Estou em um relacionamento à 4 meses oficialmente, e estamos juntas a 9 meses. Desde os meus 8 anos

22 respostas
Estou em um relacionamento à 4 meses oficialmente, e estamos juntas a 9 meses. Desde os meus 8 anos de idade tive acesso irrestrito ao celular, isso me levou a consumir pornografia a essa idade e se tornou um vício que eu não entendia na infância, tornei a esconder dos meus pais mesmo sem entender sobre relações sexuais. Até que um dia decidi parar e passei cerca de 3 anos sem consumir esse tipo de conteúdo, de verdade. No início da adolescência isso voltou, principalmente pq eu estava me descobrindo e descobrindo minha real sexualidade acabei vendo asmr’s sexuais falados, até então eu só escutava, porém eu ia cada vez mais fundo e acabei voltando para a pornografia. Aos 16 comecei a me tocar, uma coisa importante sobre isso é que eu nunca me toquei SEM a pornografia até hoje. Porém, hoje sou comprometida, e mesmo assim cedo a esse vício, eu não vejo todos os dias mas as vezes é como um chamado. Eu amo a pessoa com quem eu estou e quero passar o resto da minha vida com ela, eu a amo de verdade e não queria decepcioná-la com isso, eu sei que não terminaríamos por causa disso porque o nosso amor uma pela outra é muito forte mas o nosso relacionamento é a distância e somente quando há essa distância eu cedo algumas vezes a pornografia. Eu estou realmente decepcionada comigo mesma, é horrível ver, mas de vez em quando é como se houvesse um chamado. Nós já tivemos experiências sexuais e isso foi incrível, eu não queria estragar nossa química por causa disso, eu já li que isso pode estragar relacionamentos e o momento do sexo em si, e eu não queria que nossa história e nossa química se percam, de verdade. Eu gostaria de me livrar disso mas mesmo desativando os navegadores, tirando qualquer incentivo sexual isso continua voltando. Eu quero parar, gostaria que alguém me dê um caminho, uma luz para que eu possa viver meu relacionamento feliz. Adendo: eu não gosto de pensar em outras pessoas quando vejo esses vídeos, eu já amo a com quem estou, porém eu acredito que eu veja pq sou muito isolada e não saio de casa, fico com tédio e vou ver
 Paulo Cesar Francetto
Psicólogo, Psicanalista
Santo André
Olá. Primeiro gostaria de dizer que você está sendo muito corajosa em assumir isso tudo. É um passo muito importante para a cura. Os vícios ou adicções como preferimos dizer surgem por diversos fatores. Não há um caso igual ao outro. O seu deve ser analisado em particular e avaliado os gatilhos que fazem você recorrer a pornografia, como foi sua educação sexual, se foi muito reprimida, como era a relação entre seu pai e sua mãe e entre eles e você. Se você teve influência dos irmãos, amigos, religião, escola, enfim há todo um contexto para ser analisado. Além disso analisar como andam a sua ansiedade, depressão enfim. É complexo, mas o prognostico é ótimo levando em consideração sua disposição. Estou a disposição para uma consulta se preferir.

Tire todas as dúvidas durante a consulta online

Se precisar de aconselhamento de um especialista, marque uma consulta online. Você terá todas as respostas sem sair de casa.

