O mutismo seletivo em autistas pode ser uma forma de defesa?
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O mutismo seletivo em autistas pode ser uma forma de defesa?
Oi, tudo bem? Sim — e essa é uma leitura muito sensível da questão. O mutismo seletivo, especialmente quando ocorre em pessoas autistas, pode ser entendido como uma forma de defesa, embora não seja uma escolha consciente. É como se o sistema nervoso, diante de um ambiente percebido como imprevisível ou ameaçador, apertasse o “botão de silêncio” para preservar a segurança interna. O cérebro interpreta o ato de falar como algo arriscado demais naquele momento, e a fala simplesmente não acontece — não por falta de vontade, mas porque o corpo entra em modo de autoproteção.
Do ponto de vista emocional, esse silêncio pode ter muitos significados. Às vezes, ele é uma maneira de controlar o que parece incontrolável; outras, um pedido silencioso por previsibilidade e respeito ao tempo interno. A ausência da fala não é ausência de comunicação — ela pode estar dizendo: “Ainda não me sinto segura o suficiente para me expor.” Você já notou se a fala aparece quando o ambiente é mais calmo, previsível ou quando a pessoa sente maior vínculo com quem está por perto? Essas variações costumam revelar o quanto o mutismo está ligado à sensação de segurança.
Sob a perspectiva da neurociência, essa reação envolve as áreas do cérebro que regulam o medo e a resposta de congelamento, como a amígdala e o sistema límbico. Quando o nível de ansiedade ultrapassa certo limite, o corpo escolhe o silêncio como a forma mais eficiente de não colapsar emocionalmente. Por isso, forçar a fala tende a aumentar o bloqueio; já acolher o silêncio, com paciência e sensibilidade, pode abrir espaço para que a confiança e a expressão surjam naturalmente.
Em terapia, o objetivo não é “fazer falar”, mas criar experiências seguras em que o corpo e a mente reaprendam que comunicar-se não é perigoso. O silêncio, nesse contexto, deixa de ser uma defesa e se transforma em ponto de partida para o encontro. Caso precise, estou à disposição.
Do ponto de vista emocional, esse silêncio pode ter muitos significados. Às vezes, ele é uma maneira de controlar o que parece incontrolável; outras, um pedido silencioso por previsibilidade e respeito ao tempo interno. A ausência da fala não é ausência de comunicação — ela pode estar dizendo: “Ainda não me sinto segura o suficiente para me expor.” Você já notou se a fala aparece quando o ambiente é mais calmo, previsível ou quando a pessoa sente maior vínculo com quem está por perto? Essas variações costumam revelar o quanto o mutismo está ligado à sensação de segurança.
Sob a perspectiva da neurociência, essa reação envolve as áreas do cérebro que regulam o medo e a resposta de congelamento, como a amígdala e o sistema límbico. Quando o nível de ansiedade ultrapassa certo limite, o corpo escolhe o silêncio como a forma mais eficiente de não colapsar emocionalmente. Por isso, forçar a fala tende a aumentar o bloqueio; já acolher o silêncio, com paciência e sensibilidade, pode abrir espaço para que a confiança e a expressão surjam naturalmente.
Em terapia, o objetivo não é “fazer falar”, mas criar experiências seguras em que o corpo e a mente reaprendam que comunicar-se não é perigoso. O silêncio, nesse contexto, deixa de ser uma defesa e se transforma em ponto de partida para o encontro. Caso precise, estou à disposição.
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Sim, o mutismo seletivo em autistas muitas vezes funciona como uma estratégia de defesa, permitindo que a pessoa evite situações percebidas como ameaçadoras ou sobrecarregantes. O silêncio ajuda a reduzir ansiedade, proteger-se de julgamentos sociais e lidar com pressões comunicativas, funcionando como uma forma de autorregulação emocional em contextos nos quais falar seria desconfortável ou inseguro.
Sim, em pessoas autistas o mutismo seletivo pode funcionar como uma forma de defesa, especialmente diante de ansiedade, sobrecarga sensorial ou situações percebidas como ameaçadoras.
Nesses casos, o silêncio não é uma escolha voluntária, mas uma resposta de proteção, quando falar se torna difícil ou impossível no momento. Pode estar relacionado a estresse intenso, medo de avaliação ou experiências prévias de invalidação.
Por isso, é importante compreender o mutismo de forma contextual, evitando interpretações como “birra” ou oposição. Forçar a fala tende a aumentar o sofrimento, enquanto um ambiente seguro e respeitoso favorece, gradualmente, a comunicação.
É válido lembrar a importância de um acompanhamento psicológico que pode auxiliar na condução de cada caso de forma personalizada para as especificidades de cada pessoa.
Nesses casos, o silêncio não é uma escolha voluntária, mas uma resposta de proteção, quando falar se torna difícil ou impossível no momento. Pode estar relacionado a estresse intenso, medo de avaliação ou experiências prévias de invalidação.
Por isso, é importante compreender o mutismo de forma contextual, evitando interpretações como “birra” ou oposição. Forçar a fala tende a aumentar o sofrimento, enquanto um ambiente seguro e respeitoso favorece, gradualmente, a comunicação.
É válido lembrar a importância de um acompanhamento psicológico que pode auxiliar na condução de cada caso de forma personalizada para as especificidades de cada pessoa.
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