Como o isolamento é um mecanismo de defesa no autismo?
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Como o isolamento é um mecanismo de defesa no autismo?
Olá, como tem passado?
Do ponto de vista fisiológico, o isolamento no autismo pode estar relacionado a um funcionamento sensorial e neurológico específico. Pessoas no espectro costumam apresentar uma hiper ou hipossensibilidade aos estímulos do ambiente, sons, luzes, toques, cheiros e até expressões faciais podem ser percebidos de maneira muito intensa ou confusa. Esse excesso de estímulo provoca sobrecarga sensorial e emocional, levando o organismo a buscar proteção. Assim, o isolamento pode ser uma resposta de autorregulação: afastar-se do mundo é, antes de tudo, uma forma de preservar o equilíbrio interno diante de um excesso de excitação que o corpo e a mente ainda não conseguem traduzir em linguagem.
Mas, no campo psicanalítico, o isolamento adquire outro sentido, sem perder necessariamente o anterior. A psicanálise entende o autismo não como falta ou defeito, mas como uma forma particular de relação com o Outro e com a linguagem. Desde cedo, a criança autista tende a se proteger de uma invasão do mundo externo, especialmente daquilo que vem da linguagem, muitas vezes por ser cheia de ambiguidades e demandas, pode ser vivida como ameaçadora. O isolamento, nesse contexto, funciona como um mecanismo de defesa contra o excesso de presença do outro, uma tentativa de manter o Eu preservado diante de uma alteridade que se impõe de modo confuso e incontrolável.
É como se o sujeito autista construísse um espaço próprio de sentido e permanecesse ali, onde o contato com o outro e com as emoções pode ser administrado com menor angústia. Nesse sentido, o isolamento não é ausência de relação, mas uma forma diferente de se relacionar, mediada por defesas que garantem a integridade do sujeito frente a um mundo sentido como invasivo.
Por isso, o acompanhamento com psicólogo ou psicanalista especializado é essencial: ele oferece um espaço onde o isolamento pode ser compreendido não como obstáculo, mas como linguagem e, ao mesmo tempo, um ponto de partida para novas formas de contato e de existência.
Na dúvida procure um psicólogo ou psicanalista que tenha mais proximidade de atuação com essa clínica do autismo especificamente, pode ser bem interessante para solucionar mais dúvidas.
Do ponto de vista fisiológico, o isolamento no autismo pode estar relacionado a um funcionamento sensorial e neurológico específico. Pessoas no espectro costumam apresentar uma hiper ou hipossensibilidade aos estímulos do ambiente, sons, luzes, toques, cheiros e até expressões faciais podem ser percebidos de maneira muito intensa ou confusa. Esse excesso de estímulo provoca sobrecarga sensorial e emocional, levando o organismo a buscar proteção. Assim, o isolamento pode ser uma resposta de autorregulação: afastar-se do mundo é, antes de tudo, uma forma de preservar o equilíbrio interno diante de um excesso de excitação que o corpo e a mente ainda não conseguem traduzir em linguagem.
Mas, no campo psicanalítico, o isolamento adquire outro sentido, sem perder necessariamente o anterior. A psicanálise entende o autismo não como falta ou defeito, mas como uma forma particular de relação com o Outro e com a linguagem. Desde cedo, a criança autista tende a se proteger de uma invasão do mundo externo, especialmente daquilo que vem da linguagem, muitas vezes por ser cheia de ambiguidades e demandas, pode ser vivida como ameaçadora. O isolamento, nesse contexto, funciona como um mecanismo de defesa contra o excesso de presença do outro, uma tentativa de manter o Eu preservado diante de uma alteridade que se impõe de modo confuso e incontrolável.
É como se o sujeito autista construísse um espaço próprio de sentido e permanecesse ali, onde o contato com o outro e com as emoções pode ser administrado com menor angústia. Nesse sentido, o isolamento não é ausência de relação, mas uma forma diferente de se relacionar, mediada por defesas que garantem a integridade do sujeito frente a um mundo sentido como invasivo.
Por isso, o acompanhamento com psicólogo ou psicanalista especializado é essencial: ele oferece um espaço onde o isolamento pode ser compreendido não como obstáculo, mas como linguagem e, ao mesmo tempo, um ponto de partida para novas formas de contato e de existência.
Na dúvida procure um psicólogo ou psicanalista que tenha mais proximidade de atuação com essa clínica do autismo especificamente, pode ser bem interessante para solucionar mais dúvidas.
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Oi, tudo bem? Essa é uma pergunta muito interessante — e profunda também. No autismo, o isolamento social pode funcionar como uma forma de autoproteção, uma tentativa do cérebro e do corpo de se preservar diante de um mundo que, muitas vezes, parece intenso demais. Não se trata de “fuga” no sentido comum, mas de uma maneira de reduzir a sobrecarga sensorial, emocional e relacional que certas interações provocam.
O cérebro de uma pessoa autista processa os estímulos de modo diferente. Sons, luzes, olhares e expressões podem chegar todos ao mesmo tempo, sem o filtro automático que a maioria das pessoas usa sem perceber. Esse excesso de informação ativa o sistema de alerta — o mesmo responsável por nos proteger em situações de perigo. Então, o isolamento, nesse contexto, é uma forma de dizer: “preciso de silêncio para reorganizar o que está acontecendo dentro de mim”.
É curioso pensar como esse mecanismo, que nasce para proteger, pode acabar gerando também solidão. Por isso, o caminho terapêutico não é “quebrar o isolamento à força”, mas compreender o que ele tenta comunicar. O que o corpo está tentando evitar? Quais situações fazem esse sistema de defesa se ativar? O que acontece internamente quando há muito contato social? Essas perguntas ajudam a transformar o isolamento em informação, e não em prisão.
Quando o ambiente se torna mais previsível e seguro, e quando a pessoa encontra formas de se autorregular, o cérebro tende a relaxar — e, aos poucos, o isolamento deixa de ser necessário como defesa. É como se o mundo pudesse, finalmente, se tornar um pouco mais habitável.
Caso sinta que seria importante explorar esse processo com apoio, a terapia pode ser um espaço cuidadoso e respeitoso para isso. Estou à disposição, se precisar.
O cérebro de uma pessoa autista processa os estímulos de modo diferente. Sons, luzes, olhares e expressões podem chegar todos ao mesmo tempo, sem o filtro automático que a maioria das pessoas usa sem perceber. Esse excesso de informação ativa o sistema de alerta — o mesmo responsável por nos proteger em situações de perigo. Então, o isolamento, nesse contexto, é uma forma de dizer: “preciso de silêncio para reorganizar o que está acontecendo dentro de mim”.
É curioso pensar como esse mecanismo, que nasce para proteger, pode acabar gerando também solidão. Por isso, o caminho terapêutico não é “quebrar o isolamento à força”, mas compreender o que ele tenta comunicar. O que o corpo está tentando evitar? Quais situações fazem esse sistema de defesa se ativar? O que acontece internamente quando há muito contato social? Essas perguntas ajudam a transformar o isolamento em informação, e não em prisão.
Quando o ambiente se torna mais previsível e seguro, e quando a pessoa encontra formas de se autorregular, o cérebro tende a relaxar — e, aos poucos, o isolamento deixa de ser necessário como defesa. É como se o mundo pudesse, finalmente, se tornar um pouco mais habitável.
Caso sinta que seria importante explorar esse processo com apoio, a terapia pode ser um espaço cuidadoso e respeitoso para isso. Estou à disposição, se precisar.
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