Tenho problema com insônia, como reparei antes tomava junto com 500mg de depakene e 200mg de quetiap

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Tenho problema com insônia, como reparei antes tomava junto com 500mg de depakene e 200mg de quetiapina 4 MG de Rivotril a mais de 20 anos. Como meu corpo já havia acostumado o médico trocou os 4mg do Rivotril por 4mg do alprazolam dizendo que não teria efeito nenhum de abstinência. Meu problema não é induzir o sono pois tomo as medicações e às 21hs já estou dormindo nas acordo por volta de 1 hora da manhã e depois fico acordando de hora em hora. Não sei o que fazer pois meu psiquiatra é especialista em bipolaridade.
Dra. Camilla Navarro
Psiquiatra, Ortopedista - traumatologista
Rio de Janeiro
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Seu problema não é indução do sono — é manutenção (fragmentação noturna). E a troca Rivotril → Alprazolam pode estar piorando exatamente isso.

O Que Está Acontecendo
Ambos são benzodiazepínicos, mas com perfis farmacocinéticos diferentes:

Rivotril (clonazepam): meia-vida longa (18-60h) — mantém níveis plasmáticos estáveis durante toda noite
Alprazolam: meia-vida curta (6-12h) — após 4-5 horas, níveis caem significativamente, causando despertares noturnos recorrentes
Seu médico estava tecnicamente correto sobre não haver abstinência (são ambos benzos), mas ignorou que o perfil de sono seria diferente. Seu corpo acostumado aos 20 anos de clonazepam perdeu essa cobertura contínua.

Causa Mais Provável
A fragmentação de sono está acontecendo porque o alprazolam é insuficiente para manutenção noturna. Quetiapina 200mg deveria ajudar, mas parece inadequada isoladamente para seu caso.

O Que Você Deve Fazer
1. Comunicar o Problema ao Psiquiatra Leve este feedback objetivo: "Dormi bem os 20 anos com Rivotril. Troquei para Alprazolam há X dias e agora acordo de hora em hora. Não é indução — é manutenção do sono."

2. Solicitar Revisão da Troca Pergunte se não seria melhor retornar ao Rivotril (já que funcionava) ou ajustar outra medicação para cobrir manutenção.

3. Se Insistir em Alprazolam Considere aumentar quetiapina para 300-400mg (sob prescrição) ou adicionar outro hipnótico com meia-vida longa que complemente — nunca automedicar.

Ponto Crítico
A afirmação "não teria efeito nenhum de abstinência" está correta, mas não abordou que a qualidade arquitetônica do sono mudaria. Isso é erro de condução, não de farmacodinâmica.
Você usou Rivotril por mais de 20 anos junto com outras medicações sedativas. Com o tempo, o corpo cria tolerância e, mesmo trocando para alprazolam, é comum ocorrer sono fragmentado, porque o alprazolam dura menos no organismo e não substitui o efeito do Rivotril de forma idêntica. Por isso, apesar de você dormir rápido, acorda por volta de 1h da manhã e depois várias vezes.
Essa insônia de manutenção do sono pode acontecer por adaptação aos remédios, tolerância, interação entre medicações ou até causas relacionadas ao próprio sono, como microdespertares ou apneia.
O ideal é relatar claramente ao psiquiatra que, após a troca do Rivotril, você passou a acordar várias vezes.
Entendo perfeitamente sua situação, e ela é bastante comum em pessoas com uso prolongado de ansiolíticos e estabilizadores de humor. Mesmo quando conseguimos adormecer inicialmente, a manutenção do sono pode ser prejudicada por alterações no ciclo do sono profundo e REM, efeitos colaterais de medicações ou mudanças hormonais e de neurotransmissores ao longo dos anos.

No seu caso, a troca de Rivotril por alprazolam pode ter impacto sutil, mesmo que seu médico tenha avaliado como segura. Embora ambos sejam benzodiazepínicos, a retirada do Rivotril após uso prolongado pode alterar levemente o padrão de sono, porque o organismo estava acostumado à meia-vida e ao efeito específico dele. Além disso, Depakene (valproato) e Quetiapina podem ajudar no sono, mas acordar várias vezes à noite pode estar relacionado à estrutura do sono, não apenas à capacidade de adormecer.

Algumas estratégias que costumam ajudar em situações assim incluem:

Higiene do sono rigorosa: evitar telas à noite, luz forte, cafeína à tarde, manter horário regular.

Rotina de relaxamento: meditação leve, respiração ou alongamento antes de dormir.

Ajustes de medicação: às vezes pequenas alterações de horário ou dose da quetiapina ou valproato podem melhorar a manutenção do sono, mas só podem ser feitas pelo psiquiatra.

Terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I): é altamente eficaz e pode reduzir a dependência de ansiolíticos para dormir.

Mesmo sendo especialista em bipolaridade, seu psiquiatra pode avaliar se seu padrão de sono é efeito do tratamento, abstinência ou alteração natural do ciclo de sono, e propor ajustes seguros. É essencial não fazer alterações por conta própria, especialmente com medicações de longa duração e uso prolongado de benzodiazepínicos.

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