Mostrar especialistas Como funciona?
 André Luiz Almeida
Psicólogo
Belo Horizonte
O que você compartilha mostra muita coragem, consciência e, acima de tudo, amor – por si mesma e por sua parceira. O sentimento de culpa e frustração que te acompanha revela o quanto você deseja mudar e construir algo saudável, profundo e duradouro. O comportamento que você descreve parece estar mais ligado a uma forma de lidar com emoções difíceis, solidão e tédio do que a uma simples questão de desejo. Isso não te faz menos digna de viver um amor verdadeiro – mas sim alguém que merece apoio. Psicoterapia pode te ajudar a entender melhor essas emoções e a criar caminhos mais saudáveis para lidar com elas. Não precisa ser uma luta solitária. Você já deu um grande passo ao reconhecer tudo isso com tanta honestidade. Agora, talvez seja o momento de cuidar de si com a mesma dedicação com que cuida desse amor. Há caminhos, e você não precisa percorrê-los sozinha. Você merece se sentir bem com quem é.
Você precisa procurar um profissional para lidar e entender melhor tudo isso. Não há uma resposta fechada e definitiva para o que está passando, pois é preciso entender se o sofrimento está em alguma disfuncionalidade que a situação está causando em sua vida, ou se está na sua relação com o comportamento, ou seja, em como você vê e interpreta isso. Mas, para te ajudar a entender isso melhor, somente em uma avaliação com profissional, pois é preciso olhar todo o contexto e muitas informações a mais para poder ter uma conclusão e um plano de ação.
Olá, como vai?
Num processo terapêutico, o psicólogo não julga o que o paciente faz de sua vida. O psicólogo toma cuidado em avaliar situações que possam colocar o paciente em risco ou outras pessoas em risco. No seu caso, observo uma severa angústia sobre a sua relação com a sexualidade, assunto que pode ser melhor tratado e explorado em análise.
Nesse momento, lhe ofertar um caminho seria negligente da minha parte por não te conhcer. O que te oferto é espaço de escuta e acolhimento.
Fico à dispoisção caso queira entrar em contato.
Seria interessante verificar as origens do vício na pornografia, pela sua descrição, até parece estar ligado a solidão, de qualquer forma, se isso esta te causando sofrimento, vale a pena buscar a ajuda de um profissional.
Dr. Eduardo Villarom Helene
Psicólogo
São Paulo
Querida, sinto profundamente a sua angústia e a honestidade com que você compartilha essa parte tão íntima da sua experiência. É muito corajoso da sua parte trazer à tona esses sentimentos e buscar compreender o que está acontecendo. Saiba que você não está sozinha nessa jornada, e o desejo de viver um relacionamento pleno e feliz é um passo muito importante.
Permita-me acolher suas palavras com a escuta atenta e sem julgamentos que a psicanálise nos convida a ter. O que você descreve é uma história complexa, com raízes na sua infância e que se manifesta de maneiras diferentes ao longo do seu desenvolvimento.
É compreensível que o acesso precoce e irrestrito ao celular tenha te apresentado a um mundo que você não tinha as ferramentas emocionais e cognitivas para processar. A pornografia, muitas vezes, oferece uma descarga imediata, uma forma de lidar com a curiosidade, a ansiedade ou mesmo o tédio, especialmente em momentos de isolamento. O fato de você ter tentado parar por um período e depois ter retornado, principalmente na fase da descoberta da sua sexualidade, também faz sentido dentro do seu processo de autoconhecimento.
A questão de nunca ter se masturbado sem a pornografia é um ponto importante. Isso pode indicar que a pornografia se tornou, ao longo do tempo, um gatilho e talvez até uma condição para a sua excitação e para o contato com o seu próprio corpo. É como se houvesse uma associação forte entre o estímulo externo e a sua resposta sexual.
O que você sente agora, estando em um relacionamento que te traz tanto amor e desejo de futuro, é um conflito interno muito comum. Você ama sua parceira, a experiência sexual de vocês é gratificante, e a ideia de que esse hábito possa interferir nisso te causa genuína angústia. Essa preocupação demonstra o seu cuidado e o valor que você dá à relação.
