A "visão em túnel" afeta a capacidade de ver a realidade no Transtorno de Personalidade Borderline (
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A "visão em túnel" afeta a capacidade de ver a realidade no Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) ?
Olá, como vai? A visão em túnel pode, sim, afetar a forma como a realidade é percebida, especialmente em momentos de grande intensidade emocional. Nessas situações, a pessoa pode ficar tão tomada por uma sensação ou interpretação, que outras possibilidades parecem inexistentes. Não se trata de “não enxergar a realidade”, mas de vivê-la de modo emocionalmente filtrado e imediato. Na psicanálise, compreende-se que o sofrimento psíquico tende a reduzir a capacidade de simbolizar e refletir. O trabalho terapêutico ajuda a criar mais espaço interno entre o sentir e o agir, o que amplia o acesso à realidade de forma menos distorcida. Espero ter ajudado, fico à disposição.
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Oi, tudo bem?
Essa é uma pergunta muito sensível — e mostra um olhar cuidadoso sobre o que realmente acontece dentro do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB). A “visão em túnel”, nesses casos, não significa perder completamente o contato com a realidade, mas ver a realidade emocionalmente distorcida. É como se, em momentos de grande intensidade afetiva, o cérebro ajustasse o foco apenas para o que confirma o medo do momento — rejeição, abandono, humilhação — e todo o resto ficasse embaçado.
Durante essas crises, o sistema nervoso entra em modo de defesa. A amígdala — região responsável por detectar ameaça — assume o comando, e o córtex pré-frontal, que ajuda a avaliar a situação com calma e perspectiva, fica menos ativo. O resultado é que a pessoa sente como verdade absoluta algo que, em outro momento, conseguiria enxergar com nuances. Por isso, ela pode ter certeza de que está sendo rejeitada, traída ou esquecida, mesmo que, racionalmente, a situação não sustente essa leitura. O que domina é o sentir, não o fato.
Essa “visão de túnel” pode fazer com que a pessoa interprete gestos neutros como negativos, palavras comuns como ofensas e silêncios como provas de desamor. É uma forma de o cérebro tentar proteger de uma dor antiga — o medo do abandono —, mesmo que, para isso, distorça a realidade. É importante entender que essa distorção não é manipulação: é sofrimento. O mundo, nesses momentos, realmente parece apertado, ameaçador e sem saída.
Talvez valha refletir: quando algo te fere emocionalmente, você percebe que o mundo parece encolher? Que tudo parece confirmar o pior cenário possível? E o que acontece depois, quando a emoção passa e a calma volta — as coisas mudam de forma dentro de você? Observar essa diferença é o primeiro passo para começar a reabrir o campo de percepção.
A terapia ajuda justamente nisso: a reconectar a emoção à razão, ampliando o olhar e permitindo que o cérebro volte a interpretar o mundo de forma mais estável. Com o tempo e o tratamento certo, a “visão em túnel” dá lugar a uma visão mais ampla — onde cabem as nuances, os tons intermediários e, principalmente, a verdade emocional sem o caos.
Caso precise, estou à disposição.
Essa é uma pergunta muito sensível — e mostra um olhar cuidadoso sobre o que realmente acontece dentro do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB). A “visão em túnel”, nesses casos, não significa perder completamente o contato com a realidade, mas ver a realidade emocionalmente distorcida. É como se, em momentos de grande intensidade afetiva, o cérebro ajustasse o foco apenas para o que confirma o medo do momento — rejeição, abandono, humilhação — e todo o resto ficasse embaçado.
Durante essas crises, o sistema nervoso entra em modo de defesa. A amígdala — região responsável por detectar ameaça — assume o comando, e o córtex pré-frontal, que ajuda a avaliar a situação com calma e perspectiva, fica menos ativo. O resultado é que a pessoa sente como verdade absoluta algo que, em outro momento, conseguiria enxergar com nuances. Por isso, ela pode ter certeza de que está sendo rejeitada, traída ou esquecida, mesmo que, racionalmente, a situação não sustente essa leitura. O que domina é o sentir, não o fato.
Essa “visão de túnel” pode fazer com que a pessoa interprete gestos neutros como negativos, palavras comuns como ofensas e silêncios como provas de desamor. É uma forma de o cérebro tentar proteger de uma dor antiga — o medo do abandono —, mesmo que, para isso, distorça a realidade. É importante entender que essa distorção não é manipulação: é sofrimento. O mundo, nesses momentos, realmente parece apertado, ameaçador e sem saída.
Talvez valha refletir: quando algo te fere emocionalmente, você percebe que o mundo parece encolher? Que tudo parece confirmar o pior cenário possível? E o que acontece depois, quando a emoção passa e a calma volta — as coisas mudam de forma dentro de você? Observar essa diferença é o primeiro passo para começar a reabrir o campo de percepção.
A terapia ajuda justamente nisso: a reconectar a emoção à razão, ampliando o olhar e permitindo que o cérebro volte a interpretar o mundo de forma mais estável. Com o tempo e o tratamento certo, a “visão em túnel” dá lugar a uma visão mais ampla — onde cabem as nuances, os tons intermediários e, principalmente, a verdade emocional sem o caos.
Caso precise, estou à disposição.
A visão em túnel afeta a capacidade de perceber a realidade no Transtorno de Personalidade Borderline porque, nos momentos de intensa ativação emocional, a pessoa passa a interpretar acontecimentos a partir do afeto dominante e não do que está realmente acontecendo. A mente se estreita e perde nuances, fazendo com que pequenos gestos pareçam grandes rejeições, atrasos pareçam abandono e frustrações pareçam confirmações de que o outro não se importa. Esse filtro emocional altera a leitura da situação, não por delírio, mas por uma distorção momentânea causada pela dificuldade de pensar enquanto sente. Quando a emoção diminui, a pessoa muitas vezes reconhece que exagerou ou interpretou de forma equivocada, o que reforça o sofrimento. O tratamento ajuda a ampliar esse espaço mental, permitindo que a realidade seja percebida com mais estabilidade e menos submissão ao afeto imediato.
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