A procrastinação é comum no autismo feminino? .

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A procrastinação é comum no autismo feminino? .
Sim, a procrastinação pode ser comum em mulheres autistas. Ela geralmente está ligada à dificuldade de iniciar tarefas que envolvem planejamento, múltiplas etapas ou demandas sociais, à sobrecarga sensorial ou emocional, e à ansiedade associada à execução. A atenção intensa a interesses específicos pode também desviar energia de outras atividades, contribuindo para o adiamento. A procrastinação, nesse contexto, não é preguiça, mas uma consequência de diferenças cognitivas, emocionais e sensoriais.

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 Helio Martins
Psicólogo
São Bernardo do Campo
Oi, que ótimo você trazer esse tema — ele é muito mais comum do que parece e, de fato, costuma aparecer com frequência em mulheres autistas. Mas é importante entender que, no caso delas, a procrastinação não está ligada à preguiça ou falta de vontade, e sim a um funcionamento mental e emocional diferente.

O cérebro autista, especialmente no feminino, tende a lidar com o excesso de estímulos de maneira intensa. Isso significa que tarefas aparentemente simples podem se tornar mentalmente pesadas por envolverem muitas etapas, decisões ou interações sociais. Além disso, há um funcionamento conhecido como paralisia autística, em que o cérebro entra em sobrecarga — o famoso shutdown — e a pessoa simplesmente não consegue iniciar algo, mesmo sabendo o que precisa ser feito. A neurociência explica que isso ocorre quando o sistema nervoso, tentando se proteger, ativa circuitos ligados ao congelamento, uma resposta automática de autopreservação.

Há também um componente emocional: muitas mulheres autistas desenvolvem perfeccionismo e autocrítica elevada, o que faz com que adiar algo seja, inconscientemente, uma forma de evitar a possibilidade de errar ou de sentir-se julgada. Assim, a procrastinação se torna mais uma tentativa de regulação emocional do que uma questão de organização prática.

Você sente que a procrastinação surge mais quando há medo de não fazer “do jeito certo”? Ou quando a tarefa parece grande demais e o corpo simplesmente trava? Perceber esses gatilhos pode ser o primeiro passo para diferenciar quando é cansaço, sobrecarga sensorial ou autocrítica disfarçada de desânimo.

Com o apoio certo, é possível transformar essa relação com o tempo e com a ação, resgatando leveza sem perder o cuidado. Caso precise, estou à disposição.
Sim, a procrastinação pode ser comum no autismo feminino. Ela costuma estar ligada a fatores como sobrecarga sensorial, dificuldade de iniciar tarefas, exigência de perfeição, medo de errar e cansaço causado pela camuflagem social.
Além disso, muitas mulheres autistas têm desafios nas funções executivas (planejamento, organização e iniciação), o que torna o início de tarefas muito mais difícil do que parece.
A psicoterapia ajuda a identificar esses gatilhos e desenvolver estratégias mais funcionais para o dia a dia.

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