Por que algumas pessoas autistas parecem preferir a solidão?

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Por que algumas pessoas autistas parecem preferir a solidão?
Não é possível entender o comportamento de alguém apenas a partir de um diagnóstico. É importante lembrar que nem tudo precisa de um “porquê” lógico. Nem todas as experiências humanas cabem em explicações prontas. Quando temos a sensação de que alguém “prefere a solidão”, talvez valha se perguntar o que, em nós, foi tocado por essa percepção, o que nos fez nomear o outro dessa forma.
Cada pessoa vive suas formas de estar com os outros (ou consigo mesma) de um jeito singular. Do mesmo modo, uma pessoa que prefere estar só pode ter diferentes razões, que só podem ser compreendidas a partir da sua própria experiência, seja a pessoa autista ou não.

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Do ponto de vista psicanalítico, podemos compreender que o sujeito autista encontra, na solidão, uma forma de se preservar do excesso do Outro. O contato social, marcado pela imprevisibilidade do desejo e da linguagem, pode ser vivido como uma invasão ou uma perda de limite. Assim, o recolhimento não deve ser visto apenas como afastamento, mas como uma defesa necessária frente à angústia que o laço social pode suscitar.

Nesse movimento, o sujeito organiza um modo próprio de estar no mundo, regido menos pelo desejo do Outro e mais por uma economia interna de segurança e constância. A solidão, portanto, pode funcionar como um espaço de proteção psíquica, onde o sujeito mantém certa coerência de si diante do que, no campo do Outro, se apresenta como enigmático ou perturbador.
Algumas pessoas autistas parecem preferir a solidão porque interações sociais podem ser cognitivamente e emocionalmente exigentes. Ler sinais sociais, interpretar nuances de linguagem e adaptar comportamentos ao contexto exige esforço contínuo, o que pode gerar cansaço ou sobrecarga sensorial. Além disso, experiências de mal-entendidos ou frustração em relações sociais podem tornar a solidão mais confortável e previsível. Essa preferência não indica falta de desejo de conexão, mas uma forma de autorregulação e proteção emocional, permitindo que a pessoa recarregue-se e organize seus pensamentos sem pressão externa.

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