A distância física, como você mesma aponta, pode ser um fator que contribui para esses momentos em que o "chamado" da pornografia se torna mais forte. O isolamento e o tédio podem criar um vazio que, momentaneamente, parece ser preenchido por essa gratificação imediata. É como se fosse uma forma de buscar algum tipo de estímulo ou escape em um momento de solidão.
A sua autocrítica e a decepção consigo mesma são compreensíveis, mas é importante que você se lembre que vícios e hábitos arraigados não se desfazem da noite para o dia. A sua busca por ajuda e o desejo de mudar já são passos significativos.
Para te oferecer um caminho, uma luz nessa jornada, gostaria de te propor algumas reflexões e possíveis direções:
Autocompaixão: Seja gentil consigo mesma. Reconheça que esse é um padrão de comportamento que se desenvolveu ao longo de muitos anos. A mudança leva tempo e exige paciência e compreensão consigo mesma. Evite a culpa excessiva, pois ela pode te paralisar.
Exploração dos Gatilhos: Tente observar com mais atenção esses momentos em que o desejo de consumir pornografia surge. O que você está sentindo? Quais pensamentos estão presentes? Há alguma emoção específica (ansiedade, tristeza, frustração, tédio) que precede esse impulso? Identificar os gatilhos é o primeiro passo para aprender a lidar com eles de outras formas.
Reconexão com o Corpo sem Estímulo Externo: Explore a possibilidade de se tocar sem a necessidade da pornografia. Comece com gentileza, focando nas sensações do seu corpo, sem a pressão de atingir o orgasmo. Descobrir o que te dá prazer através do toque, da respiração, da imaginação, pode ser um caminho para ressignificar sua relação com a sua sexualidade.
Ampliação dos Seus Interesses e Atividades: Você mencionou o isolamento e o tédio. Buscar novas atividades que te tragam prazer e te conectem com outras pessoas pode ajudar a preencher esse vazio e reduzir a frequência desses momentos de busca pela pornografia. Explore hobbies, atividades artísticas, exercícios físicos, encontros com amigos (mesmo que virtuais, inicialmente).
Comunicação Aberta (no seu tempo): Em algum momento, quando você se sentir mais segura e preparada, pode ser valioso compartilhar essa sua luta com sua parceira. A honestidade e a vulnerabilidade podem fortalecer ainda mais o vínculo de vocês. No entanto, esse é um passo que você dará quando sentir que é o momento certo.
Busca por Ajuda Profissional: Considerar a psicoterapia pode ser um caminho muito enriquecedor. Um profissional pode te ajudar a explorar as raízes desse hábito, a desenvolver estratégias de enfrentamento e a fortalecer sua autoestima e sua relação com o seu corpo e com a sua sexualidade. Não hesite em buscar esse apoio se sentir que precisa.
Lembre-se que a mudança é um processo contínuo, com avanços e recaídas. O importante é a sua intenção e o seu esforço em direção a uma vida mais plena e alinhada com os seus desejos e valores. Você tem a força e o amor para construir a relação feliz que tanto almeja. Acredite em você e no poder da sua conexão com sua parceira. Estou aqui para te acolher nessa jornada.
 Tácia Galvão
Psicólogo
Itaguaí
Marque um horário para melhor compreensão.
 Maria Eduarda Lara Melo
Psicólogo, Psicanalista
Brasília
Olá, tudo bem? Sinto muito por saber que está com esse processo que gera uma angústia há tantos anos. Ao final do seu relato, você fala sobre o desejo de se livrar disso. Quando estamos falando de um vício, é preciso entender que ele é um instrumento de fuga de algo bem mais profundo. Por isso, para parar com ele, é preciso saber o que nos leva a ele. Algo que chama a atenção à visualização da pornografia é vista como a procura pelo prazer e uma fantasia em forma de imagens, nem que seja falado, como você mencionou. Porém, também é a extinção da fantasia, por já ser algo pronto para ser consumido, deixando de lado a imaginação que é tão importante no processo sexual, principalmente com o outro. Você compartilha algo muito significativo: nunca se tocou sem o uso da pornografia. Isso aponta para uma dificuldade de apropriação do seu desejo e do seu corpo de forma autônoma, é como se o prazer estivesse sempre mediado por uma imagem externa, por um roteiro que não é seu, mas que oferece controle, previsibilidade, domínio. Com isso, o quanto é difícil se relacionar com um outro que não podemos prever o prazer que podemos proporcionar. O "chamado" para a pornografia então pode ser entendido não só como o desejo de encerrar o tédio, mas também uma tentativa de regular emoções difíceis ou da busca por preencher vazios psíquicos, e ela pode fornecer alívio, mas não preenchimento.
