A memória de trabalho visual é diferente da memória de trabalho auditiva em autistas?

3 respostas
A memória de trabalho visual é diferente da memória de trabalho auditiva em autistas?
Sim. Em autistas, a memória de trabalho visual costuma ser mais preservada ou até fortalecida, permitindo retenção de imagens ou padrões, enquanto a memória de trabalho auditiva pode ser mais limitada, dificultando seguir instruções verbais complexas ou sequências de sons.

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 Helio Martins
Psicólogo
São Bernardo do Campo
Oi, tudo bem? Que ótima pergunta — e muito refinada, porque toca em um aspecto que a ciência tem olhado com bastante atenção nos últimos anos. Sim, há diferenças entre a memória de trabalho visual e a auditiva em pessoas autistas, tanto na forma como o cérebro processa as informações quanto na eficiência de cada tipo.

De modo geral, a memória de trabalho é o sistema que permite manter e manipular informações temporariamente — como lembrar de uma instrução enquanto a executa. No cérebro autista, há uma tendência a um desempenho mais forte em tarefas visuais e mais desafiador nas auditivas, embora isso varie muito de pessoa para pessoa. A explicação está na forma como o sistema nervoso processa estímulos sensoriais: o processamento visual tende a ser mais concreto, previsível e menos vulnerável a ruídos externos, enquanto o auditivo depende de pistas mais sutis, tempo e interpretação social, o que pode exigir maior esforço cognitivo.

A neurociência sugere que, em autistas, há um funcionamento diferenciado nas redes de integração sensorial — especialmente entre as áreas occipitais (visuais) e temporais (auditivas). Isso pode levar o cérebro a priorizar imagens, padrões e detalhes visuais como forma de organizar o mundo, enquanto o som e a linguagem exigem mais energia mental para serem mantidos na memória de curto prazo. Você percebe que é mais fácil lembrar o que vê do que o que ouve? Ou que anotações visuais ajudam mais do que instruções verbais?

Essas diferenças não indicam uma limitação, mas sim uma preferência cognitiva. Por isso, em ambientes de trabalho ou estudo, estratégias visuais — como mapas mentais, cores, ícones ou listas — costumam potencializar o desempenho. Já no caso das informações auditivas, pausas entre instruções e repetições curtas podem facilitar a retenção.

O cérebro autista tem uma lógica própria: ele aprende melhor quando o mundo externo se adapta ao seu ritmo interno, e não o contrário. Reconhecer isso é o primeiro passo para transformar diferenças em recursos. E talvez a grande pergunta seja: de que forma você poderia transformar o que vê em uma linguagem que te ajude a lembrar melhor do que ouve? Caso precise, estou à disposição.
Sim. Em pessoas com Transtorno do Espectro Autista, a memória de trabalho visual e a memória de trabalho auditiva podem funcionar de maneiras diferentes. É comum que a memória visual seja mais forte, enquanto a auditiva apresente mais dificuldade, especialmente quando envolve seguir instruções verbais ou reter informações apenas pelo som. Essas diferenças fazem parte do perfil cognitivo do TEA e podem influenciar aprendizado, organização e rotina.
A avaliação psicológica ajuda a identificar quais áreas estão mais preservadas e quais precisam de suporte.

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