho de forma eficiente. Em tarefas que exigem flexibilidade, alternância rápida ou estímulos sociais, a multitarefa se torna mais difícil, refletindo a variabilidade entre pontos fortes e desafios cognitivos.
Isso acontece porque pessoas com Transtorno do Espectro Autista tendem a ter habilidades muito desenvolvidas em áreas de interesse específico, onde o foco é natural e o processamento da informação ocorre de forma mais eficiente. Nessas áreas, o cérebro consegue lidar melhor com várias etapas da tarefa. Por outro lado, em atividades que exigem flexibilidade, mudanças rápidas ou interpretação social, a multitarefa se torna mais difícil devido à sobrecarga cognitiva e sensorial. Ou seja, não é falta de capacidade, é diferença no tipo de demanda.
Especialistas
Perguntas relacionadas
- O que pode ser confundido com autismo em adultos? .
- Quais são os desafios da multitarefa na escola? E em casa, como a multitarefa é um problema?
- O que é o Hiperfoco no Transtorno do Espectro Autista (TEA) ?
- Quais são as estratégias para lidar com o hiperfoco no Transtorno do Espectro Autista (TEA) ?
- O que é terapia comportamental para o Transtorno do Espectro Autista (TEA) ?
- Como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) afeta as relações sociais?
- Qual o papel da entonação da voz no Transtorno do Espectro Autista (TEA) ?
- O que é a fonoaudiologia para autismo e como ajuda?
- Quais são os sinais de inflexibilidade cognitiva em mulheres autistas?
- O que é o treinamento de habilidades sociais (THS) e como ele pode ser útil no Transtorno do Espectro Autista (TEA) ?
Você quer enviar sua pergunta?
Nossos especialistas responderam a 1071 perguntas sobre Transtorno do Espectro Autista
Todos os conteúdos publicados no doctoralia.com.br, principalmente perguntas e respostas na área da medicina, têm caráter meramente informativo e não devem ser, em nenhuma circunstância, considerados como substitutos de aconselhamento médico.