Logo, para entender mais esse funcionamento, não podemos lidar a partir da repressão e punição, isso só reforça o ciclo de culpa, desejo e repetição. Passa, sim, por acolher a sua história com delicadeza, reconhecer que esse comportamento surgiu em um momento muito precoce da sua vida, quando você ainda não tinha recursos para compreender o que sentia. Você não precisa fazer esse caminho sozinha. O acompanhamento psicológico pode ajudar imensamente a dar sentido a essa história, esse hábito pode ser desconstruído, mas isso requer tempo, paciência e, acima de tudo, uma escuta verdadeira de si mesma.
Espero ter ajudado de alguma forma e estou à disposição!
 Cirano Araújo
Psicólogo, Psicanalista
Belo Horizonte
Olá, como tem passado?
A força com que esse conteúdo retorna, mesmo diante do esforço consciente de evitá-lo, mostra que não se trata apenas de vontade ou disciplina há algo mais profundo que insiste em se manifestar, algo que talvez ainda não tenha sido escutado, falado e elaborado com profundidade.
Na escuta psicanalítica, compreendemos que quando o desejo se prende a um único tipo de estímulo, como a pornografia, especialmente desde tão cedo, é porque ele encontrou ali um modo de se expressar em um momento em que outras formas de simbolização ainda não estavam disponíveis. Não se trata apenas de um vício, mas de uma construção psíquica, que foi moldando o corpo, o afeto, o prazer e a fantasia desde muito jovem.
Buscar um espaço de escuta terapêutica pode ser essencial para compreender a origem dessas experiências, desmontar as culpas que hoje te paralisam, e construir uma relação mais livre e cuidadosa com o próprio corpo, com o desejo e com o amor. O desejo não precisa ser sufocado ele pode ser escutado, elaborado, e transformado em algo que te pertença de maneira mais inteira.
Fico à disposição.
 Thomas Kehl
Psicanalista, Psicólogo
São Paulo
Embora fazer uso da pornografia possa ser algo normal, no dia a dia das pessoas, quando isso passa a causar sofrimento que você relata, vale um olhar atento a isso. Para tal um caminho em uma terapia é poder ver em que ponto a pornografia se tornou tão importante para você, quais momentos essa vontade se torna mais forte e como lidar com esse desejo. Um processo que pode tomar um longo tempo, mas com dedicação e atenção pode trazer melhoras a você.
Olá,
- Um programa sério para lidar com vícios em pornografia dura de 3 a 5 anos. Infelizmente muitas pessoas e terapeutas acreditam que podem resolver isso em poucos meses. De fato é possível reduzir o consumo, sintomas e situações relacionadas ao vício em alguns meses, mas um protocolo efetivo requer tempo e também é crucial que você fortaleça sua rede de apoio, assim tente se abrir com ela, não ter segredos, perguntar como ela pode ser alguém que te apoie e seja base ou se isso é aceitável no relacionamento, pois apenas é um problema de fato se estiver atrapalhando a vida que você quer ter, se não estiver atrapalhando não é um problema, ao contrário, se libertar da moralidade, da cobrança e da culpa é um caminho de conquista e de autonomia.
- Qualquer dúvida nos de mais detalhes sobre seu caso, seus pensamentos e sentimentos, os momentos que você consegue resistir ou os momentos em que isso atrapalha seu cotidiano.
Abraços
 Lais Matos
Psicólogo, Psicanalista
Lages
Olá!
Seu relato é muito sincero e corajoso. O que você descreve envolve um tipo de repetição que, mesmo com esforço consciente, continua voltando. Isso não acontece por fraqueza, mas porque certas vivências se enraízam de forma mais profunda do que imaginamos.

