Bipolaridade com ausência de fase "maniaca" pode ocorrer? Se sim, como fazer o diagnostico diferenci

7 respostas
Bipolaridade com ausência de fase "maniaca" pode ocorrer? Se sim, como fazer o diagnostico diferencial?
O transtorno bipolar, por definição, tem de ter pelo menos um episódio de mania. Aliás, o o oposto do que você fala é o correto: basta um episódio de mania para se diagnosticar o transtorno bipolar, mesmo que NÃO haja depressão. O que ocorre é que muitas pessoas iniciam o transtorno bipolar com um ou mais episódios depressivos. Não existem critérios claros para diferenciar. Depressões mais graves, com resposta pior a tratamentos, com menor presença de fatores desencadeantes e com casos de bipolaridade na família têm maior probabilidade de serem parte de um transtorno bipolar mas, não é possível garantir, nem nestes casos. Se houver uma depressão, apenas o tempo vai dizer se a pessoa é bipolar. Entretanto, pelo risco de antidepressivos mais potentes desencadearem episódios de mania em pessoas com tendência à bipolaridade, atualmente sempre se inicia o tratamento de todos os deprimidos com medicações mais fracas e, caso não seja suficiente, às vezes, se opta por adicionar um estabilizador de humor para potencializar este efeito, ao invés de se trocar por um antidepressivo mais potente.

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De acordo com o manual diagnóstico psiquiátrico 5 (DSM-5), é possível que uma pessoa bipolar não tenha fase de mania (clássica). Entretanto, nesse caso, o transtorno é classificado como transtorno bipolar tipo II. Nesta última situação (bipolar tipo II) a fase de elevação do humor presente no transtorno é chamada de HIPOMANIA - uma versão menos intensa da mania.
Não é possível ser bipolar e não ter uma fase de mania ou hipomania!
Existem algumas diferenças entre mania e hipomania, uma delas é que a hipomania pode vir a durar somente 4 dias. Espero ter respondido sua pergunta.
 Carla Prates
Psicólogo, Terapeuta complementar, Psicopedagogo
Águas Claras
Procure ajuda psicológica também pq só a medicação não cura. O que nos deixa doentes é a nossa mente e nossos pensamentos e comportamentos, sentimento de culpa, medos e fobias. Bjs
NÃO. É NECESSÁRIO, PELO MENOS 1 EPISÓDIO NA VIDA DO PACIENTE .... DE TODAS AS FORMAS FICO À DISPOSIÇÃO ... ATT DR MARCIO
Dr. Diego Alves Rosa
Psiquiatra
São Paulo
Sim, a bipolaridade pode ocorrer sem uma fase "maníaca" completa. Isso é chamado de transtorno bipolar tipo 2, onde a pessoa tem episódios de depressão e episódios de hipomania, que são menos intensos que a mania.

Para fazer o diagnóstico diferencial:

Histórico Médico Detalhado: O médico vai perguntar sobre seu histórico de humor, incluindo qualquer período de energia aumentada, necessidade reduzida de sono e comportamento impulsivo (hipomania).

Observação dos Sintomas: A diferença entre hipomania e mania é a intensidade. Na hipomania, os sintomas são mais leves e não causam grandes problemas na vida da pessoa, ao contrário da mania.

Entrevistas com Familiares: Às vezes, conversar com familiares ou pessoas próximas pode ajudar a identificar episódios de hipomania que você não percebeu.

Se você tiver episódios de depressão e suspeitar que pode ter períodos de hipomania, é importante discutir isso com seu médico. O diagnóstico correto ajuda a encontrar o melhor tratamento. Estou aqui para ajudar com qualquer dúvida ou preocupação.
Dra. Fernanda Souza de Abreu Júdice
Psiquiatra, Médico perito, Médico clínico geral
Rio de Janeiro
Sim, é possível ter bipolaridade sem apresentar uma fase clássica de mania, e essa condição é chamada de transtorno bipolar do tipo II. Nesse tipo, a pessoa tem episódios de depressão e episódios de hipomania, que são como formas mais leves e menos intensas da mania, sem perda significativa da capacidade funcional ou sintomas psicóticos. Por isso, muitas vezes, a hipomania pode passar despercebida, dificultando o diagnóstico.

O diagnóstico diferencial envolve uma avaliação cuidadosa dos sintomas ao longo do tempo, com relatos detalhados do paciente e, quando possível, de familiares ou pessoas próximas. Além disso, é importante descartar outras condições que possam imitar os sintomas, como transtornos depressivos unipolares, transtornos de personalidade, uso de substâncias, ou efeitos de medicamentos.

A análise do padrão dos episódios, a duração, intensidade e impacto funcional são fundamentais para diferenciar o transtorno bipolar do tipo II de outros quadros psiquiátricos.

