Qual a relação da visão de túnel com o "8 ou 80" do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) ?
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Qual a relação da visão de túnel com o "8 ou 80" do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) ?
A “visão de túnel” no TPB está ligada ao pensamento polarizado, conhecido como “8 ou 80”, porque ambos refletem uma redução do campo perceptivo diante da intensa angústia. Quando o sujeito se encontra emocionalmente sobrecarregado, sua mente se fixa em extremos, idealização ou desvalorização, estreitando a percepção de nuances e alternativas. Assim, a “visão de túnel” funciona como um mecanismo defensivo, limitando a experiência e interpretação da realidade a polos opostos para lidar com o medo de abandono e a instabilidade interna.
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Essa é uma pergunta excelente — e revela uma compreensão bem refinada sobre o funcionamento emocional no Transtorno de Personalidade Borderline (TPB). A “visão de túnel” e o famoso modo “8 ou 80” estão intimamente conectados, como se fossem duas expressões diferentes de um mesmo fenômeno: a dificuldade em manter nuances quando o sistema emocional está ativado.
Durante uma crise, o cérebro da pessoa com TPB entra em estado de urgência emocional. A amígdala, que é o centro de detecção de ameaça, dispara intensamente, enquanto o córtex pré-frontal — responsável por regular e contextualizar as emoções — fica momentaneamente “silenciado”. Esse desequilíbrio faz com que o foco se estreite, gerando a “visão de túnel”. Nesse estado, tudo passa a ser visto de forma absoluta: ou a pessoa é amada ou rejeitada, segura ou em perigo, valorizada ou esquecida. Não há meio-termo. É aí que nasce o “8 ou 80”.
É como se a mente dissesse: “se existe uma mínima chance de eu ser ferido, então o risco é total”. O cérebro faz isso tentando proteger, mas acaba gerando mais dor, porque ao ver o mundo só em extremos, a pessoa perde o acesso à sutileza — aquele espaço onde cabem os “talvez”, os “pode ser que” e os “ainda não sei”. Você já percebeu como, nesses momentos, uma frase ou gesto neutro de alguém pode parecer um sinal claro de rejeição? Isso é a visão de túnel emocional em ação, pintando tudo com uma única cor.
A terapia ajuda justamente a reabrir esse campo perceptivo, ensinando o cérebro a tolerar as zonas cinzentas da vida sem precisar se defender com o “tudo ou nada”. Com o tempo, a pessoa aprende a reconhecer que o outro pode errar sem deixar de se importar, e que um conflito não precisa significar abandono. Essa flexibilidade emocional é um dos pilares do tratamento — e, quando alcançada, muda completamente a forma de se relacionar consigo e com o mundo.
Esses temas merecem cuidado — se quiser, posso te ajudar a aprofundar essa compreensão.
Essa é uma pergunta excelente — e revela uma compreensão bem refinada sobre o funcionamento emocional no Transtorno de Personalidade Borderline (TPB). A “visão de túnel” e o famoso modo “8 ou 80” estão intimamente conectados, como se fossem duas expressões diferentes de um mesmo fenômeno: a dificuldade em manter nuances quando o sistema emocional está ativado.
Durante uma crise, o cérebro da pessoa com TPB entra em estado de urgência emocional. A amígdala, que é o centro de detecção de ameaça, dispara intensamente, enquanto o córtex pré-frontal — responsável por regular e contextualizar as emoções — fica momentaneamente “silenciado”. Esse desequilíbrio faz com que o foco se estreite, gerando a “visão de túnel”. Nesse estado, tudo passa a ser visto de forma absoluta: ou a pessoa é amada ou rejeitada, segura ou em perigo, valorizada ou esquecida. Não há meio-termo. É aí que nasce o “8 ou 80”.
É como se a mente dissesse: “se existe uma mínima chance de eu ser ferido, então o risco é total”. O cérebro faz isso tentando proteger, mas acaba gerando mais dor, porque ao ver o mundo só em extremos, a pessoa perde o acesso à sutileza — aquele espaço onde cabem os “talvez”, os “pode ser que” e os “ainda não sei”. Você já percebeu como, nesses momentos, uma frase ou gesto neutro de alguém pode parecer um sinal claro de rejeição? Isso é a visão de túnel emocional em ação, pintando tudo com uma única cor.
A terapia ajuda justamente a reabrir esse campo perceptivo, ensinando o cérebro a tolerar as zonas cinzentas da vida sem precisar se defender com o “tudo ou nada”. Com o tempo, a pessoa aprende a reconhecer que o outro pode errar sem deixar de se importar, e que um conflito não precisa significar abandono. Essa flexibilidade emocional é um dos pilares do tratamento — e, quando alcançada, muda completamente a forma de se relacionar consigo e com o mundo.
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