O desejo de parar está aí, e isso é importante. Talvez o próximo passo não seja apenas tentar se afastar do conteúdo em si, mas começar a se perguntar o que esse hábito representa na sua vida. O que ele tenta preencher? Quando ele aparece, o que você sente antes, e o que sente depois?

Não se trata apenas de "parar de ver", mas de entender por que isso te chama. Tédio, solidão, rotina, vazio... tudo isso pode estar envolvido. Se você conseguir olhar para esses momentos com mais curiosidade do que com culpa, talvez descubra novos caminhos. E aí, o que hoje parece incontrolável, começa a perder força.

 Thauana Santos de Araújo
Psicólogo
Curitiba
Boa tarde.
Um processo terapêutico poderia te ajudar.
Procure um profissional para tratar o vício/sintoma!
Estou à disposição.
 Luíza Pedroso Cunha
Psicólogo, Psicanalista
Porto Alegre
Seu relato toca em algo profundo sobre como o desejo se estrutura - aquilo que começou como curiosidade na infância tornou-se um caminho familiar para lidar com a solidão, o tédio e talvez até com algo que ainda não encontrou palavras. A pornografia, nesse caso, não parece ser sobre o conteúdo em si, mas sobre o que ela representa para você: um refúgio, um alívio rápido, um modo de preencher vazios que vão além da sexualidade.

O fato de você não se tocar sem a pornografia sugere que há uma associação rígida entre prazer e esse estímulo específico - como se seu corpo tivesse aprendido que só assim o desejo pode circular. A psicanálise poderia ajudar a explorar essa dinâmica, não para culpá-la, mas para entender o que esse "chamado" realmente está tentando dizer. Por que ele surge na distância? O que ele tampa? Que falta ele tenta preencher?

Sua angústia mostra que isso não é sobre "falta de amor" pela sua parceira, mas sobre uma parte de você que ainda não conseguiu se expressar de outro modo. A terapia seria um espaço para:

1. Elaborar essa história (desde os 8 anos, esse hábito acompanha sua vida - ele tem raízes profundas);
2. Encontrar novos significados para o que hoje só se manifesta como vício;
3. Criar outras formas de lidar com o tédio e o isolamento, sem que o prazer fique preso a um único caminho.

Você não está sozinha nessa. Muitas pessoas carregam marcas semelhantes - a diferença é que você está disposta a enfrentá-las. Isso já é um grande passo.
 Nilzelly Martins
Psicólogo
Rio de Janeiro
Olá...

Primeiramente, agradeço profundamente a confiança ao compartilhar algo tão íntimo e sensível. Percebo no seu relato um desejo sincero de compreender o que está acontecendo com você e também de cuidar do que há de mais precioso: o amor que você sente, sua relação consigo mesma, e o vínculo com quem está ao seu lado.

O que você traz toca em muitas camadas da vida psíquica: a descoberta do corpo, o isolamento, o prazer, o desejo, a vergonha, o amor, e os modos que encontramos muitas vezes desde muito cedo de lidar com o que não compreendemos totalmente. Quando você fala que começou a consumir conteúdos pornográficos aos 8 anos, é impossível não escutar aí uma solidão, uma falta de mediação, e talvez um apelo por respostas que não estavam disponíveis no tempo certo. O corpo e o desejo apareceram antes mesmo de poderem ser nomeados, compreendidos, ou acolhidos. E o que é vivido assim, de forma solitária, muitas vezes insiste em retornar, mesmo quando já não desejamos mais.

Na perspectiva da psicanálise, especialmente na orientação lacaniana, não falamos de vício como um problema moral ou de força de vontade mas como um modo que o sujeito encontra para lidar com algo que o angustia, para tamponar um vazio, uma falta. A pornografia, nesse sentido, não é apenas um conteúdo que você consome: é uma tentativa de apaziguar algo que, talvez, ainda não foi simbolizado ou escutado com profundidade.

Você diz que sente como um "chamado". Essa é uma palavra forte e importante. O que será que está chamando por você, nesse momento? O que está sendo dito ali, por meio do retorno à pornografia? O tédio, o isolamento, o medo de perder algo que você ama? São perguntas que não têm respostas prontas mas que podem ser elaboradas, pouco a pouco, em análise.

O desejo de parar, de transformar isso, é muito legítimo. Mas talvez o caminho não seja "se livrar" rapidamente, e sim compreender o que está em jogo, o que esse hábito significa na sua história, na sua relação com o seu corpo, com a sua sexualidade e com o outro.

Estar em análise é justamente dar lugar a esse tipo de escuta sem culpa, sem correções, sem pressa. É poder falar sobre isso tudo com alguém que não vai te julgar, mas te acompanhar a descobrir o que há por trás desse "chamado". Isso pode abrir novos caminhos para você se relacionar consigo mesma e com quem você ama, de forma mais livre, mais consciente, mais sua.

