Quais são os padrões restritos e repetitivos se manifestam de forma sutil em mulheres autistas?

3 respostas
Quais são os padrões restritos e repetitivos se manifestam de forma sutil em mulheres autistas?
 Helio Martins
Psicólogo
São Bernardo do Campo
Oi, tudo bem? Essa é uma excelente pergunta — e traz um ponto essencial para compreender por que o autismo em mulheres é, muitas vezes, subdiagnosticado. Os padrões restritos e repetitivos nelas tendem a aparecer de forma muito mais sutil e socialmente “aceitável”, o que faz com que passem despercebidos até mesmo por profissionais menos atentos.

Enquanto nos meninos autistas esses padrões costumam ser mais visíveis — como alinhar objetos, falar muito sobre um mesmo tema ou repetir movimentos —, nas mulheres eles frequentemente se escondem atrás de interesses intensos, porém socialmente valorizados. Podem se manifestar como fixações por rotinas estéticas, por séries, por animais, por leitura, ou por certas relações interpessoais. É como se o cérebro precisasse de algo previsível e familiar para regular o caos interno. Você já reparou se há temas ou atividades que ela revisita de maneira quase ritualística, sem se cansar, e que parecem funcionar como uma forma de segurança emocional?

Esses padrões também podem aparecer na linguagem e no pensamento. Algumas mulheres repetem frases mentalmente para se acalmarem, outras seguem roteiros internos de conversa antes de interagir, como se ensaiassem cada passo para evitar imprevistos. Há também repetições emocionais — insistir em dinâmicas afetivas conhecidas, mesmo que dolorosas, porque o familiar parece mais suportável do que o novo.

Do ponto de vista da neurociência, isso tem relação com o modo como o cérebro autista busca previsibilidade para reduzir a ativação do sistema de ameaça. Esses padrões não são meras manias, mas tentativas de autorregulação, um jeito sofisticado de manter o equilíbrio diante de estímulos que o sistema nervoso percebe como excessivos. Quando vistos com empatia, esses comportamentos revelam mais sobre o esforço de se proteger do que sobre rigidez. Se fizer sentido, podemos conversar mais sobre como transformar essas estratégias em formas mais leves de cuidar de si.

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Em mulheres autistas, os padrões restritos e repetitivos podem se manifestar de forma sutil como interesses intensos, mas socialmente aceitáveis, como livros, animais ou arte, rituais discretos na rotina diária, movimentos repetitivos pouco visíveis, como mexer levemente mãos ou cabelo, e preferência por rotinas previsíveis. Essas manifestações muitas vezes passam despercebidas, mas ainda refletem a necessidade de previsibilidade, controle e autorregulação.
Em mulheres autistas, padrões restritos e repetitivos costumam aparecer de forma mais sutil e internalizada, como: interesses intensos porém socialmente aceitos (psicologia, arte, estética, relacionamentos), rotinas mentais rígidas e necessidade de previsibilidade, repetição de pensamentos, roteiros sociais ou falas internamente, movimentos discretos (mexer em anéis, cabelo, objetos) e dificuldade em flexibilizar planos e mudanças.
Por serem menos visíveis, esses padrões muitas vezes passam despercebidos, atrasando o diagnóstico.

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