Vício em pornografia e masturbação
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Olá, eu sofro com o vício da pornografia e da masturbação e vou relatar alguns detalhes para quem sabe vocês possam me indicar, e para os demais que acessarem este fórum, qual é o caminho para tratamento e quem sabe cura desse distúrbio. Eu tenho mais de 50 anos, desde meus 13 anos iniciei a masturbação ao ponto de me masturbar até 12x por dia. A pior sensação que tenho é que não consigo ter um convívio social adequado. Sempre que estou andando pela rua ou tenho uma interação com alguma mulher ou cena provocante, o cérebro dispara o gatilho da sexualidade e eu não consigo ter um bom convívio. Isso leva à masturbação e à pornografia. Após a masturbação, vem o sofrimento, frustração e a dor. Tenho um boa formação, durante meu mestrado estudei sobre neurociência, mas apesar de achar que atualmente os gatilhos para a masturbação sejam ansiedade, tédio, estresse e solidão, percebo que o vício está relacionado à sensação de recompensa e alívio que a masturbação traz ao gerar diversos neurotransmissores e hormônios no corpo. Já tentei terapias para tratar os gatilhos, tudo se equilibra, mas com o passar dos dias o problema retorna. Imagino que em função da quantidade de anos que me masturbo, o cérebro ficou viciado e preciso de algum tratamento mais específico, talvez Terapia Coginitiva Comportamental (TCC), mas quem sabe até tratamento químico. Existe algum tipo de tratamento neste nível atualmente?
Olá! O tratamento neste caso é sim difícil. Existe a possibilidade de utilizar de tratamentos medicamentosos para controle de hábitos e impulsos, mas a Terapia Cognitiva Comportamental seria um grande aliado. Separadamente, o fármaco dificilmente teria tanto êxito.
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Mesmo depois de décadas, isso tem tratamento.
O tratamento mais eficaz combina três componentes. O primeiro é psicoterapia especializada, principalmente Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que trabalha os gatilhos, o condicionamento ao estímulo sexual, a impulsividade e a prevenção de recaídas. Outras abordagens, como ACT ou terapias focadas em trauma, também podem ajudar quando há questões emocionais profundas. O segundo componente é tratamento psiquiátrico, quando necessário. Existem medicações usadas para reduzir impulsividade e compulsão, como antidepressivos ISRS, naltrexona e, em casos específicos, estabilizadores de humor ou tratamento para TDAH, caso haja essa comorbidade. Embora não exista um “remédio para vício em pornografia”, essas medicações são eficazes em muitos casos de compulsão sexual. O terceiro componente é apoio estruturado, como grupos de apoio (SAA, SA, SLAA), que fortalecem o processo de mudança e reduzem recaídas. Com o acompanhamento certo, é totalmente possível reduzir drasticamente a compulsão, recuperar o controle e melhorar o convívio social. A neuroplasticidade existe em qualquer idade, mudanças são possíveis mesmo após muitos anos.
O tratamento mais eficaz combina três componentes. O primeiro é psicoterapia especializada, principalmente Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que trabalha os gatilhos, o condicionamento ao estímulo sexual, a impulsividade e a prevenção de recaídas. Outras abordagens, como ACT ou terapias focadas em trauma, também podem ajudar quando há questões emocionais profundas. O segundo componente é tratamento psiquiátrico, quando necessário. Existem medicações usadas para reduzir impulsividade e compulsão, como antidepressivos ISRS, naltrexona e, em casos específicos, estabilizadores de humor ou tratamento para TDAH, caso haja essa comorbidade. Embora não exista um “remédio para vício em pornografia”, essas medicações são eficazes em muitos casos de compulsão sexual. O terceiro componente é apoio estruturado, como grupos de apoio (SAA, SA, SLAA), que fortalecem o processo de mudança e reduzem recaídas. Com o acompanhamento certo, é totalmente possível reduzir drasticamente a compulsão, recuperar o controle e melhorar o convívio social. A neuroplasticidade existe em qualquer idade, mudanças são possíveis mesmo após muitos anos.
Olá!
Seu relato é extremamente importante e abre caminhos para esclarecer a importância do tratamento da compulsão sexual.
Sua descrição é bastante esclarecedora e demonstra um bom entendimento dos mecanismos cerebrais envolvidos, neurotransmissores e a identificação de gatilhos. Realmente os seus atos estão relacionados com a compulsividade diante a pornografia e a masturbação excessiva especialmente por um longo período, podendo criar padrões neurais viciantes que necessitam de intervenção especializada (com urgência).
Inicialmente você já se encontra no caminho certo procurando um terapeuta comportamental, principalmente se esse tiver formação em terapia sexual, caso não tenha, pode seguir da mesma forma; concomitante é necessário seguimento psiquiátrico para iniciar medicação para o transtorno, que pode estar envolvido com TOC e/ou TAG entre outros diagnósticos - a depender do contexto relatado durante a anamnese com seu médico - geralmente usa-se antidepressivos como inibidores da recaptação de serotonina, mas não se exclui tratar om outra classe (a depender de cada caso). Lembrando que esses medicamentos podem ter como efeito colateral a diminuição do libido, que pode ser uma das alternativas de tratamento caso as outras não se obtenha sucesso. Procure um psiquiatra. At. te.
Seu relato é extremamente importante e abre caminhos para esclarecer a importância do tratamento da compulsão sexual.
Sua descrição é bastante esclarecedora e demonstra um bom entendimento dos mecanismos cerebrais envolvidos, neurotransmissores e a identificação de gatilhos. Realmente os seus atos estão relacionados com a compulsividade diante a pornografia e a masturbação excessiva especialmente por um longo período, podendo criar padrões neurais viciantes que necessitam de intervenção especializada (com urgência).
Inicialmente você já se encontra no caminho certo procurando um terapeuta comportamental, principalmente se esse tiver formação em terapia sexual, caso não tenha, pode seguir da mesma forma; concomitante é necessário seguimento psiquiátrico para iniciar medicação para o transtorno, que pode estar envolvido com TOC e/ou TAG entre outros diagnósticos - a depender do contexto relatado durante a anamnese com seu médico - geralmente usa-se antidepressivos como inibidores da recaptação de serotonina, mas não se exclui tratar om outra classe (a depender de cada caso). Lembrando que esses medicamentos podem ter como efeito colateral a diminuição do libido, que pode ser uma das alternativas de tratamento caso as outras não se obtenha sucesso. Procure um psiquiatra. At. te.
Saudações! O tratamento por psicoterapia é imprescindível, de fato. Mas há também tratamento medicamentoso para lhe ajudar nessa batalha. Procure um psiquiatra. Espero ter contribuído.
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