Como a diferença de gênero no hiperfoco impacta o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA
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Como a diferença de gênero no hiperfoco impacta o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) ?
Olá, tudo bem?
Essa é uma questão extremamente pertinente — e que tem sido um dos pontos de virada nas pesquisas mais recentes sobre o Transtorno do Espectro Autista. Durante décadas, os critérios diagnósticos foram construídos a partir de perfis predominantemente masculinos, o que acabou deixando muitas mulheres e meninas subdiagnosticadas. Uma das razões está justamente nas diferenças sutis na forma como o hiperfoco se manifesta entre os gêneros.
Nos meninos, o hiperfoco costuma aparecer de maneira mais visível, em temas sistemáticos e concretos — como tecnologia, transporte, jogos ou coleções. Já nas meninas, ele tende a se expressar em áreas socialmente aceitas, como literatura, pessoas, animais, estética ou psicologia. Isso faz com que o mesmo mecanismo neurológico — o foco intenso e apaixonado — pareça “menos atípico” aos olhos do observador, e acabe passando despercebido. É como se o cérebro estivesse igualmente imerso, mas a sociedade interpretasse de modos diferentes.
Além disso, muitas mulheres no espectro desenvolvem uma habilidade refinada de mascaramento: elas observam, imitam e se adaptam às normas sociais para evitar rejeição. O preço emocional disso costuma ser alto — cansaço mental, ansiedade e uma sensação de desconexão consigo mesmas. Assim, o hiperfoco, que poderia ser uma pista diagnóstica, às vezes se mistura a esse esforço de camuflagem e perde a nitidez clínica.
Talvez valha refletir: o quanto os interesses intensos foram reconhecidos como parte da identidade, e o quanto precisaram ser escondidos para “parecer normal”? Que impacto isso teve na forma de se enxergar e de se relacionar com os outros? E como seria se esse olhar pudesse ser reconstruído a partir da compreensão, não da comparação?
Entender essas nuances de gênero é fundamental para diagnósticos mais justos e para oferecer suporte que respeite a forma singular como cada pessoa experiencia o mundo.
Caso precise, estou à disposição.
Essa é uma questão extremamente pertinente — e que tem sido um dos pontos de virada nas pesquisas mais recentes sobre o Transtorno do Espectro Autista. Durante décadas, os critérios diagnósticos foram construídos a partir de perfis predominantemente masculinos, o que acabou deixando muitas mulheres e meninas subdiagnosticadas. Uma das razões está justamente nas diferenças sutis na forma como o hiperfoco se manifesta entre os gêneros.
Nos meninos, o hiperfoco costuma aparecer de maneira mais visível, em temas sistemáticos e concretos — como tecnologia, transporte, jogos ou coleções. Já nas meninas, ele tende a se expressar em áreas socialmente aceitas, como literatura, pessoas, animais, estética ou psicologia. Isso faz com que o mesmo mecanismo neurológico — o foco intenso e apaixonado — pareça “menos atípico” aos olhos do observador, e acabe passando despercebido. É como se o cérebro estivesse igualmente imerso, mas a sociedade interpretasse de modos diferentes.
Além disso, muitas mulheres no espectro desenvolvem uma habilidade refinada de mascaramento: elas observam, imitam e se adaptam às normas sociais para evitar rejeição. O preço emocional disso costuma ser alto — cansaço mental, ansiedade e uma sensação de desconexão consigo mesmas. Assim, o hiperfoco, que poderia ser uma pista diagnóstica, às vezes se mistura a esse esforço de camuflagem e perde a nitidez clínica.
Talvez valha refletir: o quanto os interesses intensos foram reconhecidos como parte da identidade, e o quanto precisaram ser escondidos para “parecer normal”? Que impacto isso teve na forma de se enxergar e de se relacionar com os outros? E como seria se esse olhar pudesse ser reconstruído a partir da compreensão, não da comparação?
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A diferença de gênero no hiperfoco impacta o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista porque meninas e mulheres frequentemente direcionam seus interesses para temas socialmente mais aceitos ou considerados “normais” pela sociedade, como animais, literatura ou moda, enquanto meninos tendem a apresentar interesses mais atípicos ou intensos, como números, tecnologia ou coleções específicas. Essa diferenciação faz com que o hiperfoco feminino seja menos perceptível e menos associado a sinais de TEA, contribuindo para subdiagnóstico ou diagnóstico tardio. Além disso, meninas costumam camuflar suas dificuldades sociais usando o hiperfoco de forma adaptativa, o que pode mascarar sinais centrais do autismo e tornar a identificação clínica mais desafiadora.
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