Qual é o motivo de uma pessoa ter transtorno de personalidade borderline? Sei que abuso sexual, genética

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Qual é o motivo de uma pessoa ter transtorno de personalidade borderline? Sei que abuso sexual, genética e etc... pode causar, mas como na depressão e bipolaridade, o borderline tem alguma coisa errada nos componentes químicos do cerebro?
Nem sempre o transtorno boderline está associado a um trauma na infância do tipo abuso sexual. Embora ainda não existam estudos conclusivos sobre a possibilidade de o transtorno ser congênito não podemos descartar esta hipótese. Como exemplo de transtorno de personalidade congênita cito o transtorno de personalidade anti social que apesar da boa atuação parental a criança desenvolve sinais de antisocialidade. A psicanálise investiga a vida psíquica em sua estrutura clínica e considera o transtorno boderline um quadro grave de neurose histérica enquanto a bipolaridade é considerada como uma psicose. Não existem marcadores biológicos p/ diagnosticar transtorno boderline, depressão ou transtorno bipolar. O diagnóstico é clínico (estrutural no caso da psicanálise) ou (fenomenológico no caso da psiquiatria). A psicanálise trabalha com a subjetividade porque compreende que nem todas as boderlines são idênticas e trata cada caso conforme a especificidade do analisando em tratamento analítico.

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Na minha clínica diferencio depressão de borderline ou bipolar. Em psicanálise, fazemos o diagnótico a partir da estrutura psíquica e depois pensamos na especificidade conforme ouvimos o sujeito, ou seja, analisa-se a linguagem do sujeito. Se o analisante, não raro, vem com esse discurso médico-ciêntífico, analisamos com o analisante a configuração terapeutica-analítica possível caso a caso.
Não existem dados significativos que determinem uma causa específica. Sabemos que inicia-se no começo da vida adulta e pode estar presente em vários contextos. Podemos considerar fatores genéticos, histórico familiar , abusos físicos e /ou sexuais, porém independente da causa na Gestalt terapia olhamos para este sujeito como um todo, não apenas para seu sintoma, acreditamos que a pessoa que está diante de nós é muito mais que o rótulo de sua doença . Esta conduta não inviabiliza a parceria que se faz necessária com a psiquiatria, pois dependendo do grau de angústia se fará necessário o uso de medicação. Não existe uma medicação específica para o transtorno de personalidade boderline, mas existem medicações para os sintomas isolados, como antidepressivos, estabilizadores de humor e antipsicóticos, que deverá ser indicado por um médico psiquiatra.
Destacando os fatores ambientais o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) está intimamente ligado a um contexto de INVALIDAÇÃO do indivíduo, onde "aquele que deveria cuidar pune", geralmente nesse mesmo contexto há o espaço para abusos sexuais (quase sempre por membros próximos do mesmo). A exposição a tais situações favorecem o desenvolvimento do TPB, as características diagnósticas se enquadram de forma consistente ás contingências que vigoraram na criação do indivíduo (alterações de humor e inflexibilidade psicológica). Uma abordagem que tem respondido bem ao tratamento de TPB é a Terapia Comportamental Dialética, abordagem desenvolvida por Marsha Linehan para tratamento exclusivo de Borderline.
Essa é uma pergunta muito difícil de ser respondida. O que se acredita hoje é que as causas são múltiplas e se combinam, desde fatores genéticos, traumas pessoais, fatores individuais de criação e de desenvolvimento e fatores constitucionais.

Em uma pessoa com sofrimento psíquico, se fossemos analisar os componentes químicos do cérebro, sempre haverá alguma alteração. Essa frequentemente é, secundária. Por exemplo, você pode ser uma pessoa que nunca enfrentou problemas emocionais e sofrer um trauma sério e desenvolver sintomas emocionais importantes. A partir daí, certamente haverá alterações nos componentes químicos do cérebro.

Eu sugiro cuidado com o termo "borderline". Isso é um enquadramento profissional para um tipo de personalidade, um diagnóstico "artificial", e tem sido usado de forma leviana para "explicar" traços de caráter muito particulares das pessoas. Na minha opinião, é mais um rótulo, bastante generalizado, do que um diagnóstico que deva ser fornecido ao paciente.
Olá.
Esta é uma questão extremamente delicada, pois se trata de uma característica estrutural do psiquismo do sujeito, que pode ter várias causas relacionadas e, geralmente, não definitivas, portanto, acho complicado, até desumano, ficar fazendo especulações sobre um caso real de alguém que sofre em decorrência disto, sem conhecer de fato a pessoa e sua história de vida, isso pode acabar confundindo ainda mais e alimentando um imaginário que muitas vezes não corresponde com a realidade individual do sujeito.
O transtorno de personalidade borderline é um transtorno bastante sério, que deve ser diagnosticado com parcimônia. A sua etiologia é multifatorial. Na proposta psicanalítica, este transtorno se enquadra nas patologias do vazio, onde, nas primeiras experiências do sujeito, que vão constituir a sua autoestima, há uma falta que não pode ser suportada pelo ego em formação. Em outras palavras, são sujeitos que não foram investidos afetivamente na relação mãe-bebê. Por isto, elas vivenciam sentimentos de abandono em todas as suas relações como a destruição do seu próprio eu: estar com o outro, fundindo-se a ele, dão-lhes uma breve sensação de ser pleno. Em terapia, segundo Donald Winnicott, o paciente precisa vivenciar um ambiente suficientemente bom para desenvolver sua autoestima, onde o terapeuta serve de ego auxiliar.

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