Você não está sozinha. Seu sofrimento merece escuta, cuidado e tempo. E há, sim, um caminho possível que começa quando você se permite falar e elaborar sobre isso. Você já está dando esse primeiro passo, ao vir aqui.

Se quiser, posso te ajudar a encontrar esse espaço.
 Nelson Alberto Martínez
Psicólogo
Balneário Camboriú
A dependência em pornografia está estritamente relacionada com a auto regulação emocional, é um ato compulsivo que esconde memorias traumáticas não resolvidas. Aconselho um terapeuta cognitivo-comportamental,
Boa tarde, uau, que desabafo. Em situações como essas é aconselhável fazer acompanhamento psicológico, pois de acordo com o seu relatório existem várias situações a serem observadas, e entendidas, para então conseguir ficar livre da pornografia.
Oriento que comece a fazer psicoterapia caso ainda não faça.
 Alessandro Felippe
Psicólogo, Psicanalista
Rio de Janeiro
Penso que a sua exploração da sexualidade na adolescência, incluindo o ASMR sexual falado, pode ter reforçado a associação entre estímulos auditivos e visuais com a excitação, aliado a isso o fato de você nunca ter se masturbado sem pornografia criou uma forte ligação neural entre esses dois elementos. Quebrar essa associação requer tempo e estratégias específicas. Um bom profissional poderá ajudar você com técnicas para lidar com os impulsos e a vontade de consumir pornografia e a se sentir mais confortável e confiante com sua própria sexualidade, sem depender da pornografia. Por fim, procure encontrar atividades que te tragam prazer e satisfação, que preencham seu tempo de forma positiva e te distraiam da vontade de ver pornografia, criando assim uma rotina com horários definidos para atividades, estudos, trabalho (se aplicável) e lazer pode ajudar a reduzir o tempo ocioso que pode levar ao consumo de pornografia por tédio. Acredito que possa ajudá-la, já trabalhei com pacientes com mais de 20 anos de consumo de pornografia com remissão total sobre o vício. Entre em contato comigo, vamos conversar.
Olá! O tema da pornografia é muito complexo e está cercado de tabus até mesmo nas ciências. Alguns estudos sugerem que é algo que vicia, outros dizem que não e outros dizem que depende. O importante é observar quais situações o desejo de acessar esse conteúdo aparece: seria para evitar emoções desagradáveis? Para fugir do tédio? Ou para tornar a experiência sexual mais satisfatória? Só essas reflexões já são um importante guia nesse cuidado.
Além disso, é importante ressaltar que o consumo de pornografia é muito associado ao sentimento de culpa, principalmente para mulheres - afinal de conta, a sexualidade feminina sempre foi alvo de controle e censura. Também tem pessoas que associam a desejar relações com outras pessoas - o que nem sempre é o caso! O próprio tabu do tema já pode provocar a excitação e estar associado a outros aspectos, como o fetiche de voyerismo, por exemplo (de ver outras pessoas em atos sexuais).
Por fim, que tal conversar sobre esse assunto com a sua parceira? Há abertura para isso? Se sim, sugiro dividir seus incômodos e angústias. Se perceber que é algo que está atrapalhando significativamente sua relação, sugiro a psicoterapia como ferramenta de cuidado dessas questões.
 Higor Oliveira
Psicólogo
Manhumirim
Olá aqui é Higor Oliveira psicólogo clinico, em casos assim, é normal voce ter esse fetiche, como disse esta sendo algo dosado, é uma forma de ajudar em seus momentos particualres sexuais, e esta tudo bem, é importante realizar uma terapia, para ajudar no controle emocional e como lidar com isso, se é algo que te incomoda muito, tambem pode encontrar o caminho de suprir isso com outras coisa. meu instagram @psi.higoroliveira, tem meu contato na bio, me chama lá que posso te ajudar. um forte abraço!
Dra. Margaret Araújo
Psicólogo
Belo Horizonte
Um hábito só pode ser modificado se for substituído por outro. Sendo assim, se você quer se livrar de um vício, precisa encontrar uma atividade que preencha o vazio que aquela atividade ocupava. Na consulta psicológica vamos trabalhar as motivações e os gatilhos emocionais que levam ao vício. Entender como você se comporta diante dessa situação é fundamental para te ajudar a superar o vício, seja qual for. Busque ajuda Profissional o quanto antes.
 Helio Martins
Psicólogo
São Bernardo do Campo
Olá, tudo bem?
Antes de tudo, quero dizer que é muito corajoso da sua parte trazer tudo isso com tanta clareza, vulnerabilidade e desejo genuíno de mudança. Seu relato mostra o quanto você está comprometida não só com o relacionamento, mas também com seu próprio processo de amadurecimento emocional.