Se você tiver dúvidas sobre esse diagnóstico ou quiser uma avaliação mais precisa, um acompanhamento especializado é essencial, porque o tratamento varia bastante conforme o tipo e a gravidade do transtorno. Posso ajudar a esclarecer e acompanhar seu caso com atenção e cuidado.

Esse conteúdo é apenas informativo e não substitui uma consulta médica individualizada. Estou à disposição.
Dra. Camila Cirino Pereira
Neurologista, Médico do sono, Psiquiatra
São Paulo
Sim, é possível que uma pessoa apresente bipolaridade sem uma fase maníaca clássica, especialmente nos casos de Transtorno Bipolar Tipo 2 ou de transtorno do espectro bipolar, em que os episódios de hipomania (forma mais leve da mania) passam despercebidos ou são confundidos com períodos de “energia alta”, produtividade ou melhora do humor. Nesses casos, o diagnóstico diferencial em relação à depressão recorrente (unipolar) é um dos maiores desafios clínicos em neurologia e psiquiatria. O Transtorno Bipolar Tipo 2 é caracterizado por episódios depressivos marcantes alternados com episódios de hipomania, que não chegam a comprometer o funcionamento social de forma evidente. O paciente muitas vezes relata apenas fases em que “se sente melhor do que o normal”, “acorda com muita energia”, “fala mais”, “dorme pouco e sente-se disposto” — sem perceber que se trata de um episódio hipomaníaco. O diagnóstico, portanto, depende de uma escuta clínica cuidadosa e longitudinal, observando o histórico de oscilações de humor e energia ao longo dos anos. Alguns sinais que ajudam a diferenciar uma depressão bipolar de uma depressão unipolar incluem: 1. Início precoce dos sintomas depressivos, geralmente antes dos 25 anos. 2. Episódios de depressão recorrentes e de curta duração, intercalados com períodos de normalidade ou energia aumentada. 3. Histórico familiar de bipolaridade, hipomania ou uso problemático de álcool/substâncias. 4. Piora ou agitação com antidepressivos isolados, o que sugere vulnerabilidade bipolar. 5. Depressão mista, com presença simultânea de sintomas depressivos e traços de aceleração (fala rápida, irritabilidade, impulsividade, insônia). 6. Oscilações de humor muito rápidas (ciclagem), às vezes ao longo do mesmo dia, mesmo sem euforia. Para diferenciar de outros diagnósticos, o neurologista ou psiquiatra pode utilizar escalas estruturadas, como a HCL-32 (Hypomania Checklist) ou a Escala de Young para Mania (YMRS), além de entrevistas clínicas que investigam padrões de sono, impulsividade, irritabilidade e mudanças de humor após eventos positivos. Exames laboratoriais e de imagem (como ressonância magnética cerebral e dosagem de hormônios tireoidianos, cortisol e B12) são úteis apenas para excluir causas orgânicas secundárias. É importante entender que a ausência de mania não exclui o espectro bipolar, especialmente quando há depressão recorrente com momentos de aceleração leve e comportamento impulsivo. Esse quadro é o que muitos chamam de “bipolaridade subclínica” ou “bipolaridade tipo espectro”, que requer tratamento semelhante, com foco na estabilização do humor. O tratamento nesses casos não se baseia apenas em antidepressivos, pois eles podem agravar a instabilidade emocional se usados isoladamente. O manejo ideal inclui estabilizadores de humor (como lamotrigina, lítio, valproato ou quetiapina) e, quando necessário, antidepressivos em doses controladas e sob vigilância, além de psicoterapia cognitivo-comportamental para reconhecimento precoce das oscilações emocionais. Em resumo: a bipolaridade pode ocorrer sem fases maníacas evidentes, manifestando-se apenas com depressões recorrentes e períodos sutis de hipomania ou instabilidade emocional. O diagnóstico diferencial se faz por histórico clínico detalhado, observação longitudinal e resposta ao tratamento, não apenas por exames laboratoriais. Reforço que esta resposta tem caráter informativo e não substitui uma consulta médica individual. O acompanhamento com seu neurologista é essencial para confirmar o diagnóstico e garantir segurança no uso. Coloco-me à disposição para ajudar e orientar, com consultas presenciais e atendimento online em todo o Brasil, com foco em neurologia clínica, saúde mental, transtorno bipolar e regulação neurofuncional, sempre com uma abordagem técnica, empática e humanizada. Dra. Camila Cirino Pereira – Neurologista | Especialista em TDAH | Especialista em Medicina do Sono | Especialista em Saúde Mental CRM CE 12028 | RQE Nº 11695 | RQE Nº 11728

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