Como a "visão de túnel" (pensamento dicotômico) se manifesta no dia a dia?
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Como a "visão de túnel" (pensamento dicotômico) se manifesta no dia a dia?
Olá, como vai? A visão de túnel, ou pensamento dicotômico, no dia a dia se manifesta quando a pessoa interpreta situações de forma extrema, como “tudo deu errado” ou “ninguém gosta de mim”, sem perceber nuances intermediárias. Esse modo de pensar pode gerar sofrimento e reações desproporcionais aos fatos. A psicanálise vê esse funcionamento como um mecanismo de defesa diante da angústia. O suporte clínico, inclusive pelo CAPS, pode ajudar na construção de um olhar mais integrado e menos rígido. Espero ter ajudado, fico à disposição!
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A “visão de túnel” ou pensamento dicotômico é uma das experiências mais marcantes no Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) — e também uma das mais dolorosas, porque transforma a forma como a pessoa percebe o mundo. No dia a dia, ela se manifesta quando a mente passa a ver as situações, as pessoas e a si mesma em extremos absolutos, sem espaço para o meio-termo. É o famoso “tudo ou nada”: ou alguém me ama completamente, ou não se importa comigo; ou eu fiz tudo certo, ou sou um fracasso total.
Isso pode aparecer em pequenas coisas — como em um relacionamento onde um gesto de carinho traz uma sensação intensa de segurança, mas uma demora em responder uma mensagem já é interpretada como rejeição. Ou no trabalho, quando um elogio pode gerar euforia e um comentário neutro é sentido como crítica devastadora. A “visão de túnel” faz com que a pessoa reaja não ao que aconteceu de fato, mas ao que o cérebro interpretou como perigo emocional.
Do ponto de vista neurobiológico, durante esses momentos o sistema límbico assume o comando, e o córtex pré-frontal — responsável por ponderar e colocar as coisas em perspectiva — fica em segundo plano. É o cérebro tentando proteger a pessoa da dor, mas, paradoxalmente, criando mais sofrimento. É como se o mundo se estreitasse, e tudo o que estivesse fora da emoção do momento deixasse de existir.
Talvez valha se perguntar: em quais situações você sente que o “meio-termo” desaparece? Quando algo dá errado, você consegue ver o que ainda está indo bem, ou parece que tudo desmorona junto? E o que acontece quando a emoção passa — as coisas voltam a parecer mais equilibradas? Essas perguntas ajudam a reconhecer quando o pensamento começa a se estreitar, o que é o primeiro passo para abrir novamente o campo da consciência.
A terapia ajuda justamente nisso: ensinar o cérebro a enxergar nuances, a construir o “cinza” entre o preto e o branco. E com o tempo, essa flexibilidade cognitiva se torna uma das maiores conquistas do tratamento — a capacidade de sentir intensamente, sem perder de vista a complexidade da vida.
Caso precise, estou à disposição.
A “visão de túnel” ou pensamento dicotômico é uma das experiências mais marcantes no Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) — e também uma das mais dolorosas, porque transforma a forma como a pessoa percebe o mundo. No dia a dia, ela se manifesta quando a mente passa a ver as situações, as pessoas e a si mesma em extremos absolutos, sem espaço para o meio-termo. É o famoso “tudo ou nada”: ou alguém me ama completamente, ou não se importa comigo; ou eu fiz tudo certo, ou sou um fracasso total.
Isso pode aparecer em pequenas coisas — como em um relacionamento onde um gesto de carinho traz uma sensação intensa de segurança, mas uma demora em responder uma mensagem já é interpretada como rejeição. Ou no trabalho, quando um elogio pode gerar euforia e um comentário neutro é sentido como crítica devastadora. A “visão de túnel” faz com que a pessoa reaja não ao que aconteceu de fato, mas ao que o cérebro interpretou como perigo emocional.
Do ponto de vista neurobiológico, durante esses momentos o sistema límbico assume o comando, e o córtex pré-frontal — responsável por ponderar e colocar as coisas em perspectiva — fica em segundo plano. É o cérebro tentando proteger a pessoa da dor, mas, paradoxalmente, criando mais sofrimento. É como se o mundo se estreitasse, e tudo o que estivesse fora da emoção do momento deixasse de existir.
Talvez valha se perguntar: em quais situações você sente que o “meio-termo” desaparece? Quando algo dá errado, você consegue ver o que ainda está indo bem, ou parece que tudo desmorona junto? E o que acontece quando a emoção passa — as coisas voltam a parecer mais equilibradas? Essas perguntas ajudam a reconhecer quando o pensamento começa a se estreitar, o que é o primeiro passo para abrir novamente o campo da consciência.
A terapia ajuda justamente nisso: ensinar o cérebro a enxergar nuances, a construir o “cinza” entre o preto e o branco. E com o tempo, essa flexibilidade cognitiva se torna uma das maiores conquistas do tratamento — a capacidade de sentir intensamente, sem perder de vista a complexidade da vida.
Caso precise, estou à disposição.
A visão de túnel no cotidiano aparece quando a pessoa passa a interpretar situações de forma rígida e imediata, como se só existissem duas possibilidades. Isso costuma surgir em momentos de emoção intensa, nos quais pequenas frustrações podem ser percebidas como rejeição definitiva, diferenças mínimas podem parecer ameaçadoras e qualquer atraso ou ambiguidade é vivido como abandono. As relações ficam marcadas por mudanças bruscas de percepção, ora idealizando alguém, ora sentindo que essa mesma pessoa é completamente indiferente ou hostil. Decisões simples também podem se tornar dramáticas porque a mente se fixa em um único desfecho possível, ignorando nuances que normalmente estariam acessíveis. Esse estreitamento faz com que o sujeito reaja mais ao impacto emocional imediato do que à realidade concreta, gerando comportamentos impulsivos e interpretações distorcidas que depois costumam ser reconhecidas como exageradas.
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