O que você descreveu envolve camadas importantes: a descoberta da sexualidade em um ambiente digital sem mediação, o impacto do isolamento, o uso da pornografia como estratégia de regulação emocional, e agora o conflito entre o hábito construído no passado e o desejo de construir uma relação mais saudável no presente. Parece que o desafio não está só no conteúdo em si, mas na função que ele cumpre em certos momentos — como quando a solidão, o tédio ou a distância emocional se aproximam.

Do ponto de vista da neurociência, sabemos que comportamentos repetidos que ativam o circuito de recompensa do cérebro (como o uso de pornografia associado à masturbação) podem se consolidar como rotas automáticas — quase como se o cérebro dissesse: “Esse é o caminho mais rápido para me sentir melhor agora”. Só que esse mesmo cérebro, com apoio e autocompreensão, também pode aprender novas rotas. O que começou como um recurso de conforto, hoje se tornou algo que te entristece e, paradoxalmente, afasta você de um vínculo que é significativo.

Você já tentou resistir, já fez esforços e parece estar exausta de ver isso voltar. Por isso, talvez a pergunta mais gentil agora não seja “Como eu paro de vez?”, mas sim: “O que essa parte de mim está tentando me oferecer quando recorre a isso?” ou ainda, “O que eu estou sentindo momentos antes de ceder?”. Pode ser que, ao investigar com carinho essas respostas, surjam pistas mais profundas do que apenas o desejo sexual.

Outra coisa que vale refletir: o quanto você se permite viver experiências de prazer, conexão e presença fora desse padrão automatizado? Será que parte da luta interna acontece porque você tenta evitar o desejo, em vez de entender o que ele quer te contar? Reprimir nem sempre resolve — muitas vezes só empurra o problema para um lugar mais escondido, onde ele volta com ainda mais força.

Fico aqui pensando que sua busca não é só por se livrar de algo, mas por encontrar novas formas de se conectar consigo mesma e com quem você ama — com liberdade, consciência e afeto. E isso, sim, é possível. Com o suporte adequado, é possível entender melhor as raízes desse comportamento, reconstruir sua relação com a sexualidade e transformar esse padrão em algo que respeite sua história e seu presente.

Caso precise, estou à disposição.

Não conseguiu encontrar a resposta que procurava? Faça outra pergunta!

  • A sua pergunta será publicada de forma anônima.
  • Faça uma pergunta de saúde clara, objetiva seja breve.
  • A pergunta será enviada para todos os especialistas que utilizam este site e não para um profissional de saúde específico.
  • Este serviço não substitui uma consulta com um profissional de saúde. Se tiver algum problema ou urgência, dirija-se ao seu médico/especialista ou provedor de saúde da sua região.
  • Não são permitidas perguntas sobre casos específicos, nem pedidos de segunda opinião.
  • Por uma questão de saúde, quantidades e doses de medicamentos não serão publicadas.

Este valor é muito curto. Deveria ter __LIMIT__ caracteres ou mais.


Escolha a especialidade dos profissionais que podem responder sua dúvida
Iremos utilizá-lo para o notificar sobre a resposta, que não será publicada online.
Todos os conteúdos publicados no doctoralia.com.br, principalmente perguntas e respostas na área da medicina, têm caráter meramente informativo e não devem ser, em nenhuma circunstância, considerados como substitutos de aconselhamento médico.