Tomar susto facilmente com frequência pode ser crises reflexas? Tem medicamento pra isso?

Podem ser. O exame clínico e complementar podem confirmar a natureza. Há tratamento para controle dos sinais. Se for outra apresentação que não a epilepsia, dependendo da causa, cura. O exame clínico é fundamental.

Boa noite!
Embora possa ser uma crise de fundo epiletico (mioclonia), a hipotese mais comum é que seja excesso de adrenalina, que esteja passado por estresse.
Tudo deve ser analisada de forma adequada pelo especialista, apos a tomada da anamnese ou historico,
Somente o medico que conhece seu paciente poderá fazer a diferenciação!

Excelente pergunta — e bastante interessante do ponto de vista neurológico, pois tomar sustos com frequência ou reagir de forma exagerada a estímulos sonoros, luminosos ou táteis pode ter diferentes origens, variando de respostas fisiológicas do sistema nervoso autônomo até crises reflexas epilépticas ou hipersensibilidade neurológica. Em pessoas sem doença neurológica, esse “susto fácil” geralmente é um reflexo de sobreativação do sistema nervoso simpático, comum em quadros de ansiedade, fadiga, privação de sono, uso de estimulantes (como cafeína) ou estresse prolongado. Nesses casos, o cérebro se mantém em hipervigilância, reagindo de forma amplificada a qualquer estímulo externo. No entanto, quando os sustos são muito frequentes, desproporcionais ou acompanhados de movimentos bruscos involuntários, tremores, perda momentânea de consciência, piscadas rápidas ou sensação de confusão mental, é necessário investigar crises reflexas epilépticas. Essas crises são formas raras de epilepsia desencadeadas por estímulos específicos — som alto, luz intermitente, toque repentino ou até emoções intensas —, nas quais ocorre descarga elétrica anormal em redes cerebrais sensoriais. O diagnóstico é feito por eletroencefalograma (EEG) e, quando necessário, vídeo-EEG, correlacionando os episódios com a atividade cerebral. Caso seja confirmado um padrão epiléptico reflexo, o tratamento é feito com medicações anticonvulsivantes, como levetiracetam, lamotrigina, valproato ou clonazepam, que ajudam a estabilizar a excitabilidade neuronal e reduzir as reações de susto involuntário. Já nos casos de hiperexcitabilidade sem epilepsia, o tratamento envolve abordagem do estresse, higiene do sono, técnicas de relaxamento e, em alguns casos, neuromoduladores leves (como pregabalina, gabapentina ou antidepressivos de ação ansiolítica), sempre prescritos conforme a origem do quadro. Em resumo: sustos frequentes e intensos podem ter origem funcional ou neurológica, sendo importante diferenciar reações de ansiedade e hipervigilância de crises reflexas epilépticas verdadeiras. A avaliação neurológica com EEG e histórico detalhado dos episódios é essencial para definir a causa e indicar o tratamento mais adequado. Reforço que esta resposta tem caráter informativo e não substitui uma consulta médica individual. O acompanhamento com o neurologista é indispensável para garantir diagnóstico preciso e segurança terapêutica. Coloco-me à disposição para ajudar e orientar, com consultas presenciais e online em todo o Brasil, com foco em neurologia clínica, epilepsias reflexas, neurofisiologia e medicina do sono, sempre com uma abordagem técnica e humanizada. Dra. Patrícia Gomes Damasceno – Neurologista | Especialista em Medicina do Sono | CRM 11930-CE | RQE nº 7771 | RQE nº 8082